O LOUVA-A-DEUS SURREALISTA E OS FANTASMAS DA IMAGEM (original) (raw)
Related papers
O louva-a-deus surrealista e os fantasmas da imagem
doi:10.5007/2175-7917.2010v15n1p34
Anuário de Literatura, 2010
Por volta de 1930, o louva-a-deus foi amplamente representado e descrito por escritores, escultores e pintores ligados ao movimento surrealista. As representações desse inseto entre os surrealistas reivindicam a montagem como condição de sobrevivência. O clímax desse procedimento é a análise paranóico-crítica de Salvador Dalí sobre o Angelus de Millet, a qual dá à mitologia do louva-a-deus um efeito de movimento e totalidade. O louva-a-deus emerge, na arte surrealista, da série de representações, como um fantasma da imagem.
LIMA DE FREITAS E O IMAGINÁRIO LUSITANO
Resumo: Depois de uma obra artística consolidada em várias décadas, é partir de 1987 que o artista português Lima de Freitas apresentou as suas primeiras pinturas onde a temática dominante era de carácter mitológica e especificamente lusitana, dando assim início a um novo ciclo na sua actividade artística a que Gilbert Durand chamou " Mitolusimos " onde com um estilo amadurecido e tendencialmente esotérico revisita os mitos nacionais numa perspectiva histórica e com uma missão " societal " das belas artes, onde o espírito popular e aristocrata se fundem numa acepção simbólica. Abstract: With an artistic work consolidated in several decades, it is from 1987 on that the Portuguese artist Lima de Freitas presented his first paintings where the dominant theme was of a mythological and specifically Lusitanian character. Thus, he begins a new cycle in his artistic activity to which the philosopher Gilbert Durand called "Mitolusimos" where, with a mature and tendentially esoteric style, he revisits the national myths in a historical perspective and with a "societal" mission of the fine arts, where the popular and aristocratic spirit merge into a symbolic meaning.
O UNIVERSO DAS IMAGENS - IMAGES UNIVERSE
O que se pretende aqui é apresentar um relato sobre trabalhos de pesquisa em imagem, cultura e sociedade que vem sendo desenvolvidos, desde a década de noventa, por uma base de pesquisa pertencente ao Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal da Paraíba. Este relato de um ambiente de pesquisa, o Grupo Interdisciplinar de Estudos em Imagem (GREI), tem, por trás de si, uma entrevista à Revista Quanta pelo autor.
NARRATIVA: IMAGEM NÃO-HABITÁVEL E O ROMANCE
A partir das reflexões de Walter Benjamim acerca da narrativa, são estabelecidos os pontos de aproximação entre o romance e as imagens da série Não-habitável, desenvolvida pela autora. Para tanto, são também abordadas obras de Lygia Clark, Virginia Woolf e Aleksandr Ródchenko. Based on Walter Benjamin's work about the narrative, the article elaborates on the points of contact between the novel and the images comprised in the series entitled Não-habitável [Non-habitable], developed by author of this text. To accomplish this goal, works by Lygia Clark, Virginia Woolf and Alexander Rodchenko are also addressed.
Este artigo analisa as representações da ditadura veiculadas pelo cinema produzido em Portugal. Foram selecionados como objeto de estudo dois documentários recentes – Fantasia Lusitana, 2010, de João Canijo, e 48, 2010, de Susana Sousa Dias. Pela partilha de memórias (de arquivo e pessoais), ambos os filmes podem caracterizar-se como instrumentos políticos, desconstruindo discursos oficiais, promovendo a (re)construção da memória coletiva relativa à ditadura portuguesa. Tendo optado por não incluir narrador, os realizadores criam deste modo a necessidade de envolvimento pelo público nas imagens e sons apresentados, levando-o a refletir sobre estes, potenciando o questionamento e a reconstrução das suas próprias representações sobre este período da história portuguesa.
