Ser Mãe na Universidade: Um Estudo sobre a Maternidade durante a Graduação em Medicina no Estado de São Paulo (original) (raw)
Related papers
Tornar-Se Mãe No Contexto Acadêmico: Dilemas Da Conciliação Maternidade-Vida Universitária
ufrb.edu.br
Resumo: Este artigo visa apresentar os desafios da conciliação entre maternidade e vida acadêmica, apontando a necessidade de políticas de assistência para dar suporte às jovens mulheres que se tornam mães no percurso da formação superior. Com esse propósito, dispomos de alguns dos resultados obtidos pela pesquisa "Tornar-se Mãe no Contexto Acadêmico: narrativas de um self participante", apresentada como dissertação de Mestrado ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFBA, que descreveu a experiência de quatro mães-universitárias, na faixa etária dos 19 aos 25 anos de idade. A pesquisa que ora apresentamos fundamentou-se na Psicologia Cultural do Desenvolvimento e na Abordagem do Self Dialógico, tendo como lentes de análise as categorias gênero e geração, e trilhou, na pesquisa de campo e na textualização dos dados, os caminhos sugeridos pela abordagem (auto)biográfica em Etnografia, que pressupõe uma relação dialógica entre o self do pesquisador, o campo e as biografias. Discutem-se ainda novas compreensões acerca do conceito de assistência na educação superior, articuladas a questões de gênero, e na interface com as políticas de ações afirmativas.
Brazilian Journal of Development
A mulher atual cuida dos filhos, da casa, trabalha fora e em alguns casos, estuda, o que claramente é algo para se orgulhar, todavia, ser mãe pode ser uma barreira em sua vida acadêmica. O objetivo geral deste estudo foi analisar a percepção das estudantes do Curso de Bacharelado em Administração de uma instituição de ensino federal sobre como a maternidade afeta a vida acadêmica. Metodologicamente, foi realizada uma pesquisa qualitativa, de natureza descritiva pelo método do estudo de caso. Este estudo utilizou-se de dados secundários que consistiram na pesquisa bibliográfica desenvolvida para a construção do arcabouçou teórico do presente estudo e os dados primários se deu mediante a aplicação de um questionário semiestruturado a 86 alunas do Curso de Administração de uma instituição de ensino federal. Nos resultados, a maioria das estudantes responderam que ter filhos dificulta a realização de atividades acadêmicas, entretanto, as que já são mães responderam que é possível concil...
Expressa Extensão
O Projeto “Mães na Universidade: acesso, permanência e progressão de mulheres-mães” engendrou-se em fevereiro de 2021 e institucionalizou-se com o apoio da Pró-Reitoria de Extensão Universitária da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) como projeto de extensão universitária em março de 2021. O projeto trabalha - em parceria com movimentos, núcleos e coletivos que se debruçam sobre os estudos e ativismos maternos - formas de promoção da equidade de gênero dentro e fora da universidade, com foco em ações que visam o acesso, a permanência e a progressão de mulheres-mães na universidade. A partir desses três eixos, o projeto desenvolve ações que auxiliam na difusão do debate acerca da maternidade e da equidade de gênero no espaço acadêmico, na visibilidade, na reflexão e na conscientização quanto às questões e problemáticas maternas. Através das ações desenvolvidas, o projeto cria possibilidades de acesso à universidade para mulheres-mães e cria espaços que visam a diminuição da...
Extensão Tecnológica: Revista de Extensão do Instituto Federal Catarinense
Este relato visa tecer contribuições para os debates contemporâneos sobre extensão universitária, gênero e interseccionalidade, tendo como base a atuação do Gestar - Grupo de estudos, análise, reflexões e pesquisa sobre maternidade e ciência, vinculado à Universidade Federal de São Carlos. É evidente que o espaço acadêmico se estrutura sob o distanciamento de mulheres dos espaços de poder, de visibilidade e de tomadas de decisão e que reproduz constantemente as desigualdades estruturais de gênero sedimentadas nos diversos âmbitos sociais. Dessa forma, tomando como base o conceito de interseccionalidade proposto por Patrícia Hill Collins e Sirma Bilge (2021), compreendemos, através do Gestar - que articula em suas atuações as discussões de gênero, raça e classe – a necessidade de ações efetivas como a alteração de editais em prol das mulheres mães, das instalações adequadas nas dependências das universidades e da realização de pesquisas que promovem reflexões mais aprofundadas sobre ...
MÃES NA GRADUAÇÃO: política e maternidade nas universidades públicas do Brasil
2021
O artigo trata dos desafios de conciliar maternidade e universidade, focando a graduacao, a partir da pesquisa etnografica desenvolvida junto aoColetivo de Maes da UFF, do qual fiz parte (2016- 2019) e, que buscou visibilidade, apoio as maes e a implementacao de politicas publicas especificas a permanencia na universidade. Relaciona-se a um movimento de “politizacao” da maternidade, propondo novas linguagens e negociacoes. Os movimentos feministas levaram a importantes reflexoes sobre a sujeicao das mulheres (inclusive maternidade), bem como sobre um possivel lugar de emancipacao delas. A producao antropologica sobre o tema da maternidade cresce a cada dia e, a partir do trabalho de campo desenvolvido (2018-2019), propoe-se uma reflexao sobre os desafios enfrentados em conciliar maternidade e estudar em uma universidade publica no Brasil.
