Some farpas about the diplomacy and the correspondence of Eça de Queirós, portuguese consul in Havana, Cuba / Algumas farpas sobre a diplomacia e as correspondências de Eça de Queirós, cônsul português em Havana, Cuba (original) (raw)
Abstract The texts written exclusively by Eça de Queirós (1845-1900), between 1871 and 1872, for the pamphlets As Farpas – Chronica Mensal da Política, das Letras e dos Costumes, a publication edited in partnership with Ramalho Ortigão (1836-1915), maintain an open dialogue with other texts future works by the author, fictional and non-fictional. Bearing in mind «Eça Diplomata», the motto of the pertinent event organized by the Università degli studi Internazionali di Roma, between November 4th and 5th, 2021, I turn my attention in this work to the way in which Eça reflected on the diplomatic issue in one of these leaflets, the one published in October 1871, which, in my opinion, illustrates quite well the consular practice that Eça de Queirós would have in Cuba, his first diplomatic post, occupied just a year after the publication of the text of As Farpas, which motivated this analysis. By looking at the letters sent to João de Andrade Corvo (1824-1890), Minister of Foreign Affairs of Portugal, between 1871 and 1878, I intend to investigate the situation with which the young consul had to deal and to what extent his letters dialogue with the criticisms conveyed in the 1871 pamphlet, in which Eça reflects on Portuguese diplomacy. Furthermore, at the end of my reflections, continuing the discussion, I will present the way in which the October text appears altered in the volume Uma Campanha Alegre, published in 1890, and which brings together the texts of As Farpas revised by Eça. After some time belonging to the Portuguese diplomatic corps, the author seems to tone down the critical content of the texts published around 20 years earlier. This is yet another fact that attests to the complexity of Queiroz’s work, when observed in different periods of production. Keywords Eça de Queirós, As Farpas, Diplomacy, Cuba, Uma Campanha Alegre Resumo Os textos escritos exclusivamente por Eça de Queirós (1845-1900), entre 1871 e 1872, para os folhetos As Farpas – Chronica Mensal da Política, das Letras e dos Costumes, publicação editada em parceria com Ramalho Ortigão (1836-1915), mantêm deflagrado diálogo com outros textos vindouros do autor, ficcionais e não ficcionais. Tendo em vista o «Eça Diplomata», mote do pertinente evento organizado pela Università degli studi Internazionali di Roma, entre 04 de 05 de novembro de 2021, volvo minha atenção neste trabalho para o modo como Eça refletiu sobre a questão diplomática em um destes folhetos, o publicado em outubro de 1871, o qual, ao meu ver, ilustra bastante bem a prática consular que Eça de Queirós terá em Cuba, seu primeiro posto diplomático, ocupado apenas um ano depois da publicação do texto d’As farpas, que motivou esta análise. Ao me debruçar sobre as cartas enviadas a João de Andrade Corvo (1824-1890), Ministro do Negócios Estrangeiros de Portugal, entre 1871 e 1878, pretendo averiguar a situação com a qual o jovem cônsul tinha que lidar e em que medida suas missivas dialogam com as críticas veiculadas no folheto de 1871, no qual Eça reflete sobre a diplomacia portuguesa. Outrossim, ao final de minhas reflexões, dando continuidade à discussão, apresentarei a forma como o texto de outubro figura alterado no volume Uma Campanha Alegre, publicado em 1890, e que congrega os textos d’As farpas revistos por Eça. Depois de algum tempo pertencendo ao corpo diplomático português, o autor parece matizar o teor crítico dos textos publicados cerca de 20 anos antes. Trata-se de mais um fato que atesta a complexidade da obra queirosiana, quando observada em diferentes períodos de produção. Palavras-Chave Eça de Queirós, As Farpas, diplomacia, Cuba, Uma Campanha Alegre