Militância de jovens em partidos políticos: um estudo de caso com universitários (original) (raw)

Permanências e deslocamentos de jovens militantes de partidos políticos

Revista TOMO, 2015

Apesar da emergência de novas formas de engajamento e dos deslocamentos dos jovens para elas, há os que persistem no tradicional engajamento em partidos políticos. Aos conceitos de socialização e disposição, na busca de compreensão sobre os engajamentos, articula-se uma dimensão sincrônica, que se revela nas interações vividas pelo sujeito no presente ou no passado próximo. As redes de interação seriam os agentes da ativação e transformação das disposições em prática. As redes de sociabilidade tiveram lugar bastante central no momento da crise política produzida entre 2003 e 2005, com os casos da Reforma da Previdência e do Mensalão, que levaram à criação do PSOL a partir de militantes dissidentes do PT. A busca por coerência do comportamento militante foi determinante tanto para a permanência no partido quanto para o deslocamento para o novo partido.

Experiência militante e repercussões em outras esferas da vida: jovens engajados em partidos políticos

Revista NUPEM, 2014

O presente artigo apresenta resultados recortados de tese de doutorado defendida em 2011. Ele trata do engajamento de jovens em partidos politicos, da socializacao politica e das repercussoes que a vida militante e as novas socializacoes ocorridas neste espaco produzem em outras esferas da vida desses militantes. Os dados apresentados foram obtidos atraves da realizacao de entrevistas individuais com 21 jovens universitarios. Os jovens militantes se inserem em diferentes espacos de militância: movimento estudantil, movimentos populares, organizacoes sociais, espacos internos do partido, etc.; e as experiencias incidem de maneiras variadas sobre amizades, relacionamentos afetivos, familia, escolhas profissionais e insercao no mercado de trabalho.

Jovens universitários e engajamento político partidário em Ribeirão Preto - SP

TOKAIRIN , M.G.Z. University students and partisan political involvement in Ribeirão Preto-SP. 2016. 154 f. Dissertation (Master)-Faculty of Philosophy, Sciences and Letters of Ribeirão Preto. University of São Paulo It presents and analyzes academic study results on the party engagement, the search for autonomy and individuation processes of young collegians. The research is a qualitative approach; Dialogues were held with six students, men and women, from 21 to 26 years old, from USP-Ribeirão Preto, and different associations. Even in historical and sociopolitical adverse circumstances, young people engage and militate in political parties. For some of them, the engagement has direct, ambiguous, tense relationships or play with primary socialization processes. Others highlighted the centrality of "sociability chains" at school or university. For some, militant engagement is incorporated into future project; for others, a significant experimentation. For all, it is the conquest of autonomy, an effort to build worldviews and how to act in their own world, in a game in which not all values, internalized ideas and beliefs in "palimpsest of socialization" were / are effectively incorporated.

JOVENS NA POLÍTICA NA ATUALIDADE – uma nova cultura de participação

Caderno Crh, 2018

O artigo aborda a participação de jovens em ações coletivas como protagonistas na esfera pública, pondo em destaque, também, algumas políticas públicas que têm tratado de questões de seu cotidiano, como as reformas na área da educação. Indaga-se sobre lugar dos jovens nessas políticas, a partir das ocupações em escolas públicas no período. A meta final é analisar o impacto da ação desses jovens na sociedade e nas políticas públicas, destacando a cultura política criada (ou ressignificada) e a renovação operada na questão da participação dos jovens a partir do uso das redes midiáticas. A base de dados advém de pesquisa realizada em sites da Internet, em redes de jovens, e dados da mídia impressa em São Paulo, entre 2013 e 2017. Autores do referencial teórico utilizado são Charles Tilly, Doug MacAdam, S. Tarrow, e Klaus Eder. Outros marcos interpretativos foram encontrados em autores de teorias renovadas do socialismo libertário, defensores de teorias autonomistas, culturalistas e da resistência civil. Palavras-chave: Jovens. Ativismo digital. Participação lutas pela educação. Políticas públicas e jovens. JOVENS NA POLÍTICA NA ATUALIDADE ...

