DO CONTO AO FILME, O DEVIR-BRUXA: UMA LEITURA FEMINISTA-ANIMISTA DE THE JUNIPER TREE (original) (raw)
Resumo: Neste artigo buscamos atualizar a noção histórica de bruxa, a partir de uma análise comparada entre o filme The Juniper Tree, de Nietzchka Keene (1990), e o conto que o inspira, O junípero (1994), dos Irmãos Grimm. O propósito é mostrar como o filme, ao apontar para o fora de campo do fenômeno da caça às bruxas, através não só da narrativa e da mise-en-scène, mas também da melancolia que institui a ambiência cinematográfica, desloca a misoginia do conto, dando lugar à condição pragmática e animista da bruxaria. Resta ainda, nas ambiguidades das personagens, uma perspectiva feminista que denominamos devir-bruxa. Palavras-chave: caça às bruxas; cinema; feminismo; conto infantil. Abstract: In this article we seek to update the historical notion of witch, from a comparative analysis between the movie The Juniper Tree, by Nietzchka Keene (1990), and the short story that inspires it, The Almond Tree (1994), by the Brothers Grimm. The purpose is to show how the film, by pointing to the out-of-field of the witch-hunt phenomenon, through not only the narrative and mise-en-scène, but the melancholy that institutes the cinematographic ambience, displaces the misogyny of the short story, giving way to the pragmatic and animist condition of witchcraft. In the ambiguities of the characters, there still remains a feminist perspective that we call becoming-witch.