MANUFATURAS DE FUMO DO RECÔNCAVO BAIANO: VESTÍGIOS DE PATRIMÔNIO INDUSTRIAL (original) (raw)
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As manufaturas de fumo do Recôncavo Baiano
Labor e Engenho
O fumo se fez presente no Recôncavo Baiano desde o século XVII, quando se deu o início do seu aproveitamento enquanto mercadoria. A implantação das manufaturas de fumo durante o século XIX foi de grande importância no desenvolvimento sócio-econômico da região. A partir da década de 1930 ocorreu um período de decadência e fechamento da maioria das fábricas, tendo como conseqüência o abandono, destruição e alteração das antigas fábricas e armazéns. O que poderia somar para o desenvolvimento sócio-econômico e cultural de uma região está sendo perdido. A atribuição de exemplares de manufaturas de fumo enquanto patrimônio cultural chamaria a atenção para o desenvolvimento de políticas em prol da sua preservação. Para compreender se estas podem ser consideradas enquanto tal é preciso entender o significado do que seria patrimônio cultural e como se dá a sua formação e a escolha dos bens que farão parte desse seleto grupo. Mesmo assim, ainda não seria possível chegar a uma conclusão, devid...
PATRIMÔNIO INDUSTRIAL NA PARAÍBA: O CASO DE RIO TINTO
Este trabalho de conclusão de curso apresenta um estudo sobre o patrimônio industrial da cidade de Rio Tinto, Paraíba, dando ênfase à arquitetura da fábrica Companhia de Tecidos Rio Tinto. O primeiro capítulo traz conceituações sobre patrimônio industrial. O segundo capítulo trata do caso específico do patrimônio industrial de Rio Tinto, onde se oferece um panorama histórico da cidade de Rio Tinto (importante para entender quais às origens de sua arquitetura), apresenta suas principais características, e sua situação atual de conservação e preservação. Palavras- chave: Patrimônio industrial; Preservação; Rio Tinto.
USINA DO QUEIMADO: PATRIMÔNIO INDUSTRIAL INTEGRANTE DA PAISAGEM CULTURAL DE CAMPOS DOS GOYTACAZES
2010
O termo Patrimônio Industrial nos remete a grandes estruturas, com forte valor arquitetônico, antigos maquinários, espaços ociosos, que foram assimilados (ou destruídos) pela modernidade. Porém, há um aspecto muito valioso e ainda pouco trabalhado, levando seu conceito além, englobando os resquícios do modo de produzir de uma sociedade, constituídos de seu valor histórico, tecnológico, social e arquitetônico ou científico. O estudo do Patrimônio Industrial propicia o entendimento e a recolha do saber técnico de uma sociedade, ou comunidade, que está sempre em constante mudança, se adaptando ao contexto no qual está inserido. Sua análise possibilita uma conexão com o tipo de industrialização de um período histórico, com o modo de vida da classe trabalhadora correspondente e permite entender os processos de conformação do espaço na qual essa população residia. É com essas premissas que vamos nos aprofundar sobre a temática do Patrimônio Industrial em Campos dos Goytacazes, relacionando-o com o conceito de paisagem cultural, que pode ser definido como um produto da apropriação e transformação do homem sobre a natureza, constituindo um conjunto de significados, impressos através da linguagem, dos símbolos e traços culturais do grupo social em questão. Em Campos dos Goytacazes, ao tratarmos desse tema, se faz necessário dar um foco especial para o setor sucroalcooleiro, pois este teve influência direta na formação da cultura campista, visto que, por muito tempo, era a base econômica da cidade. A relação entre a produção canavieira e a cidade de Campos é antiga, datando o período colonial, haja visto que essa atividade foi escolhida como estratégia de ocupação do território local. Na virada do século XIX para o século XX, época considerada como "tempo áureo" da produção sucroalcooleira campista, as usinas se constituíam no mais importante elemento da paisagem dominante (COSGROVE, ANO), pois representavam a cultura mais influente (aquela que exercia poder sobre as demais), que é a do usineiro. Essa paisagem é produzida simbólica e materialmente pela cultura dominante, pois é esta quem decide a maneira pela qual é operacionalizado o espaço, agindo de acordo com seus próprios anseios, decidindo onde irá alocar o excedente produzido que, é resultado do trabalho de toda a comunidade. Além de concentrar os excedentes, os usineiros campistas plasmaram uma nova configuração, de acordo com a sua
