Aquisição da linguagem: novos modelos e velhas análises? (original) (raw)
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Aprendizes surdos e escrita em L2: reflexões teóricas e práticas, 2020
O presente capítulo tem por objetivo apresentar os princípios e mecanismos para aquisição de linguagem de acordo com os Modelos Baseados no Uso (MBU), trazendo evidências para se pensar a linguagem – e, portanto, sua aquisição – em um plano mais geral da cognição humana. Em um primeiro momento, as duas grandes hipóteses para a aquisição da linguagem serão apresentadas, ressaltando-se as divergências entre as referidas hipóteses, a fim de estabelecer um marco inicial para as reflexões que serão desenvolvidas. Em seguida, serão expostos os princípios teóricos de aquisição da linguagem na visão dos MBU, de forma a explicitar as propriedades cognitivas inatas que, para tal modelo, regem a aquisição de linguagem. Por fim, será feita uma reflexão a partir dos pressupostos e evidências apresentados, para tratarmos, em linhas gerais, da aquisição de linguagem de crianças surdas.
Aquisição da linguagem e UG: um recorte histórico
Letras De Hoje Estudos E Debates De Assuntos De Linguistica Literatura E Lingua Portuguesa, 2011
Resumo: O presente trabalho discute alguma ideias de aquisição da linguagem que percorrem o programa gerativista, desde os primórdios da década de 50, até os anos mais recentes com o Programa Minimalista. Leva em consideração, principalmente, as discussões em torno do conceito de Gramática Universal, uma constante entre as variadas adaptações da teoria.
Teorias De Aquisição Da Linguagem
2007
Prefácio Capítulo 1-A aquisição da linguagem na perspectiva behaviorista Ingrid FINGER Capítulo 2-O paradigma gerativista e a aquisição da linguagem Ronice Müller de QUADROS Capítulo 3-Epistemologia Genética e a aquisição da linguagem Zélia RAMOZZI-CHIAROTTINO Capítulo 4-Interacionismo em aquisição da linguagem Maria Francisca de Andrade Ferreira LIER-DEVITTO Capítulo 5-A abordagem conexionista de aquisição da linguagem Ingrid FINGER Capítulo 6-O desencadeamento (boostrapping) da sintaxe numa abordagem psicolingüística para a aquisição da linguagem
Aquisição da linguagem: palavras iniciais
Gragoatá, 2011
O século XXI avança pela sua segunda década e, nestes anos, as ciências cognitivas vêm tornando-se cada vez mais maduras e fecundas. É no contexto do desenvolvimento científico desses novos tempos que as pesquisas sobre a natureza, a aquisição e o uso da linguagem como parte e, ao mesmo tempo, instrumento da cognição humana despontam no seio da linguística-essa que foi considerada ciência-piloto nas humanidades e manteve, nos estudos sobre mente e cérebro, sua vocação para a liderança. Com efeito, a linguística vem atravessando, desde a sua refundação como ciência cognitiva, ainda nos primeiros anos da revolução cognitivista da década de 60, um contínuo movimento de trans-formações dialéticas em seus fundamentos epistemológicos e em suas diretrizes programáticas. Por exemplo, nesse pouco mais de meio século, assistimos (1) à derrocada do behaviorismo radical e à ascensão e hegemonia do formalismo chomskiano, (2) à dissociação entre o estudo abstrato da competência linguística e a pesquisa empírica sobre o comportamento linguístico, (3) à profusão de análises funcionais sobre o binômio "linguagem e uso", (4) ao amadurecimento da abordagem sociocognitivista, (5) à formação dos paradigmas conexionistas e, mais recentemente, (6) à reaproximação entre os estudos da competência e da performance linguísticas. O pano de fundo desses embates conceituais tem sido a tensão entre, de um lado, a necessidade de formular um modelo teórico que represente a natureza da linguagem no conjunto dos sistemas cognitivos humanos e, de outro lado, a importância de, na formulação de tal modelo, ter atenção e cuidado à suntuosa diversidade e complexidade dos dados empíricos da experiência humana, tanto aqueles relativos à aquisição do conhecimento linguístico pela criança quanto os concernentes ao uso desse conhecimento pelo indivíduo já maduro. Na abertura deste número da Gragoatá, especialmente dedicado ao fenômeno da aquisição da linguagem, gostaríamos de convidar o leitor para algumas reflexões a respeito dessa tensão entre teorização abstrata e pesquisa empírica. São muitas as vezes em que essa problemática subjaz aos distintos artigos que com-põem o presente volume. O que desejamos fazer neste momento é trazê-la para o primeiro plano das discussões, considerando-a de maneira franca e aberta. O plano de nossa exposição é o seguinte. Nas seções 1 e suas subseções, apresentaremos um breve histórico da união, do divórcio e do recasamento entre teoria linguística e
Um Diálogo Entre Aquisição De Língua e Enunciação
Cadernos do IL
Nos estudos em Aquisição de Segunda Língua (ASL), percebe-se a existência de diversas perspectivas teóricas, como as abordagens behaviorista, gerativista, psicolinguística e interacionista. O objetivo deste trabalho é demonstrar um diálogo entre campo e o da Linguística da Enunciação, na teoria ligada a Émile Benveniste (1974/2006; 1966/2005), uma vez que se constata a falta de uma perspectiva enunciativa nos estudos em ASL. O trabalho apresenta: a) as principais noções que são trazidas pelas abordagens mencionadas; b) as possíveis exclusões do campo; e c) uma breve proposta de abordagem enunciativa para estudar esse fenômeno. Esse estudo pretende contribuir tanto para o campo dos estudos enunciativos quanto para o campo de Aquisição de Segunda Língua.
2004
O objetivo deste capítulo é discutir como se dá a aquisição da linguagem. Nos capítulos anteriores, tratou-se da teoria do signo, da relação entre forma e conteúdo, da distinção entre língua, linguagem e comunicação, da diferença entre competência e desempenho. Este capítulo pretende trazer um pouco da discussão que ocorre na Lingüística sobre a aquisição da linguagem, isto é, como a criança de um a quatro anos aprende a língua que dominará pouco tempo depois. Este capítulo será dividido em duas partes. A primeira trará algumas descrições e análises sobre o processo de aquisição do português. A segunda parte tratará das teorias de aquisição da linguagem, isto é, das propostas que tentam explicar como se dá esse desenvolvimento e por que ocorre da maneira como ocorre.
Aquisição da linguagem e composicionalidade aspectual
Revista Linguíʃtica
Este artigo examina a relação entre o aspecto gramatical e o aspecto semântico no processo de aquisição da linguagem a partir da proposta da composicionalidade aspectual de Verkuyl (2005). A hipótese formulada para explicar o padrão de correlação averiguado foi a de que ele resulta de uma interpretação composicional do aspecto. Os resultados alcançados foram os seguintes: (i) os verbos [-ADDTO] tiveram marcação imperfectiva; (ii) os verbos [+ADDTO] tiveram marcação perfectiva; (iii) os SVs [+ADDTO, -SQA] tenderam à marcação imperfectiva; e (iv) os SVs [+ADDTO, +SQA] tiveram marcação perfectiva. Os padrões encontrados nos dados indicam uma interpretação composicional do aspecto.
Aquisição da Linguagem: Reflexões nas Inter e Intrafaces
O presente artigo representa uma reflexão sobre conceitos subjacentes à área denominada Aquisição da Linguagem, numa perspectiva metateórica. Tópicos em aquisição semântica e aquisição pragmática são abordados em caráter ilustrativo.