JOVENS ATIVISTAS E PARTIDOS POLÍTICOS Convergências e divergências

2024

Resumo Este artigo resulta de um projeto de investigação qualitativo (2019-22) em redor das práticas de intervenção cívica e ativista dos jovens. Nesse âmbito, analisámos as suas biografias políticas, que incluem, por vezes, ligações formais e informais, passadas e presentes a partidos políticos. Temos como objetivo deste artigo detalhar os processos de ligação e afastamento destas organizações, mas também de complementaridade com as suas formas de ativismo. Percebemos nos seus discursos a relevância dos partidos nos seus processos de socialização política, no âmbito familiar e dos pares, influenciando de forma decisiva a trajetória ativista atual. Palavras-chave: juventude, participação política, socialização política, partidos políticos. Young activists and political parties: convergences and divergences Abstract This article results from a qualitative research project (2019-22) around civic and activist intervention practices of young people. In this context, we analyzed their political biographies, which include, in some cases, formal and informal links, past and present, to political parties. The objective of this article is to detail the processes of connection and departure from these organizations, but also of complementarity with their forms of activism. We perceive in their discourses the relevance of parties in their processes of political socialization, in the family and peer context, decisively influencing their current activist trajectory.

Do potencial à ação: o engajamento de jovens em partidos políticos

Pro-Posições, 2018

Resumo Estudos sobre engajamento, como os de Fillieule, Oliveira e outros, recomendam que a compreensão de tais processos deve se fundamentar em análises diacrônicas e sincrônicas, combinando (i) a construção de disposições duráveis ao engajamento com (ii) o reconhecimento das redes de relacionamento e (iii) as experiências que permitem transformar tais disposições em engajamentos efetivos. Neste artigo, exploram-se esses aspectos da constituição do fenômeno do engajamento juvenil por meio da análise de entrevistas narrativas realizadas com 21 jovens estudantes do Rio de Janeiro, militantes de partidos políticos, as quais permitiram identificar nexos entre disposições construídas ao longo da trajetória pessoal e familiar, em diferentes processos educativos, e redes de relacionamento e eventos que acionaram tais disposições, transformando-as em efetiva militância política.

Juventudes partidárias no Brasil: motivações e perspectivas dos jovens filiados a partidos políticos

Revista Brasileira de Ciência Política, 2019

Resumo O objetivo do artigo é analisar como se dá o recrutamento de jovens pelos partidos políticos brasileiros na atualidade. O estudo avalia as motivações dos jovens para a filiação e a autopercepção deles sobre as legendas às quais são filiados, tendo como eixo de análise as seguintes questões: (a) o que motiva um jovem a se filiar a um partido político no atual contexto brasileiro? (b) como se dá a filiação? (c) que fatores mais contribuem para a adesão dos jovens às agremiações partidárias? (d) quais são as percepções dos jovens sobre esse processo? Em termos específicos são testadas algumas hipóteses utilizando o qui-quadrado. As conclusões mostram que o capital familiar e o capital militantes são os dois fatores que mais influenciam os jovens a se filiarem aos partidos. No primeiro caso os parentes mais próximos são os que exercem maior influência (pais e irmãos). No segundo caso destaca-se a militância nos movimentos estudantis e nos movimentos sociais.

Participação política juvenil

Docência na Socioeducação, 2014

Rodrigues, D. D.; Lopes de Oliveira. e Yokoy de Souza, T.; Lopes de Oliveira, M. C. e Rodrigues, D. S. (2014). Participação política juvenil. Em: C. Bisinoto, Docência na Socioeducação (p. 161-176). Brasília: Universidade de Brasília.

