Rádio e a Memória do Cotidiano (original) (raw)
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Rádio e memória do cotidiano 1
A partir da compreensão que a memória é uma construção social, produzida pelos homens em suas relações sociais e experiências vividas (HALBWACHS, 2013), o artigo aborda como o rádio participa da vida cotidiana e colabora para a construção de sentidos na interação entre ouvintes e comunicadores, por meio da análise de conteúdo de comentários dos ouvintes de quatro emissoras populares brasileira registrados em fanpages no Facebook. Os comentários revelam histórias de vida tecidas nas relações de afeto, amizade entre ouvintes e o espaço radiofônico. Constata que a reiteração dessa prática comunicacional é parte da construção de laços sociais, sentimento de pertencimento e de coesão garantida pelos quadros sociais da memória coletiva. É um vínculo que se estabelece a partir da tradição da cultura oral que tem sido capaz de suscitar efeitos mesmo em tempos de Internet móvel e a interação das redes sociais.
TIA JÚLIA E O ESCREVINHADOR. Rádio, oralidade e memória
Revista Nexi Issn 2237 8383, 2012
Este ensaio propõe uma discussão sobre a memória, a cultura e a oralidade, presentes no rádio, através da obra de Vargas Llosa do mesmo título e a penetração do radioteatro na América Latina até os anos 1950. A imitação da realidade presente na composição dos dramas encontra eco na subjetividade dos ouvintes-receptores, cujo imaginário vivencia e recria as situações propostas a partir de seu cotidiano, num constante ressignificar que o rádio, enquanto mídia sonora e multiplicadora de cenários proporciona. Este modo de ver o receptor da mídia gerou estudos de recepção sob a ótica cultural que considera a importância de se ater às práticas cotidianas do público, verdadeiro mediador de significados no processo comunicativo, reconhecendo nele (o receptor) não mais um consumidor de supérfluos culturais padronizados, mas um produtor de novos sentidos. Conclui-se que as peças radiofônicas instigam a imaginação dos ouvintes e contribuem para vivificar a memória do rádio. Além de uma leitura analítica da obra citada, o trabalho se sustenta em pesquisas bibliográficas e documentais.
Memórias da era dourada do rádio: fragmentos do passado
Temática
Este artigo apresenta considerações sobre a memória individual do rádio na forma de recordações conforme o prisma da memória nos conceitos de Nora, Halbwachs, Meneses e Le Goff. Expõe também a barreira entre a memória do rádio e sua história com o passar do tempo, pois os atuais momentos de convergência criam homogeneidade nas identidades, dificultando a nitidez de uma memória viva. Foi necessária a introdução de alguns aspectos da programação das décadas de 1940 e 1950 para reforçar o quão marcante foi esse período para grande parte da população brasileira, que tinha nesse meio a única fonte de entretenimento e informação.Palavras-chave: Memória. Rádio. História do rádio.
Redação AM: a memória do rádio nas ondas da TV esportiva
Mosaico, 2018
Este trabalho analisa o quadro Redação AM, do programa Redação Sportv, veiculado pelo canal de assinatura Sportv, que superpõe narração de rádio a vídeos de trechos de jogos de futebol, disputados no Brasil e no exterior. A disponibilidade online, no Facebook e no portal Globo.com, acrescenta mais uma mídia, a internet, a esta superposição do rádio à TV. A descrição oral de locutores brasileiros e estrangeiros evidencia os elementos semiológicos presentes na narrativa esportiva radiofônica: identificação, visualização e velocidade.
Rádio UFOP Educativa e a Problemática de sua Memória
Este estudo tem como objetivo apresentar dados preliminares do Projeto Memória Rádio UFOP relacionado à emissora Educativa 106.3 FM, sediada em Ouro Preto, em Minas Gerais. A metodologia empregada foi a coleta de dados por meio da História Oral com antigos e atuais colaboradores da emissora, análise documental por meio de pesquisa no Banco de Teses e Dissertações da Capes, da Scielo, na sede da emissora e junto aos seus colaboradores, e inventário relacionado aos nomes das produções e dos colaboradores ao longo de 19 anos de sua existência. Considerando o problema de retenção e socialização da memória cultural da emissora, torna-se possível questionar os meios de se manusear as memórias (a memória cultural de forma específica) na pós-modernidade. Palavras-chave: Rádio UFOP Educativa, Memória, Modernidade.
Educação & Sociedade, 2007
Tomando-se o cotidiano como alavanca metodológica do conhecimento, analisam-se as tensões resultantes do embate entre diferentes tipos de reflexividade. Nomeadamente, quando a reflexividade impositiva (orientada pelo passado) se confronta com a reflexividade transformadora (orientada para o futuro) geram-se situações dilemáticas que fazem com que o cotidiano se assuma cada vez mais como um terreno de negociações, resistências, inovações e, consequentemente, de dilemas. Dilemas banais do cotidiano são analisados como o uso da gravata, os comportamentos sexuais ou as condutas nas filas de trânsito. As conclusões sugerem que a modernidade não deve ser apenas entendida como um empolamento de opções; que a subjectivação não se opõe à socialização; e que a individualização pode gerar uma falsa consciência de libertação.