A PRIVAÇÃO DA LIBERDADE EM CONTEXTOS POLÍTICOS: OS SUPLÍCIOS DE FOUCAULT COMPARADOS AOS IDEAIS JUSNATURALISTAS (original) (raw)
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PODER E LIBERDADE EM FOUCAULT: DIÁLOGOS ENTRE VERDADES E PRÁTICAS SOCIAIS
A pesquisa analisa a interferência do poder na sociedade e nas transformações da vida individual através do estudo dos seus mecanismos e das práticas sociais observadas no Brasil a partir do século XIX, verificando o sistema legal que levou as instituições a alterarem seu cotidiano implantando os mecanismos disciplinares junto com a aplicação de políticas públicas voltadas para a população juntamente com a produção de novas verdades que transformaram o comportamento das pessoas, com consequências políticas e econômicas interferindo na liberdade. Para tanto, a pesquisa bibliográfica e o método observacional foram utilizados para construção do arcabouço teórico e desenvolvimento dos questionamentos que fazem parte da pesquisa. Assim, percebeu-se que os mecanismos de poder atuam como fonte de interferência sobre a vida de uma população modificando comportamentos em direção a outros hábitos mais favoráveis aos efeitos políticos e econômicos desejados ao mesmo tempo em que aparecem novas práticas sociais como demonstrações de liberdade se opondo ao poder e, por isso, representam espaços de antagonismo a comportamentos que são impostos, normalizados e regulamentados, concretizando o aparecimento de novas verdades.
A LIBERDADE DE MICHEL FOUCAULT COMO CONDIÇÃO DE PODER
A LIBERDADE DE MICHEL FOUCAULT COMO CONDIÇÃO DE PODER, 2021
O presente artigo tem como finalidade principal expor a reflexão sobre a liberdade, a partir das diferentes tecnologias de poder, cuja perspectiva traz uma acentuada sistematização do Direito e sua correlação com o Estado. Para Michael Foucault o conceito de liberdade se mostra como uma possibilidade estratégica de se opor às relações de poder, que operam por meio de dispositivos estranhos e móveis em todos os espaços da vida social na sociedade capitalista. O material de análise usado neste artifo são documentos apresentados em forma de entrevista, artigos e em compilados de livros proferidos por Foucault.
INSURGÊNCIAS POÉTICAS SOBRE A PRIVAÇÃO DE LIBERDADES
JNT-FACIT BUSINESS AND TECHNOLOGY JOURNAL -ISSN: 2526-4281 , 2021
Este escrito expõe o contexto prisional descrito na obra “Estação Carandiru”, cenário em que o médico Drauzio Varella retrata uma superlotação de excluídos pela cor e pela pobreza, bem como relacionar a elevada estatística de encarceramento no Brasil aos poemas das mulheres negras Esmeralda Ribeiro, Lívia Natália, Conceição Evaristo e Lubi Prates. A pesquisa para este artigo se coloca como teórica e de cunho bibliográfico. Julgamos que este tema seja relevante para pensar as diferentes abordagens acerca das situações de encarceramento e possíveis poéticas nascidas do sofrimento e da violência
Esse trabalho tem por objetivo evidenciar a compreensão que Richard Rorty (1931-2007), tem do pensamento político Michel Foucault (1926-1984). Inicialmente, apresentaremos o incessante desejo por autocriação que o neopragmatista observa no filósofo francês, um que seria uma forma de se constituir livremente em contraponto às práticas normativas do poder ao longo dos tempos, o que para Rorty, é plausível, mas aponta que Foucault parece esquecer dos desejos por uma comunidade mais solidária, o caracterizando como adepto à cultural Left (Esquerda cultural), em face aos desejos privados, o que seria cruel, e que o filósofo norte-americano não concorda. Rorty mostra que Foucault só tenciona a figura do ironista, aquele que almeja a perfeição privada e tem como a coisa mais importante que os sujeitos podem fazer, contudo, esquece os desejos do liberal, um que diz que a solidariedade humana é algo que deve ser privilegiado para evitar a crueldade, e nesse caso, na conduta política.
