Fotografia e memória viva: “Um relicário de histórias” (original) (raw)

Guardião de imagens: “memórias fotográficas” e a relação de pertencimento de um pioneiro com Londrina

2011

From individual memories of a Londrina’s pioneer, Omeletino Benatto, this study aims to contribute to the discussion about memory, identity and belonging. For this purpose, three images were selected from the colonization period and described textually and orally by the pioneer, in the idea of photography as “memory trigger detonator” with the support of oral history technique. These images and descriptions point to a relation of belonging to the place, where he identifies himself, guided and inhabits. For the analysis some concepts were required as place, from Auge (1994), topophilia, from Tuan (1980) and considerations of authors such as Schutz, Lynch, Kossoy, Le Goff and Marques on history, photography, city and memory preservation.

O historiador como fotógrafo da morte: uma leitura de histórias que só existem quando lembradas

ArtCultura, 2020

Tomando como objeto de análise o filme Histórias que só existem quando lembradas, lançado em 2012 e dirigido por Júlia Murat, este artigo propõe uma reflexão sobre o fotógrafo como metáfora do papel do historiador. Tal como a fotógrafa recém-chegada na cidade imaginária de Jotuomba, na qual um conjunto pequeno de moradores desenvolve suas atividades diárias apagando completamente a passagem do tempo, é possível compreender o historiador como aquele que se utiliza de rastros e vestígios para a construção de imagens por meio das quais os sujeitos podem entrar em choque com o seu passado, de modo semelhante à concepção benjaminiana sobre a noção de rastros e sobre a produção de imagens dialéticas. Esse choque, como instantâneo que se configura na tensão entre o recalcado e os desejos que tornam qualquer relação com imagens do passado anacrônica, pode ser libertador do peso de um passado que se acumula, de forma anódina e previsível, nas repetições do cotidiano, por intermédio de gestos, ritos, objetos, frases clichês, enfim, de uma vivência que se esqueceu (ou recalcou) da própria passagem do tempo.

Histórias de vida em imagens: Fotografias como objetos simbólicos da memória

2017

Este trabalho busca refletir sobre a fotografia como elemento de construção de histórias de vida. Analisamos imagens que compõem a fotobiografia da atriz Dina Sfat, com foco nas fotos da sua vida pessoal. Assim como podemos procurar pistas no explícito das palavras que levam ao implícito, na busca dos sentidos dos enunciados, como discute Machado (2012), na fotografia também podemos buscar o ausente para compreendermos o sentido aparente, segundo Kossoy (2005). Portanto, observamos a parte visível da imagem, o que sua superfície e seu conteúdo aparente nos dizem, bem como informações paraimagéticas, que podem nos dar tais pistas. Trabalhamos com o conceito de Kossoy (2005) de "imagens-relicário": fotos de nossas experiências de vida que preservam, cristalizadas, as memórias. Verificamos qual imagem de Dina Sfat pode ser construída a partir das fotos de sua vida pessoal, considerando que o livro possui um projeto de fala, logo, intencionalidades. Nossa abordagem também cont...

Um “Acervo De Surpresas De Vida”: Fotografia e Rememoração Em Relato De Um Certo Oriente

