Os evangélicos e a política (original) (raw)

Os evangélicos e a disputa pelo poder político no Brasil

Revista Inter-Legere

A intensa participação evangélica (especialmente os ramos pentecostais e neopentecostais) na política brasileira na última década (re)colocaram em evidência as estreitezas das relações entre religião e política, sendo as últimas eleições presidenciais (2010, 2014 e 2018) significativas nesse sentido, uma vez que o peso da religião e de questões de natureza moral sobre a esfera pública se revelaram de forma contundente. Propomos traçar um panorama histórico acerca da entrada e participação evangélica na política brasileira a nível presidencial, abordando as relações de poder em disputa nesses pleitos presidenciais e apresentando o desenho de um conservadorismo moral evangélico crescente na esfera pública. O texto escrito faz referência aos dados eleitorais, e discute com destacados pesquisadores brasileiros que se debruçaram recentemente sobre a temática de interface religião e política. Palavras-chave: Religião e política; Evangélicos brasileiros; Eleições presidenciais; Esfera Públ...

Jair Bolsonaro e os políticos evangélicos

Em Tese

Trata-se de uma análise da aliança de um setor dos evangélicos com o governo Bolsonaro, que passa pela formação da Frente Parlamentar Evangélica (FPE). Para tanto, volta-se para a década de 1980, quando os evangélicos iniciam sua participação na partidária, apresentando candidatos a deputados. Foram um importante apoio para a candidatura de Fernando Collor de Melo à presidência da república, enquanto os católicos passaram a ser vistos pelos neopentecostais como integrantes de uma "aliança comunista" que apoiavam Lula. A partir de 2003, com a chegada do PT à presidência, estes grupos estabeleceram uma aliança pragmática com o Governo, condicionando o seu apoio ao compromisso da candidata de não impulsionar o aborto e adotar uma posicão consensuada com eles a respeito da homossexualidade. O deputado Eduardo Cunha, eleito em fevereiro de 2015 como presidente da Câmara dos Deputados, promoveu o impeachment da Dilma e foi um membro importante da Frente Parlamentar Evangélica....

Representação política evangélica

Projeto História : Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados de História

O fenômeno recente de setores das igrejas evangélicas na arena política brasileira é composto por múltiplas variáveis e se pronuncia no espaço público com discursos polifônicos. Neste artigo, pesquisamos sobre as rádios FM´s nas capitais brasileiras por entender que apresenta uma amostragem significativa desses atores que atuam tanto no palco político, quanto no religioso e no midiático. A categoria que expressa a representação política estudada seria coronelismo eletrônico evangélico. Por essa perspectiva não são ignoradas as identidades religiosas que reclamam por certa moralidade no espaço público, mas privilegiamos as redes de comunicação evangélicas nas suas estruturas institucionais e arranjos políticos para tentar analisar o objeto. O conceito de Cenário de Representação Política (CR-P) serviu-nos como suporte teórico para pensarmos o coronelismo eletrônico evangélico para além de um neologismo. Empreendemos o trabalho empírico em que os 82 membros da bancada evangélica na Câ...

Católicos e evangélicos

Silêncio Audiovisual, 2024

Católicos e evangélicos possuem dois modos de estar em cena. O texto discute que modos são esses.

O cristão e a política

Entrevista concedida por Franklin Ferreira a Thiago Oliveira e Thomas Magnum de Almeida.

Evangelismo e participação política em Natal

Estudos realizados na comunidade de Felipe Camarão, Natal-RN, têm demonstrado que a intensa presença das igrejas protestantes não tem redundado na diminuição dos altos índices de violência e, de forma geral, uma melhoria na qualidade de vida de seus moradores. Aqui foi questionada a carência de uma ação intra-mundana mais efetiva das igrejas evangélicas, apesar dessa presença intensa e da defesa resoluta de elevados padrões morais. A presença de alguns elementos impeditivos aqui analisados dificulta, em muito, o papel transformador das igrejas. Em especial os seguintes: 1) falta de uma consciência de si, unida a uma intricada estrutura disjuntiva que reduz a capacidade organizativa das igrejas, impedindo-as de se constituírem em sujeito histórico, isolando-as umas das outras e impedindo uma visão de conjunto e a percepção de sua força, bem como de seu possível papel como atores políticos; 2) apatia política dos membros das igrejas, muito semelhante à apatia da comunidade como um todo; 3) ausência de uma concepção paroquial no seio protestante que dificulta a percepção delas mesmas enquanto agente social; 4) uma concepção de salvação extremamente individualista; 5) indisposição para fazer parceria com outras organizações sociais presentes no bairro.

Representação partidária e a presença dos evangélicos na política brasileira

This research was developed with the purpose of understanding the insertion of the evangelicals in the Brazilian political institutions, an attempt to articulate such phenomena with the debate on the partisan representation. It's puzzling that an "Evangelical Party" was not formed even after the expressive amount of elected representatives this group has had since the last Constituent Assembly. Why is it so? The empirical work consisted in testing the hypothesis that there is no common identity among the various evangelical groups that would justify the existence of a political party. Through a data set of the voters and another one of the representatives of the whole country, the presence of distinct positions was not observed. There isn't a political identity that would turn the evangelical voters and representatives distinguished from the others groups. This work also evidenced the fragility of the political parties' formation model based on identities. In the Brazilian case, this is characterized by a high partisan fragmentation and a lack of distinction between most of the many political parties.

Política religiosa e religião política: os evangélicos e o uso político do sexo

Resumo A presença evangélica no cenário político brasileiro começou a se intensificar só nas úl-timas décadas, a partir dos anos 1980, durante o processo constituinte. Os motivos para esse despertar tardio, ou para essa visibilidade mais recente, são políticos, econômicos e religiosos. Apesar de recente, a participação mais visível e mais agressiva dos evangélicos no mundo da política tem gerado um amplo debate na sociedade brasileira e colocado novos (ou antigos?) questionamentos à laicidade do Estado. Os evangélicos têm-se inse-rido, cada vez mais, no campo político, conquistando uma crescente representação nos poderes públicos, participando efetivamente da definição da agenda política em todos os níveis. Sua atuação na política partidária brasileira é marcada por forte corporativismo e as posturas de seus representantes são predominantemente conservadoras e tradicionalistas. Sem dúvida, não se pode correr o risco de entender os parlamentares evangélicos como um grupo coeso, como parte de um movimento uniforme com atuação política uniforme. Porém, no que tange aos temas mais diretamente ligados à sexualidade, pode-se verificar uma maior propensão ao conservadorismo moral, sendo essa também a tendência de parte do eleitorado. Em nossa apresentação vamos nos debruçar especialmente sobre o posicionamento de políticos evangélicos quanto aos temas dos direitos reprodutivos e da homoafetividade, objetivando entender as tensões entre a afirmação política de uma moral sexual religiosa e a proposição de um Estado laico, voltado para os interesses de seus cidadãos e cidadãs a despeito de sua confissão religiosa. Palavras-chave: religião; política; aborto; homossexualidade. Religious policy and political religion: evangelicals and the political use of sex Abstract The evangelicals' presence in the Brazilian political scenario increased in the eighties, during the constitutional movement. There are political, economic, and religious reasons