A oferta residencial na retração imobiliária da metrópole paulistana nos anos 2000 (original) (raw)

Expansão e desaceleração do mercado privado formal de moradia a partir dos anos 2000 na Região Metropolitana de São Paulo

Cadernos Metrópole, 2019

Resumo Examina-se o mercado residencial na Região Metropolitana de São Paulo, considerada laboratório de investigação pela extensão, variedade de perfis municipais e de empresas atuantes, arcabouços institucionais, políticas urbanas e habitacionais. As dinâmicas urbanas imobiliárias são analisadas nos períodos de expansão e desaceleração do setor imobiliário nos anos 2000, atentando para especificidades de processos envolvendo o ambiente construído nos municípios da região. Adota-se uma análise multiescalar com dados macroeconômicos e setoriais, organizando uma periodização para caracterizar elementos da oferta privada de moradia, agentes promotores e estratégias empresariais por período e diferentes mercados (maduros e frágeis), além das tendências gerais. Observaram-se mudanças nas estratégias dos agentes e perfil dos produtos conforme o período de expansão ou desaceleração e porte do município/mercado.

A cidade e o mercado imobiliário: uma análise da incorporação residencial paulistana entre 1992 e 2007

Resumo O presente trabalho propõe uma análise espacial da produção de apartamentos em São Paulo no período entre 1992 e 2007, utilizando, de forma combinada, três bases de dados: o Cadastro Territorial e Predial, de Conservação e Limpeza-TPCL da Secretaria Municipal de Finanças; o Censo Demográfico do IBGE; e o Cadastro de Lançamentos Imobiliários da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio-Embraesp. Partimos do dialógo com pesquisas que tratam das preferências locacionais da incorporação, e buscamos introduzir na discussão a dimensão temporal nas determinações que marcaram diferentes fases do setor imobiliário no período. Com isso, observamos que o desempenho da incorporação foi marcado por descontinuidades e não por configurar tendências constantes. Ao longo do estudo foi possível identificar dois momentos de expansão imobiliária na cidade: o primeiro, em meados da década de 1990; e o segundo, em meados da década de 2000. Percebemos que as estratégias empresariais utilizadas em cada período levaram a distintos tipos de produção e, por conseqüência, projeções diferenciadas sobre o espaço urbano. Se nos anos 90 novas formas de organizar a produção imobiliária propiciaram a construção de unidades de médio padrão, em um movimento mais periférico, no período atual a forte capitalização do setor expressou-se na produção de alto padrão, numa tendência espacialmente mais concentrada. Neste último, a importância da localização não pôde ser medida em função dos seus atributos físicos, mas no seu papel de ampliar a receita gerada pelas empresas e, em função disso, ser a base da valoração das empresas no mercado de capitais. Palavras chave: geografia urbana, economia, São Paulo, mercado imobiliário, localização urbana.

O problema da habitação no contexto da revalorização do centro histórico de São Paulo (1991-2006)

O objetivo desta dissertação é analisar o uso e a apropriação do espaço na cidade de São Paulo na perspectiva do processo de revalorização do seu Centro Histórico. A análise focaliza, sobretudo, os problemas relacionados aos planos e estratégias voltados para o reforço da função habitacional desta região. Dentre as estratégias do poder público para a revalorização do Centro estão incluídas propostas que estimulam o seu uso habitacional. Entretanto, em torno deste objetivo se evidenciam diferentes interesses dos agentes sociais (dentre os quais estão a Associação Viva o Centro e o Fórum Centro Vivo) que entram em conflito pelo uso e apropriação deste espaço. Neste cenário de disputas em torno do Centro Histórico de São Paulo, averiguam-se, ainda, como as diretrizes e instrumentos contidos no Estatuto da Cidade sobre o uso do solo são aplicados nesta centralidade e quais seus possíveis efeitos.

Apartamentos paulistanos: um olhar sobre a produção privada recente

Ambiente Construido, 2009

st n e d uma leitura s E e artigo focaliza a produção de apartamentos pela iniciativa privada a cidade de São Paulo, entre os anos de 2000 e 2008, procurando ntender aspectos do mercado imobiliário que interfiram ou eterminem o desenho e as características das unidades. É realizada obre estratégias para o planejamento e a comercialização de novos produtos, partindo de estudos de diversos autores, de dados de relatórios da EMBRAESP-Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio, da análise de material publicitário de lançamentos e de uma base de dados sobre exemplares paulistanos de apartamentos, além de trabalhos acadêmicos, em especial as pesquisas sobre o tema desenvolvidas no Nomads.usp-Núcleo de Estudos de Habitares Interativos. Conclui-se que , são priorizadas no mercado estratégias que visam a garantir e agilizar a comercialização das unidades e o retorno financeiro de investidores, em detrimento da observação de características relacionadas à qualidade espacial e arquitetônica e que se relacionem ao uso das unidades por seus futuros moradores.