Na universidade brasileira, maternidade rima com produtividade científica?
Revista Brasileira de Pós-Graduação
Nesse artigo, analisamos as relações entre carreira acadêmica e maternidade, a partir de pesquisa empírica com depoimentos coletados com quatro professoras de sociologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Nesses depoimentos, interrogamos: quais são as tensões entre carreira e maternidade experienciadas por essas professoras? Como as professoras mães e as professoras sem filhos articulam maternidade e carreira? Em suma, na universidade brasileira maternidade rima com a produtividade científica? O trabalho de Bitencourt (2013) sobre maternidade e carreira de acadêmicas na fase de doutorado, além de pioneiro, permitiu-nos um diálogo teórico-metodológico para a análise das relações entre carreira e maternidade. Os resultados obtidos informam que as professoras mães experienciam múltiplas tensões nas relações entre carreira acadêmica e maternidade: jornadas de trabalho extenuantes, delegação do trabalho reprodutivo a outrem, maior tempo para a construção da carreira e sentim...
Autoestima de mães universitárias no ambiente acadêmico
Revista Eletrônica Acervo Saúde
Objetivo: Identificar o nível de autoestima das mães universitárias dos cursos de graduação de uma Instituição de Ensino Superior do interior do estado do Rio Grande do Sul. Métodos: Pesquisa quantitativa, desenvolvida com 31 estudantes de graduação que possuíam filhos de até dois anos de idade, realizada em uma Instituição de Ensino Superior. A coleta de dados ocorreu por meio de aplicação de questionário de caracterização e da Escala de Autoestima de Rosenberg. Os dados foram organizados no programa Epi-info® (versão 7.2.3). A análise ocorreu por meio de estatística descritiva no programa estatístico R. Resultados: A maioria das mães universitárias eram brancas, na faixa etária dos 20 aos 29 anos, possuía companheiro e um filho. Nos resultados acadêmicos, 22 nunca trancaram o curso e 28 não receberam nenhum tipo de assistência estudantil. Essas mulheres não participavam de atividades de ensino, pesquisa e extensão. Em relação à autoestima, 21 mães universitárias possuem uma autoes...
Mães na universidade: trabalho reprodutivo e estratégias de permanência
Revista Feminismos, 2020
Resumo O objetivo do texto é discutir as estratégias de permanência de estudantes mães em uma universidade federal. Está baseado em pesquisa qualitativa exploratória, por meio da aplicação de questionários e entrevistas cujos dados foram submetidos a uma análise de conteúdo. Parte-se do conceito de trabalho reprodutivo, a partir das contribuições da teoria da reprodução social, para então apresentar as estratégias de permanência materiais e simbólicas desenvolvidas por estudantes mães na universidade pesquisada. Destaca-se como o trabalho reprodutivo consubstanciado nas demandas da maternagem embaralha a classificação entre material e simbólico, por seu status histórico de atividade não remunerada, e desenvolvida no Brasil especialmente por mulheres negras. Com o pouco tempo disponível, as estudantes mães apostam em estratégias de permanência simbólicas individuais mais do que coletivas, tendo como efeito uma alta demanda por acolhimento. Palavras-chave: Permanência Estudantil; Direto à Educação Superior; Maternidade; Estratégias de Permanência; Trabalho Reprodutivo. Abstract: The aim of the text is to discuss undergraduate mothers retention strategies in a Brazilian federal university. It is based on qualitative exploratory research, through the application of surveys and interviews, which were submitted to content analysis. The concept of reproductive work is drawn from the contributions of social reproduction theory and then material and symbolic strategies by mother students are presented. We highlight how reproductive work embodied in motherhood demands challenges classification between what is material or symbolic, due to its historical status of unpaid activity, and developed in Brazil specially by black women. With little time available, the student mothers bet on individual rather than collective symbolic retention strategies, which leads to a high demand for harbouring.
Maternidades e academia: experiências analíticas e políticas
Perspectivas em Diálogo: Revista de Educação e Sociedade, 2023
Neste artigo, buscamos problematizar a maternidade no cotidiano das universidades como uma questão que traz dimensões reflexivas para a experiência de ensino-aprendizagem, para as relações intersubjetivas e para as problematizações teórico-analíticas produzidas na academia. Nossas análises sobre as relações entre maternidades e academia partem de nossas experiências como mães e pesquisadoras de temas relativos à maternidade e, em específico, sobre vivências e teorizações em torno da maternidade solo e do uso da terminologia monoparentalidade. É, então, a partir desse encontro entre as autoras, mas também delas com outras parceiras intelectuais e experienciais na academia que este texto busca problematizar como a construção de questões, a um só tempo, teóricas, políticas e experienciais, se dá atravessada pela experiência da maternidade como um marcador social da diferença. Palavras-chave: Maternidade; ensino superior; ambiente acadêmicocientífico; marcador social da diferença.