A meditação vipassana como ensinada por S.N.Goenka (original) (raw)
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A "liberação em vida2 do Jñana Yoga na visão do Vedanta
Mirabilia Revista Eletronica De Historia Antiga E Medieval, 2001
Resumo: O Jñâna Yoga, controle das funções vitais com a finalidade de realização da sabedoria/do "conhecimento absoluto", baseia-se, com raras exceções, quase que totalmente nos ensinamentos da filosofia Advaita (não-dualista) da escola Vedânta (do "Final dos Vedas"), e tem o capítulo IV do Bhagavad-Gitâ (o "Canto do Divino Mestre") como uma referência fundamental. Shankara (788-820), cujo sistema filosófico é denominado kevalâdvaita (não-dualismo [monismo] único/perfeito) ou shuddhâdvaita (não-dualismo inqualificado), tomou a vida moral como um pré-requisito essencial ao conhecimento metafísico, necessário para que se atinja o objetivo último da vida, o conhecimento da identidade essencial do eu (âtman) com o Ser Supremo (Brahman). No seu Viveka-Chûdâmani ("A Jóia Suprema do Discernimento"), bem como em outros escritos vedânticos, Brahman é chamado de Sat-Chit-Ânanda (Ser-Consciência-Bemaventurança), e G. Dandoy faz a seguinte analogia entre essa concepção e imagens de Deus em Santo Agostinho (De Civitate Dei, VIII, 10): Sat-"causa constituta universitatis"; Chit-"lux percipiendae veritatis"; Ânanda-"fons bibendae felicitatis" (G. Dandoy, L'Ontologie du Vedanta, 1932: 33). Analisamos de que modo essas características da natureza divina, que só podem ser logradas pelo homem que atingir o estágio de jîvanmukti ("libertação em vida"), podem motivá-lo a chegar lá, espelhando-se nelas enquanto percorre a senda do viveka (discernimento), e praticando como pré-requisitos as ações obrigatórias de yama ("disciplina moral", consistindo em Ahimsâ ["não-violência"], Satyâ ["veracidade"], Asteyâ ["não-roubar"], Brahmacaryâ ["castidade" ou "sexualidade não-desvirtuada"], Aparigrahâ ["não-cobiça"]) e niyama ("autocontrole", consistindo em Shachka ["limpeza" ou "pureza"], Samtosha ["contentamento"], Tapas ["austeridade" ou "ascese"], Svâdhyâya ["estudo"], e Îshvara-pranidhâna ["devoção ao Ser Divino"]). Vemos com profundidade porque no Vedânta a vitória sobre o ahamkâra (egotismo) é o acontecimento mais importante na vida do buscador da libertação, no espírito do que ensinou Vivekânanda: "o altruísmo é a negação de nosso eu inferior ou aparente. Cabe a nós liberarmo-nos desse
A "liberação em vida" do Jñana Yoga na visão do Vedanta
2001
O Jnâna Yoga, controle das funcoes vitais com a finalidade de realizacao da sabedoria/do ?conhecimento absoluto?, baseia-se, com raras excecoes, quase que totalmente nos ensinamentos da filosofia Advaita (nao-dualista) da escola Vedânta (do ?Final dos Vedas?), e tem o capitulo IV do Bhagavad-Gitâ (o ?Canto do Divino Mestre?) como uma referencia fundamental. Shankara (788-820), cujo sistema filosofico e denominado kevalâdvaita (nao-dualismo [monismo] unico/perfeito) ou shuddhâdvaita (nao-dualismo inqualificado), tomou a vida moral como um pre-requisito essencial ao conhecimento metafisico, necessario para que se atinja o objetivo ultimo da vida, o conhecimento da identidade essencial do eu (âtman) com o Ser Supremo (Brahman). No seu Viveka-Chudâmani (?A Joia Suprema do Discernimento?), bem como em outros escritos vedânticos, Brahman e chamado de Sat-Chit-Ânanda (Ser-Consciencia-Bem-aventuranca), e G. Dandoy faz a seguinte analogia entre essa concepcao e imagens de Deus em Santo Agost...
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