(2009) O futuro anterior: continuidades e rupturas nos movimentos estudantis do Brasil (original) (raw)
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LACERDA, Gislene Edwiges de. O movimento estudantil e a transição democrática brasileira: memórias de uma geração esquecida. 2015. 216f. Tese (Doutorado em História Social). Programa de Pós-Graduação em História Social, Instituto de História, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2015. Esta tese aborda a trajetória do movimento estudantil durante a ditadura militar brasileira, no período entre 1973 e 1985, analisando o papel deste grupo no processo de transição democrática a partir das memórias de seus ex-militantes. A reorganização do movimento estudantil e a nova tática na luta política nos anos 1970, designou a ele o pioneirismo no retorno às manifestações de ruas pós-1968, sendo o ano de 1977 o momento auge deste processo. As mobilizações do movimento estudantil envolveram os demais movimentos sociais que, unidos pela bandeira das liberdades democráticas, foram responsáveis por alargar os limites impostos pelo projeto de abertura “lenta, gradual e segura” proposto pelos militares. No entanto, o período da transição democrática ainda se constitui como um campo em disputa na memória sobre a Ditadura. As narrativas estudantis da geração da transição demandam pelo seu reconhecimento no tempo presente, demonstrando um ofuscamento da importância política dos estudantes neste contexto. O esquecimento desta geração é reflexo do modelo de transição pactuada vivenciado no Brasil e do processo de construção da memória sobre a Ditadura, marcado pelas políticas de memória do Estado, por ações de memória do próprio movimento e por produções memorialísticas sobre o movimento estudantil da transição em curso desde os anos 1970.
Movimentos estudantis e praxe académica no declínio do Estado Novo apesar das repetidas evocações consagradas às lutas estudantis dos anos sessenta e setenta, persistem ainda lacunas e mal-entendidos que levam à manutenção de uma memória demasiado selectiva. o presente texto relaciona os movimentos estudantis desse período com as mutações então ocorridas no terreno da praxe académica em Coimbra, colocando em evidência o modo como durante cerca de dois decénios se foi construindo uma forma de estar e agir distante dos tópicos do tradicionalismo coimbrão e até mesmo em ruptura com ele. simultaneamente, problematiza-se a imagem de um tempo contestatário focalizado quase exclusivamente na "crise de 69", chamando a atenção para algumas margens de esquecimento promovidas pela associação da memória dos combates estudantis dos "longos anos sessenta" a esse momento mais grandioso.
Revista Crítica de Ciências Sociais, 2008
MIGUEL CARDINA Memórias incómodas e rasura do tempo: Movimentos estudantis e praxe académica no declínio do Estado Novo apesar das repetidas evocações consagradas às lutas estudantis dos anos sessenta e setenta, persistem ainda lacunas e mal-entendidos que levam à manutenção de uma memória demasiado selectiva. o presente texto relaciona os movimentos estudantis desse período com as mutações então ocorridas no terreno da praxe académica em Coimbra, colocando em evidência o modo como durante cerca de dois decénios se foi construindo uma forma de estar e agir distante dos tópicos do tradicionalismo coimbrão e até mesmo em ruptura com ele. simultaneamente, problematiza-se a imagem de um tempo contestatário focalizado quase exclusivamente na "crise de 69", chamando a atenção para algumas margens de esquecimento promovidas pela associação da memória dos combates estudantis dos "longos anos sessenta" a esse momento mais grandioso.
Memória e actualidade dos movimentos estudantis
Revista crítica de ciencias sociais, 2008
Os movimentos estudantis dos anos sessenta têm continuado a suscitar recor-rentes polémicas. A evocação-celebração dos quarenta anos volvidos sobre o Maio de 68 em França apenas veio dar-lhes uma maior projecção. Mas falar dos anos sessenta a propósito do ...