2022
Livro em processos criativos interdisciplinares em arte contemporânea durante a pandemia de covid-19 no Brasil pelo artista visual não-binárie e mestrando em ciências sociais e ciências aplicadas, Vannie Gama. ISBN: 978-65-996365-1-6
A Percepção da Imagem Fotográfica Hiper-Realista
Imagem. Em uma palavra que detém uma diversidade de possibilidades de aproximação, crítica, temas e discussões. Da percepção de uma única imagem pode-se extrair inúmeras possibilidades de pensamentos. Mas o que é uma imagem? O que é percebê-la? Perceber uma imagem é apenas um processo óptico de conexões químicas e estruturas nervosas do olho? Ou a imagem possui uma representação particular de cada mundo para cada pessoa ou cultura? Este artigo pretende pensar a percepção de imagens no recorte da fotografia. Neste contexto, pretende-se pensar a imagem na realidade e também na hiper-realidade do mundo atual em que vivemos. Na obra de dois fotógrafos que trabalham juntos, Robert e Shana ParkeHarrison, analisaremos a imagem nas alterações digitais que superam o real: as fotografias manipuladas e os factoides, imagens alteradas e tratadas, que têm o poder de convencimento. Para se fundamentar as discussões, traremos Jacques Aumont e Vilém Flusser na visão de multiplicidade de sentidos que uma imagem pode gerar, e o filósofo Walter Benjamin para a reprodutibilidade e unicidade da “aura” dos objetos. Palavras chave: imagem, percepção, hiper-real
MULHERES ARTISTAS DO SURREALISMO E CONTRA-IMAGINÁRIO
Fap - Revista científica de artes visuais, 2023
Resumo: O trabalho pretende analisar algumas obras de Leonora Carrington, Remedios Varo e Leonor Fini, artistas vinculadas ao pensamento e/ou movimento surrealista. Observa-se como a poética feminista desenvolvida por elas ao longo da carreira contribuiu para a formação de um "contra-imaginário" transformador, seguindo o termo utilizado por Tânia Navarro-Swain, por sua vez inspirada em Gaston Bachelard, capaz de reformular significados culturais e operar na dissolução de relações de poder desiguais no que concerne questões de gênero e sexualidades. Animadas pelas ideias de um movimento propositivo à ruptura com as normas, elas exploraram e buscaram reformular os significados do feminino na cultura ocidental pelo mergulho em si mesmas, em outras mitologias e naquilo esquecido ou recusado pela racionalidade dominante-alquimia, misticismo, bestiário. Portanto, o texto visa debater, a partir das ideias e críticas feministas, a contribuição dessas obras para a formulação de um imaginário amigo das mulheres, isto é, filógino, como defende Margareth Rago.
A REALIDADE ICONOGRÁFICA NO CRISTIANISMO
Monografia, 2024
O presente trabalho abordará as raízes históricas e teológicas do uso de recursos iconográficos como instrumento formativo no âmbito da Igreja Cristã, enfatizando as expressões presentes nos ícones no paleocristianismo e na idade medieval, respectivamente. Pesquisar-se-á acerca do uso iconográfico no âmbito de culto e a presença histórica-temporal da iconografia humana e cristã. Abordar-se-á , também, um pensamento teológico histórico por meio da explanação do pensamento dos pais da Igreja e bíblico, através de uma verificação do fenômeno imagético nas Escrituras. Por meio disso, procurar-se-á um papel relevante da imagética cristã na formação da identidade dos cristãos históricos e na atualidade. Não se considerará, portanto, as divergências específicas e subjetivas de cada possível discussão acerca do uso iconográfico, tendo por base apenas a historicidade e arqueologia geral do movimento cristão e a limitada documentação histórica.Tal pesquisa não pretende performar um guia metodológico para a iconografia cristã, tampouco um manual resolutivo iconofilista ou sua antítese iconoclasta. Não se pretende abordar de maneira profunda ou intencional as divergências frente a outras denominações e secções religiosas, apesar de rápidas citações delas.
A TRISTEZA DA TERRA E A VOZ DAS IMAGENS
Nas obras artísticas da pós-memória, são comuns os casos em que o artista revisita o passado colonial fazendo apelo a uma reinterpretação dos arquivos históricos marcantes, muitos deles silenciados ou esquecidos pelas gerações seguintes. Um dos eventos que tem dado lugar a uma série de fecundas re-presentações artísticas é o das mãos cortadas, um dos episódios mais medonhos do período colonial da Bélgica no Congo, em que os colonizadores cortaram as mãos dos africanos, especialmente as crianças, como castigo e exemplo de autoridade. geometrias | 2019 | Nuno Simão Gonçalves (cortesia do fotógrafo)