Padrões espaciais do crescimento residencial formal: Município de São Paulo, 2000/2020

Centro de Estudos da Metrópole, 2021

 Partindo do cadastro imobiliário, analisamos a dinâmica da concentração do estoque formal de imóveis (2000-2020), em continuidade às NT 01, 04 e 13.  Considerando a fonte de dados, a análise foca o estoque residencial formal no Município de São Paulo, sem investigar as várias formas de moradia informal da cidade.  O uso de técnicas de estatística espacial (Moran global e LISA) para as décadas de 2000 e 2010 indica padrões de concentração do crescimento bastante específicos por tipologia.  As tipologias de mais baixo padrão cresceram fortemente concentradas em regiões periféricas (verticais e horizontais). Os padrões médios horizontais e verticais se complementaram, cobrindo grande parte das áreas centrais do centro expandido e espraiamentos próximos a oeste, norte e no miolo da Zona Leste.  O crescimento do alto padrão se concentrou nas áreas já fortemente elitizadas do setor sudoeste (horizontal e vertical), mas com expressiva expansão para o início da Zona Leste (vertical). A primeira evidência confirma a intensificação da elitização dos espaços mais ricos, mas o segundo vetor de crescimento indica expansão das espacialidades de elite.

Política habitacional em cidades médias paulistas: entre o social e o mercado

Risco: Revista de Pesquisa em Arquitetura e Urbanismo, 2023

revista de pesquisa em arquitetura e urbanismo iau-usp Resumo A política habitacional dominante no período recente registrou esvaziamento das agências públicas, com protagonismo do Programa Minha Casa Minha Vida. O PMCMV destinou expressivo volume de recursos à habitação, mas seu formato institucional registrou notável influência dos agentes privados. Para analisar a política habitacional em cidades médias paulistas e a transição paradoxal entre redução da oferta de habitação social e a crescente produção mercadológica entre 2000-2020, foram adotados procedimentos metodológicos quali-quantitativos, catalogando dados evolutivos da provisão e do déficit habitacional. Os resultados demonstram que o inédito volume de produção e o vago discurso do direito à moradia reduziram a política habitacional a um programa de crédito para produção de moradias, impactando a produção do espaço urbano nessas cidades. Palavras-chave: habitação social, cidades médias, PMCMV. Housing policy in medium cities of São Paulo' state: between the social and the market Abstract The dominant housing policy in the recent period registered the emptying of the public agencies, with the protagonism of My House My Life Program. The PMCMV allocated a significant volume of resources to housing, but its institutional format registered a notable influence of private agents. To analyze the housing policy in paulistas medium-sized cities and the paradoxical transition between the reduction of social housing supply and the increasing market production between 2000-2020, quali-quantitative methodological procedures were adopted, cataloguing evolutionary data on housing supply and deficit. The results show that the unprecedented volume of production and the vague discourse of the right to housing have reduced housing policy to a credit program for housing production, impacting the production of urban space in these cities.

Crescimento urbano, saldos migratórios e atratividade residencial dos distritos da cidade de São Paulo: 1980-2000

Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais

Esse trabalho procura contribuir para a análise das mudanças recentes no padrão redistributivo da população dentro do município de São Paulo. Apresenta as tendências de crescimento demográfico dos 96 distritos paulistanos de 1980 a 2000 e sua aderência à tese de crescimento radiocêntrico, do centro para a periferia, proposta na literatura como padrão histórico da distribuição espacial no século XX. Por meio de um modelo demográfico, são quantificados os saldos migratórios e coeficientes de atratividade residencial dos referidos distritos. Procura explicar as tendências observadas com base em fatores físico-territoriais, socioespaciais e econômico-urbanos, mostrando como as deseconomias da aglomeração, pauperização, verticalização, avanço do comércio, produzem impactos diferenciados no crescimento intra-urbano, potencializando os fluxos de ou para determinadas áreas no município.Palavras-chave: crescimento urbano; mobilidade residencial; município de São Paulo; economia urbana; migra...