MICHEL FOUCAULT E O PODER CONSTITUINTE
2022
LORENA MARTONI DE FREITAS drenadas superficialmente ou se infiltravam no solo, formando lençóis freáticos e novas nascentes. Concomitantemente a toda essa empreitada de navegação fluvial no continente Foucault, outra experiência se constituía na política brasileira que, por sua vez, parecia tomar cada vez mais a forma de um imprevisto tsunami. Após nos lançarmos vitalmente em mar aberto no Junho de 2013, fomos arrebatados por sua ressaca nos Movimentos Contra a Corrupção de 2014, até naufragarmos em uma ilha deserta, depostos em 2016 1. Em seguida vieram o sal e a sede: o desmonte, o desamparo, o desespero, os delírios negacionistas, a milícia armada e os falsos profetas, o fogo, a praga, o isolamento, o sufoco, o genocídio... Esse encontro de águas foi, portanto, crucial para o desenvolvimento deste trabalho, inclusive, para a inflexão que se impôs nos caminhos da pesquisa. E isso porque, inicialmente, esta 1 Refiro-me aqui à tomada massiva das ruas brasileiras em Junho de 2013, inicialmente encabeçada pelo Movimento Passe livre-ligado a pautas urbanas por melhorias no transporte público-, mas que com o decurso dos dias se expandiu vertiginosamenteem especial, após demonstrações violentas de repressão policial-, passando a incluir uma miríade de demandas e manifestações. Já em 2014, outros movimentos como o "Vem pra rua" e o "Movimento Brasil Livre"-com um alinhamento ideológico bastante distinto da esquerda radical que marcou o início dos protestos de Junho de 2012são formados sob a bandeira de "combate à corrupção", e assumiram um importante protagonismo na deposição da presidenta Dilma Rousseff em 2016. Há hoje uma vasta bibliografia voltada a discutir a complexidade dos movimentos de Junho de 2013, seu campo de formação e desdobramentos. Dentre elas, destaco algumas que me parecem fundamentais para a compreensão desse complexo acontecimento: ALBAGLI, Sarita;
COMO FAZER TEORIA POLÍTICA COM FOUCAULT? – O debate sobre a liberdade nas obras de Foucault
ANPOF, 2017
One of the longest lasting problems in the discussion about Foucault has been the problem of freedom. More precisely the question is: How can freedom and resistance be thought and explained in a theory of power and subjectification? I reconstruct exemplary versions of the three main types of approaches to answer this question, and analyze how they fail to do so, to propose a new approach of my own: Freedom as the capability to critical reflection is instantiated through regimes of subjectification which are dependent on political institutions. (This paper is a Portuguese translation of the English original.)
FOUCAULT E A ANÁLISE DO DISCURSO
Neste artigo são apresentados e discutidos alguns importantes conceitos da teoria do discurso de Michel Foucault, especialmente os conceitos de enunciado, prática discursiva, sujeito e heterogeneidade do discurso. A partir do referencial foucaultiano, explicita-se a íntima relação entre discurso e poder, bem como as várias e complexas formas de investigar as coisas ditas. O objetivo é mostrar a produtiva contribuição desse referencial teórico e metodológico para as pesquisas em educação, nas quais que se pretende analisar discursos. FOUCAULT, M. PESQUISA EDUCACIONAL DISCURSO ABSTRACT FOUCAULT AND ANALYSIS OF DISCOURSE ON EDUCATIONAL RESEARCHES. In this paper, I present and discuss some important concepts from Michel Foucaults theory of discourse, specially the concepts of statement, discoursive practice, subject and discoursive heterogeneity. From this theoretical reference, I explain the intimate relation between discourse and power, as well as several and complex forms to investigate expressed things. The aim is to indicate productive contribution of this theoretical and methodological reference to educacional researches which intend to analyze discourses.
A CONFISSÃO EM MICHEL FOUCAULT: RAÍZES INQUISITORIAIS DA JUSTIÇA CONTEMPORÂNEA
A CONFISSÃO EM MICHEL FOUCAULT:, 2021
Elemento privilegiado do direito contemporâneo, a confissão como meio de prova no processo penal constitui o objeto de análise da presente pesquisa. A partir de uma revisão bibliográfica, o estudo buscará decompor e reorganizar o objeto em duas frentes, construindo uma hipótese teórica que propõe observar a confissão enquanto prática inquisitorial de uma instituição, mas que também possui uma profundidade genealógica rastreável nas modulações das técnicas de subjetivação da filosofia grega. A noção do cuidado de si a que se referia Michel Foucault desdobra-se na ética e no asceticismo cristãos, reorganizando o sentido do cuidado de si e lentamente. Isto na medida em que se desenvolvia a filosofia cristã e crescia a influência da Igreja Católica no Estado, carregando de um duplo institucional-subjetivo o ato de confissão. Estes elementos permitem Zaffaroni observar a aparente neutralidade da justiça contemporânea como fachada para um estado autoritário e adepto de práticas inquisitoriais, principalmente em matéria de justiça pena.
ÉTICA E POLÍTICA EM MICHEL FOUCAULT
RESUMO: Pretende-se analisar como, no pensamento de Michel Foucault, a investigação em torno da ética do cuidado de si pode ser lida como desdobramento da ideia de governamentalidade, problematizada a partir de 1978; procura-se indicar, ainda, que essa ética do cuidado de si é a condição do governo político dos outros, na leitura da tradição socrática, o que possibilita uma revisitação da política. Mas, desde a avaliação que Foucault faz da figura de Sócrates em relação à política ateniense até seu diagnóstico da política contemporânea, essa revisitação tem sido conflitante, pelo menos quando se trata da constatação da maneira como as instituições políticas cuidam dos cidadãos. Esse conflito beira ao paradoxo, posto que, ao mesmo tempo em que a biopolítica afirma uma política da vida, no sentido de proporcionar seu cuidado, preservação, longevidade, observa-se também a atuação de uma política sobre a vida, enquanto vida controlada e submetida ao biopoder. Essa discrepância entre dispositivos discursivos e práticas efetivas demonstra uma ausência do cuidado da verdade, entendido aqui como coerência entre o que se diz e o que se faz. Enquanto desdobramento do cuidado de si, o cuidado da verdade pode ser interpretado como uma chave de leitura fundamental para o diagnóstico dos riscos e perigos que ameaçam recorrentemente a vida humana.