UMA AVENTURA POLÍTICA: MOVIMENTAÇÕES ESTUDANTIS NO BRASIL DOS ANOS 1970
Nas palavras do sociólogo Vinícius Caldeira Brant, presidente da UNE na gestão 60/61: "De uma vez por todas: engana-se quem pensa que a UNE foi sempre a mesma coisa, boa ou má. Ela não foi uma simples peça no jogo dos governantes, 27 Renato Bahia. O estudante na História Nacional. Salvador, Livraria Progresso, 1954 28 Segundo o autor: " A participação do estudante brasileiro, na vida social e política do país, têm sido, pois, uma constante de nossa história. Remonta à época colonial, como vimos, quando, alunos das universidades estrangeiras, êles traziam, ainda estudantes ou recem-formados, para o organismo indolente da Colônia, o surto renovador das ideologias bebidas naquêles centros de ensino. Estudantes e recemformados foram, em sua quasi totalidade, os trafegos conspiradores da Inconfidência Mineira, os organizadores das associações secretas, das academias, oficinas e aeropagos, onde se forjou o espírito revolucionário de 1817, os propagandistas entusiastas e colaboradores solicitos da independência nacional". Ibidem, pp. 199/200
Revista Historia de la Educación Latinoamericana, 2012
En este artículo me propongo examinar las cuestiones de la historiasocial de los movimientos estudiantiles en el continente, tomando como caso de Argentina, Perú, Cuba y México, por supuesto lo hago en plena colaboración con los especialistas con los cuales mantengo diálogo intenso y los tengo como referencia de mi narrativa sobre el tema. Los movimientos estudiantiles reciben diferentes interpretaciones de su protagonismo juvenil. En Francia, incluso con los socialistas en el poder, hubo un trabajo de la desfiguración del movimiento poco después de su término. Mayo del 68 fue establecido definitivamente como una revuelta de la juventud, o comola juventud es considerada el tiempo del amor y pasiones, el movimiento de 1968, se asimila como una aspiración de los jóvenes en la búsqueda de suprimir el yugo de los padres y de los tabúes sexuales. Por otra parte, hay que reconocer en el movimiento francés sus fuertes contenidos culturales ysu firme deseo de cambiar las estructuras institu...
Revista de História, 2023
Muito se fala sobre 1968, “o ano que não terminou”. Revolta da juventude no mundo como um todo – e no Brasil também –, quebra de paradigmas, repulsa a velhos valores e, claro, intensificação do movimento estudantil, principalmente universitário. Mas, e antes de 1968? Os estudantes, que, antes deste ano, haviam “despertado”, passaram a primeira metade da década de 1960 adormecidos? Assim, este trabalho tem por objetivo analisar a organização política dos estudantes do ensino superior, especificamente da cidade de São Paulo, na famosa rua Maria Antônia, onde ficava a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) da Universidade de São Paulo (USP), entre 1964 e 1967. Os dados para a realização deste estudo são frutos de pesquisa de doutorado ainda em andamento, cujo objetivo é constituir uma biografia histórica de Iara Iavelberg (1944-1971), militante das organizações revolucionárias contra a ditadura civil-militar.
O Movimento Estudantil Na Universidade Do Ceará: Uma Nova Abordagem Histórica
2013
Quando nos debrucamos mais intensamente sobre a bibliografia da historia da participacao politica dos estudantes, geralmente percebemos que prevalecem pesquisas que enfocam o movimento nas ruas, nos confrontos, manifestacoes e passeatas. Raro encontrar estudos que abordem o movimento estudantil atuando internamente nas instituicoes universitarias, disputando e construindo espacos politicos com outros atores sociais. O objetivo do presente artigo e perceber as possibilidades de uma nova abordagem historica sobre o movimento estudantil, relacionada a renovada historia politica e ao conceito de cultura politica, buscando dessa forma, compreender a historia do movimento estudantil na Universidade do Ceara como um microcosmo singular de disputa pelo poder e acao politicaMovimento Estudantil, Universidade do Ceara, Cultura Politica