Resenha A PARTICIPAÇÃO POLÍTICA DE JOVENS NO CONTEMPORÂNEO E SEUS DESAFIOS

. (2012). Juventude e a experiência da política no contemporâneo. Rio de Janeiro: Contra Capa Editora. Nos últimos anos, as relações dos jovens com a política, e as formas com que esse diálogo se dá, vêm gerando discussões e estudos cada vez mais necessários; expressão de um tempo em que a própria concepção da política vem sendo transformada, problematizada. As pesquisas reunidas na coletânea Juventude e a experiência da política no contemporâneo (Mayorga, Castro, & Prado, 2012) dedicamse a compreender as formas pelas quais a política vem se constituindo, fazendo-se presente de distintas maneiras para os jovens na atualidade. As experiências e práticas de participação atuais que trazem para o centro do debate questões relacionadas à desobediência civil, à democracia direta; os protestos e manifestações de caráter internacionalizado, a ocupação de espaços públicos e a reivindicação por novos canais de intermediação entre sociedade civil e Estado, por um lado; e as possibilidades de diálogo entre os campos da política e da cultura, por outro, são alguns sinais da necessidade de uma discussão sobre o conceito de política para além de sua ideia tradicional. De maneira geral, na discussão das diferentes pesquisas nos capítulos, a experiência política coloca-se como questão para os grupos estudados no momento em que esses jovens reconhecem-se ou entendem-se como marcados por posições de defasagem em relação aos adultos ou a determinados grupos sociais: seja em relação aos adultos do movimento rural, às professoras, às classes média e alta que têm acesso aos bens e serviços da cidade... É preciso reconhecer que o lugar de subordinação do jovem em nossa sociedade se reproduz em diferentes contextos, mas não parece suficiente para, em si mesmo, mobilizar uma luta política, principalmente porque a posição hierarquicamente inferior, tutelada e supostamente imatura do jovem encontra-se naturalizada e não-problematizada na maioria das relações. Entretanto, sua sobreposição com outros tipos de opressão e/ou discriminação acentua a invisibilidade dos jovens, permitindo que uma possível reação ganhe corpo, inclusive coletivamente. Assim, vemos que, para que a experiência e ação políticas sejam deslanchadas, não basta a condição de "ser jovem". Outras marcas que ponham em cena a tensão e a disputa do sensível, para usar a expressão de Jacques Rancière, precisam se fazer presentes (i.e., os sujeitos precisam se afirmar e se reconhecer por outras características, por outros vínculos) para que a mobilização ou mesmo a fala coletiva compareçam. É o entendimento por parte do jovem da heterodesignação de si como "filho", "aluno", "pobre", "favelado" e a consequente reapropriação desse lugar que permitem os deslocamentos necessários à ação do sujeito. É importante frisar que a noção de "política" relacionada às práticas e ações dos sujeitos pesquisados não apareceu como termo utilizado pela maior parte dos grupos para definir o que de fato fazem. Ao contrário, em várias circunstâncias a expressão foi empregada pelos jovens para fazer referência a algo a ser por eles evitado nas ações coletivas: como sinônimo de política partidária ou das políticas públicas dos governos. Com essas, a relação -quando acontece -é sempre tensa e marcada por descrédito. Há, por parte de uma parcela significativa de jovens, uma descrença associada à política institucional seja pelos desgastes dos partidos políticos e suas dinâmicas, seja pela percepção de que a via eleitoral e a democracia formal não têm sido suficientemente eficazes como forma de garantir direitos e uma vida digna. Além disso, muitos dos capítulos destacam o não reconhecimento dos jovens nos espaços constituídos da política institucional e uma forte demarcação e controle dos processos de participação juvenil. Isso ocorre tanto por uma desconfiança geracional dos mais velhos quanto por questões da própria dinâmica da política. Os autores falam que muitos jovens percebem o quanto a política institucional impacta suas vidas, mas não conseguem impactá-la a partir de suas demandas e anseios. Isso se expressa de diferentes maneiras: às vezes, na forma como são tratados alguns dos movimentos de juventude, outras no modo como são construídas e

Juventudes partidárias

Revista Brasileira de Ciência Política, 2019

O objetivo do artigo é analisar como se dá o recrutamento de jovens pelos partidos políticos brasileiros na atualidade. O estudo avalia as motivações dos jovens para a filiação e a autopercepção deles sobre as legendas às quais são filiados, tendo como eixo de análise as seguintes questões: (a) o que motiva um jovem a se filiar a um partido político no atual contexto brasileiro? (b) como se dá a filiação? (c) que fatores mais contribuem para a adesão dos jovens às agremiações partidárias? (d) quais são as percepções dos jovens sobre esse processo? Em termos específicos são testadas algumas hipóteses utilizando o qui-quadrado. As conclusões mostram que o capital familiar e o capital militantes são os dois fatores que mais influenciam os jovens a se filiarem aos partidos. No primeiro caso os parentes mais próximos são os que exercem maior influência (pais e irmãos). No segundo caso destaca-se a militância nos movimentos estudantis e nos movimentos sociais.