O CONTEXTO CULTURAL DAS DOENÇAS DIARRÉICAS ENTRE OS WARI', ESTADO DE RONDÔNIA, BRASIL Interfaces entre antropologia e saúde pública (original) (raw)
Related papers
2021
: As invasões em terras indígenas continuam mesmo durante a pandemia de Covid-19. O objetivo é compreender as estratégias de apropriação territorial em terras de culturas tradicionais, como a dos indígenas Suruí, em Rondônia, Brasil. A metodologia da pesquisa utilizou o método de estudo de caso com abordagem qualitativa, valendo-se de um protocolo de pesquisa com três variáveis. Os resultados apontaram para um conjunto de diferentes tipos de invasores de terras indígenas, que não mais se resumem apenas aos latifundiários, podendo a pandemia do coronavírus ter contribuído para o aumento das invasões. A conclusão reitera que as estratégias de apropriação territorial em terras indígenas foram ampliadas, dando indícios da existência de um processo de apagamento da identidade territorial dos indígenas na América Latina.
Resumo: Os remanescentes de quilombos estão entre os grupos mais socialmente vulnerabilizados do Brasil. No que diz respeito à saúde, sua situação também se apresenta precária em todas as regiões do país. Na Amazônia, ainda são poucas as investigações sobre a saúde dos quilombolas. O objetivo deste estudo foi identificar a prevalência das principais doenças crônicas que acometem um grupo de populações quilombolas conhecidas como "Mola", localizadas no nordeste paraense, relacionando-as com os Determinantes Sociais de Saúde (DSS). Observou-se que há elevado índice de doenças crônicas entre essas populações negras rurais em comparação com o restante da população brasileira. 87,08% dos adultos apresenta problemas crônicos relacionados ao sistema digestivo, 50,9% apresentaram doenças de pele, 48,08% apresentaram algum nível de pré-hipertensão ou hipertensão arterial e 43,63% tem afecções oftalmológicas. Foram analisados também aspectos relacionados a comorbidades como tabagismo, etilismo, obesidade e aspectos socio-ecológicos que apontam para a existência de forte relação entre a prevalência das doenças crônicas e os DSS. Abstract: The maroons' remnants are among the most socially vulnerabilized groups in Brazil. With regard to health, their situation also is precarious in all regions of the country. Na Amazônia, ainda são poucas as investigações sobre a saúde dos quilombolas. In the Amazon, still there is a few investigations on the health of the Maroons. The purpose of this study was to identify the prevalence of major chronic diseases affecting a group of Maroons known as "Mola", located in northeast Pará, relating them to the Social Determinants of Health (SDH). We observed that there is high rate of chronic diseases among these rural black populations in comparison to the rest of Brazilian population. 87.08% of adults has chronic problems related to the digestive system, 50.9% had skin diseases, 48.08% presented some level of pre-hypertension or hypertension and 43.63% have eye disorders. We also analyzed aspects related to comorbidities such as smoking, alcoholism, obesity and socio-ecological aspects, which point to the existence of a strong relationship between the prevalence of chronic diseases and the SDH. Résumé: Les rémanences de marronnages sont parmi les groupes les plus socialement marginalisés au Brésil. En matière de santé, de leur situation présente également précaire dans toutes les régions du pays. En Amazonie, ils sont encore quelques enquêtes sur la santé des Maroons. L'objectif de cette étude était de déterminer la prévalence des principales maladies chroniques qui affectent un groupe de populations Maroons connus comme "Mola", situé dans le nord-Pará, les rapportant aux Déterminants Sociaux de la Santé (DSS en portugais). Il a été observé qu'il existe taux élevé de maladies chroniques parmi ces populations noires rurales par rapport au reste de la population. 87.08% des adultes a des problèmes chroniques liés au système digestif, 50,9% avaient des maladies de la peau, 48,08% présenté un certain niveau de pré-hypertension ou d'hypertension et 43,63% ont des troubles oculaires. Ils ont également analysé les aspects liés à comorbidités comme le tabagisme, l'alcoolisme, l'obésité et les aspects socio-écologiques qui pointent vers l'existence d'une forte relation entre la prévalence des maladies chroniques et de la DSS. Mots-clés: Marronnages, maladies chroniques, les déterminants sociaux de la santé, de la santé publique, les soins primaires.
A Questão Da Saúde Indígena Nos Territórios Sociais Do Rio Grande Do Norte
2021
This article proposes to discuss the main challenges faced by indigenous people in Rio Grande do Norte regarding the issue of health in their social territories – concept proposal for anthropologist Paul Little – raising reflections regarding both the colonial period and the present day in the context of the covid-19 pandemic, when dialoguing with Historical Anthropology, through authors such as Barth; Almeida; Pacheco; Neves; among others. Through the analysis of documentary sources from the colonial period; official governments data; and oral reports by indigenous leaders 1 Doutorando em História pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Mestre em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Especialista em Etnologia Indígena pela Universidade Venda Nova do Imigrante (FAVENI), vinculado ao grupo de pesquisa "Formação dos Espaços Coloniais: economia, sociedade e cultura" (FEC/UFRN/CNPq). Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/179061648222378...
A doença renal crônica é a perda lenta, progressiva e irreversível das funções renais. O tratamento hemodialítico é uma terapia que favorece o sedentarismo e a deficiência funcional, contribuindo para uma baixa tolerância ao exercício e descondicionamento. O objetivo deste estudo foi investigar o perfil sócio cultural de portadores de doença renal crônica dos indivíduos que realizam tratamento hemodialítico. O estudo teve caráter descritivo e quantitativo. Foram analisados 30 indivíduos no período de setembro a novembro de 2009 de uma Unidade Renal. Para a coleta de dados os instrumentos utilizados foram a ficha de avaliação e um questionário sócio cultural. Constatou-se que há um predomínio de homens, com média de 49,5 anos, casados, acima do peso, aposentados por invalidez, com ensino médio completo, não tabagistas, praticantes de exercícios físicos, com hipertensão arterial sistêmica e/ou diabetes mellitus como doenças associadas, sem histórico familiar para doenças renais. Conclui-se que a Unidade Renal investigada esta coerente com os dados nacionais e que políticas publicas de promoção a saúde são fundamentais para a qualidade de vida dos doentes renais crônicos.
