Ensinando a morar: o Edifício Esther e os embates pela habitação vertical em São Paulo (1930-1962) (original) (raw)
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O presente trabalho aborda o tema, ainda pouco estudado, da arquitetura residencial verticalizada em São Paulo, nas décadas de 1930 e 1940. A partir de alguns estudos de caso representativos, são apresentadas observações relativas a aspectos como: as estratégias de disseminação da nova forma de morar; as opções estéticas disponíveis; a definição dos programas das unidades e as soluções de planta desenvolvidas. Espera-se evidenciar a riqueza e complexidade do assunto, que se configura não apenas como importante tema da história da arquitetura paulistana, mas, principalmente, como significativo patrimônio cultural da cidade, a ser conhecido e protegido.
Um olhar sobre a habitação em São Paulo
2003
Os autores apresentam uma visao geral e historica das condicoes de habitacao na cidade de Sao Paulo. Certamente, os dados basicos e universalmente aceitos como bons indicadores das condicoes habitacionais incluem informacoes sobre densidades, propriedade, acesso a infra-estrutura, superficie construida, qualidade da moradia, etc. Neste trabalho, contudo, os indicadores limitaram-se aos dados censitarios disponiveis. De qualquer maneira, esse esforco de sintese e de grande valor para os estudos urbanos da metropole contemporânea e de sua evolucao historica.
Constelação ASTER: histórias de um centro de estudos de arte em São Paulo (1978-1981)
2021
O objeto principal desta tese é o Centro de Estudos ASTER, um híbrido entre ateliê e escola dedicado principalmente à formação de artistas visuais na cidade de São Paulo entre 1978 e 1981. No ASTER, foram realizadas tanto palestras, conferências e cursos teóricos ligados a disciplinas como História da Arte, Filosofia e Ensino de Arte, como também cursos de criação artística ligados às Artes Visuais, especialmente às técnicas de gravura. Para compreender a experiência artística e pedagógica do ASTER, são analisadas as trajetórias profissionais precedentes dos seus fundadores: Donato Ferrari, Julio Plaza, Regina Silveira e Walter Zanini. Para identificar as contribuições do ASTER para a História da Arte e para a História do Ensino de Arte no Brasil, também são tratadas neste estudo iniciativas conectadas com o ASTER: a criação da Faculdade de Artes da Fundação Armando Alvares Penteado, a gestão de Walter Zanini no Museu de Arte Contemporânea da USP, a criação da Escola de Comunicações e Artes da USP, as atividades de videoarte da produtora Cockpit, a elaboração do livro História Geral da Arte no Brasil e a organização da XVI Bienal de São Paulo.
Cadernos De Pos Graduacao Em Arquitetura E Urbanismo, 2013
Nas últimas décadas, o mercado imobiliário tem estimulado a produção de loteamentos e condomínios fechados, horizontais ou verticais, aproveitando-se do medo da violência e tentando oferecer a ideia de que morar em um condomínio fechado proporcionará ao usuário mais segurança e lazer. O mercado imobiliário caracteriza padrões, utilizando alguns elementos retóricos para agregar valor ao seu produto. O presente artigo apresenta as principais características de empreendimentos residenciais verticais de médio e alto padrões que reproduzem, pelas suas características arquitetônico-urbanísticas, esse isolamento relativo da cidade. Analisa alguns desses empreendimentos na cidade de São Paulo, localizados em diferentes regiões, a fim de identificar características comuns que justificam a denominação a eles conferida pelo mercado imobiliário, de "condomíniosclube".