PATRIMÔNIO ARQUEOLÓGICO DA BAHIA
Neste número especial da Série Estudos e Pesquisas da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), dedicado ao patrimônio arqueológico da Bahia, quisemos apresentar uma pequena amostragem do portentoso conjunto de sítios arqueológicos existentes no território baiano que, em grande parte, ainda hoje espera ser catalogado, classificado, estudado e incorporado a um programa de preservação e gestão pública. É fascinante pensar no enorme acervo de documentos arqueológicos, distribuído em toda a extensão do estado, que permitiria recompor aspectos socioculturais das populações que o habitaram em diferentes momentos históricos, das mais antigas sociedades pré-coloniais até os grupos pós-coloniais que formaram parte do processo de industrialização da Bahia, no século XIX. Esta publicação constitui um verdadeiro passo à frente, em termos de órgãos públicos, na percepção do valor histórico extraordinário que o patrimônio arqueológico detém, sendo este o primeiro estudo sobre Arqueologia publicado por uma secretaria estadual.
Conceitualmente, patrimônio industrial abrange os resquícios do modo de produzir de uma sociedade, constituídos de seu valor histórico, tecnológico, social, arquitetônico ou científico. O interesse pelo tema surge na Europa, entre a década de 50 e 60, tendo como principal instrumento de estudo a arqueologia industrial. Ao falarmos de Patrimônio Industrial, remetemo-nos a grandes prédios, com forte valor arquitetônico, máquinas antigas, espaços ociosos que foram engolidos pela modernidade. Porém, há um aspecto muito valioso e ainda pouco trabalhado. O patrimônio industrial é também a recolha e o tratamento do saber técnico de uma sociedade, ou comunidade, que está sempre em constante mudança. E, através da analise desse patrimônio se faz possível uma conexão com o tipo industrialização de um período histórico e com o modo de vida da classe trabalhadora correspondente. É com essas premissas que vamos nos aprofundar sobre o Patrimônio Industrial de Campos dos Goytacazes. Ao tratarmos desse tema, se faz necessário dar um foco especial para o setor sucroalcooleiro, pois este teve influência direta na formação da cultura campista, visto que, por muito tempo, era a base econômica da cidade. A relação entre a produção canavieira e a cidade de Campos é antiga, datando o período colonial, haja visto que essa atividade foi escolhida como estratégia de ocupação do território local. Com o desenvolvimento do setor e a implantação de novas técnicas agrícolas, no século XIX se torna grande produtor de cana e, no início do século XX, um dos principais produtores mundiais do açúcar. Os resquícios dos tempos áureos da produção sucroalcooleira pode ser percebido como parte constituinte da paisagem campista, não se restringirá a zona rural, sendo em alguns casos, engolidos pelo processo de crescimento do urbano campista, dando destaque para as antigas estruturas da Usina Santo Antonio (também conhecida como Usina do Beco) e a Usina do Queimado.
REDEFININDO O ESPAÇO DO AÇÚCAR: PATRIMÔNIO, REUTILIZAÇÃO E ARQUITETURA INDUSTRIAL
A partir de 1960, no contexto da modernização, crescimento urbano e reestruturação industrial, muitas fábricas e assentamentos açucareiros foram se modificando profundamente. A preservação e reutilização do patrimônio açucareiro do final do século XIX e meados do século XX é complexa devido à sua escala, diversidade tipológica e necessidade de extenso programa na promoção de novos usos e política e gestão de patrimônio cultural eficientes. Este trabalho investiga as transformações de espaços relacionados à produção e refino de açúcar através de exemplos comparativos de propostas de reutilização e preservação do patrimônio industrial no Brasil e Estados Unidos. Como estudo de caso, o trabalho analisa as abordagens conceituais e formais de propostas de reutilização do Engenho Central de Piracicaba.