The dialogues between anthropology and health: contributions to public policies Resumo No intuito de examinar o desenvolvimento dos paradigmas antropológicos e seu diálogo com a medicina, a discussão está organizada segundo dois eixos gerais, porém não exclusivos: o que enfoca a saúde e a doença como experiência e construção sociocultural, e o que examina a saúde a partir de uma perspectiva interacional e política. No primeiro eixo, privilegio as teorias estadunidenses e francesas que encontram reflexo no diálogo antropológico no Brasil. Para o último eixo, o da política, a discussão parte do diálogo entre antropólogos na América Latina que vêm desenvolvendo modelos para contribuir com a interdisciplinaridade necessária para as políticas e a intervenção na saúde. Os conceitos de práticas de autoatenção, intermedicalidade, entre outros, são explorados por causa de sua contribuição na antropologia para as políticas públicas em saúde. Estes antropólogos vêm argumentando que as práticas de saúde precisam ser entendidas através das noções de autonomia, coletividade, agência e práxis, em oposição à perspectiva biomédica caracterizada como universalista, biologista, individualista e a-histórica. Palavras-chave Antropologia da saúde, Práticas de autoatenção,
Antropologia, saúde e doença: uma introdução ao conceito de cultura aplicado às ciências da saúde.
O objetivo deste artigo foi apresentar uma reflexão de como as noções e comportamentos ligados aos processos de saúde e de doença integram a cultura de grupos sociais onde os mesmos ocorrem. Argumenta-se que os sistemas médicos de atenção à saúde, assim como as respostas dadas às doenças, são sistemas culturais, consonantes com os grupos e realidades sociais que os produzem. A compreensão dessa relação se mostra fundamental para a formação do profissional da saúde.
Os diálogos da antropologia com a saúde: contribuições para as políticas públicas
Ciência & Saúde Coletiva, 2014
The dialogues between anthropology and health: contributions to public policies Resumo No intuito de examinar o desenvolvimento dos paradigmas antropológicos e seu diálogo com a medicina, a discussão está organizada segundo dois eixos gerais, porém não exclusivos: o que enfoca a saúde e a doença como experiência e construção sociocultural, e o que examina a saúde a partir de uma perspectiva interacional e política. No primeiro eixo, privilegio as teorias estadunidenses e francesas que encontram reflexo no diálogo antropológico no Brasil. Para o último eixo, o da política, a discussão parte do diálogo entre antropólogos na América Latina que vêm desenvolvendo modelos para contribuir com a interdisciplinaridade necessária para as políticas e a intervenção na saúde. Os conceitos de práticas de autoatenção, intermedicalidade, entre outros, são explorados por causa de sua contribuição na antropologia para as políticas públicas em saúde. Estes antropólogos vêm argumentando que as práticas de saúde precisam ser entendidas através das noções de autonomia, coletividade, agência e práxis, em oposição à perspectiva biomédica caracterizada como universalista, biologista, individualista e a-histórica. Palavras-chave Antropologia da saúde, Práticas de autoatenção,
Um balanço da antropologia da saúde no Brasil e seus diálogos com as antropologias mundiais
Anuário Antropológico, 2012
Este artigo busca fazer um balan o da pesquisa antropol gica em sa de no Brasil e seu impacto internacional luz das antropologias mundiais e das discuss es sobre modernidade e colonialismo. Desde 1970, uma rede de antrop logos que pesquisa o tema da sa de tem se formado e consolidado, acompanhando a expans o dos programas de p s-gradua o no pa s. Descreve-se no artigo o surgimento de grupos de pesquisa, as reuni es e as publica es, com o objetivo de caracterizar a antropologia da sa de brasileira como um programa de pesquisa distinto das antropologias norte-americanas e europeias chamadas m dicas, da sa de ou da doen a. Para explorar a participa o de pesquisadores brasileiros no discurso global sobre sa de e, mais especificamente, no di logo norte-sul, foram analisadas a visibilidade e a circula o das refer ncias sobre as publica es acad micas na rea. De uma perspectiva comparada, argumentamos que o impacto internacional das pesquisas antropol gicas sobre sa de feitas no Brasil reflete tanto processos hist ricos e pol ticos desta pesquisa como a din mica de realiza o e circula o da produ o acad mica e cient fica no plano internacional, assim como perspectivas, interesses, ethos e valores dos pesquisadores brasileiros nesse campo do conhecimento.
Da década de 90 até a atualidade surgiu uma nova preocupação na Academia em estudar a saúde considerando o homem, seus relacionamentos sócio-culturais, sua maneira de lidar com o mundo e consigo próprio, com sua psiquê e comportamento em seu meio. Na busca de uma análise sobre a origem do homem, sua forma humana e suas reações diante das doenças, os estudiosos sobre o tema saúde/doença utilizaram-se da interdisciplinaridade entre as teorias produzidas nas Universidades, as pesquisas de campo, visitando famílias em domicílios, considerando suas experiências oriundas da convivência hospitalar. A ênfase produzida pelas Ciências Sociais direcionou-se para as questões da saúde pública/coletiva destacando a pessoa, o corpo e a doença. O enfoque deste estudo, é a construção do indivíduo, do corpo e dos sentimentos ligados aos distúrbios da saúde.