Edifícios de apartamentos, São Paulo, anos 1950: mercado imobiliário e (um pouco de) arquitetura
Pós. Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP, 2012
Re sumo O objetivo deste artigo é entender aspectos da produção de edifícios de apartamentos na cidade de São Paulo, nas décadas de 1940 e 1950, realizada pelos primeiros incorporadores imobiliários. Nessa época, os procedimentos de produção teriam se alterado, e o mercado imobiliário se profissionalizado, com o surgimento de um novo agente centralizador do processo: o incorporador. Ele passa a participar de todas as etapas do empreendimento, desde a escolha e compra do terreno, definição do produto, desenvolvimento dos projetos, aprovações em órgãos públicos, captação de fundos para financiamento da obra, construção do edifício, até a venda das unidades. A escala aumentou, tanto em número de unidades produzida como no volume construído, e os promotores começaram a investir em estratégias de inserção, em um mercado cada vez mais competitivo. O recorte cronológico do trabalho se situa entre os anos de 1942 e 1964, ou seja, entre a promulgação da lei do Inquilinato e a fundação do Banco Nacional de Habitação (BNH). Uma das conclusões importantes deste trabalho é que, com a crescente profissionalização dos agentes imobiliários envolvidos nesse mercado e a busca por empreendimentos cada vez mais baratos, o projeto arquitetônico sofreu uma considerável padronização de suas soluções espaciais.
A FACE PRIVADA DA ARQUITETURA MODERNA A idealização do Edifício Esther
Este artigo trata de um dos aspectos da história das cidades brasileiras que ainda se encontra pouco estudado: a ação dos promotores. Envolvidos nas reformas urbanas e no processo de verticalização dos primeiros anos do século XX, muito pouco se sabe sobre a escala de influência que exerceram nessas atividades. A partir do estudo de uma das mais tradicionais famílias paulistas, a Família Nogueira, antiga proprietária do Edifício Esther, marco da Arquitetura Moderna nacional, averiguam-se quais interesses conduziram-na à construção de um arranha-céu nos anos 30, procurando demonstrar que alguns dos ideais tradicionalmente expressos como parte exclusiva do repertório dos arquitetos também estavam presentes no discurso desses agentes promotores. O anseio dos arquitetos autores do projeto em ver novos parâmetros arquitetônicos estabelecidos no país, encontrava ressonâncias nas idéias dos promotores: ambos viam nesse empreendimento uma oportunidade de se aliarem ao esforço de modernização da sociedade brasileira.
Moderno edificado em São Paulo: crescimento e desejo de transformar-se em metrópole
III Seminário Docomomo Estado de São Paulo: permanência e transitoriedade do modernismo paulista, 2005
Muitos pesquisadores já se detiveram em temas específicos de São Paulo no período entre 1920 e 1960, época de grande crescimento demográfico e territorial da cidade, em que cada vez é maior o número de edificações sintonizadas com preceitos de uma arquitetura moderna, pontuando o centro da cidade e se constituindo em verdadeiros focos de interesse. Parte dos arquitetos do período passa a se envolver cada vez mais com essa produção e, igualmente, a participar da vida cultural da urbe, numa clara tentativa de agrupamento em torno de uma causa comum, a arquitetura moderna. Para reconhecimento desse moderno edificado em São Paulo, realizou-se abordagem aproximativa, partindo-se da cidade-panorama com uma gradual aproximação para particularizar construções significativas da arquitetura moderna, implantadas no centro da Paulicéia no período. A observação de um ponto externo remete à cidade-museu e ao museu-cidade no período em que o Museu de Arte Moderna de São Paulo esteve envolvido com essa produção, pela participação in loco e com relação ao ideário preconizado. Como não faz parte do escopo deste trabalho um estudo exaustivo de todos os arquitetos ligados ao modernismo, o recorte estabelecido compreende a participação dos arquitetos estrangeiros cujas obras compõem grande parte da área urbana central, embora nunca tenham participado do debate cultural do período. O trabalho igualmente focaliza a produção dos arquitetos que de alguma maneira estão relacionados com o MAM em seu momento inicial, pois se percebe nesse grupo a clara intenção de contribuir para a disseminação da arquitetura moderna e, por conseguinte, auxiliar na construção de uma cidade igualmente moderna. Por fim, serão enumerados os projetos emblemáticos do centro da cidade, mesmo que os idealizadores não façam parte de nenhuma das duas categorias acima expostas, por serem responsáveis pela introdução de novos preceitos na Paulistânia ou se destacarem na paisagem pelas características exemplares.