Literatura Em Debate, 2013

A fotografia [...] revoluciona a memória: multiplica-a e democratiza-a, dá-lhe uma precisão e uma verdade visuais nunca antes atingidas, permitindo, assim, guardar a memória do tempo e da evolução cronológica. (Jacques Le Goff) RESUMO: Este estudo propõe-se a analisar Relato de um certo Oriente sob o olhar da memória, buscando na fotografia, uma das técnicas profundamente associadas à rememoração, suporte para tal análise. Estuda-se como fotos assumem, nesse romance de Milton Hatoum, papel testemunhal, autenticador e agregador dentro do núcleo familiar e comunitário por que transitam as personagens do romance. Partindo de um breve resumo que, ao mesmo tempo em que apresenta o enredo do romance ressalta o papel da fotografia e do fotógrafo Dorner na narrativa, esta análise prossegue estudando detalhadamente as possibilidades da rememoração a partir de acervo fotográfico e, mais especificamente, como essas possibilidades se exercem através das fotos e do ato de fotografar em Relato de um certo oriente. Para tanto, resenhamse estudos desenvolvidos por Walter Benjamim, Roland Barthes, Jacques Le Goff e Pierre Bourdieu acerca da fotografia. PALAVRAS-CHAVE: Fotografia. Rememoração. Relato de um certo Oriente. Milton Hatoum. Este estudo propõe-se a analisar Relato de um certo Oriente sob o olhar da memória, buscando na fotografia, uma das técnicas profundamente associadas à rememoração, suporte para tal análise. Inicialmente, resume-se a narrativa, com a finalidade dupla de apresentar o enredo do romance e ressaltar o papel da fotografia e do fotógrafo Dorner na narrativa. A seguir, estudam-se detalhadamente as possibilidades da rememoração a partir de acervo fotográfico e, mais especificamente, como essas possibilidades se exercem através das fotos e do ato de fotografar em Relato de um certo oriente. Para tanto, resenham-se estudos desenvolvidos por Walter Benjamim, Roland Barthes, Jacques Le Goff e Pierre Bourdieu acerca da fotografia. O romance compõe-se de oito capítulos. O primeiro é narrado pela neta de Emilie, que volta à casa de sua infância e começa a desenterrar lembranças por ela vividas; o segundo

Fotografia, Memória e Temporalidade

47º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2024

O presente realiza uma abordagem teórica buscando estabelecer uma reflexão sobre a relação entre fotografia, temporalidade e memória. Além disso, busca debater como a influência da fotografia enquanto forma de representação visual da memória é capaz de produzir significados e alcançar realidades temporais. Para tanto, optou-se por realizar uma revisão de literatura por intermédio da qual se objetivou refletir sobre a temporalidade e a memória a partir da releitura das teorizações de célebres estudiosos do campo relativo à fotografia. O estudo nos leva a entender que a temporalidade é essencial para a compreensão da memória como um processo complexo e dinâmico.

Fotografia Como Meio De Memória e Esquecimento No Ciberespaço

Profanações, 2015

RESUMO: O presente artigo procura argumentar sobre os processos de produção de memória e esquecimento através da fotografia compartilhada no ciberespaço. A fotografia é apresentada aqui como objeto da memória cultural e representada pelos álbuns de fotografia tradicionais até chegar aos virtuais de no ciberespaço. Como também, a imagem de hoje está muito mais apta a manipulação. O ciberespaço possibilita a fotografia deixar seu rastro ou resto, estando sujeita assim, ao esquecimento. O rastro e o resto estão relacionados, mas se distinguem e na fotografia é delimitado por seu contexto sociocultural. Assim, desde a fotografia analógica à fotografia digital pode-se compreender como o esquecimento está imbricado nos modos de agir e pensar, da distinção e dos códigos sociais, na prática fotografia como uma representação sócia e imaginária e produtora de memória. Palavras-Chaves: Fotografia. Memória social. Esquecimento. Resto.

Relatos de fotógrafos: cotidiano e história entre palavras e imagens

Aletria: Revista de Estudos de Literatura, 2014

Este artigo tem como objetivo analisar a relação que palavras e fotografias estabelecem em três obras inscritas no gênero memorialístico: o Diario de un fotógrafo. Bram, 1939, do catalão Agustí Centelles; Ligeiramente fora de foco, de Robert Capa e Um diário russo, de Capa e John Steinbeck. As três obras têm em comum o fato de seus autores, com exceção de Steinbeck, serem fotógrafos de guerra e terem participado de eventos históricos cruciais do século XX: a Guerra Civil Espanhola e a II Guerra Mundial. Nesta análise, são consideradas as reflexões acerca da particular relação da fotografia e dos relatos de memória com o real. Além disso, são apontados os mecanismos utilizados pelos autores na configuração de uma linguagem literário-imagética que busca refletir a experiência íntima diante de eventos coletivos e históricos.

Memória institucional por meio da organização documental de fotografias

InCID: Revista de Ciência da Informação e Documentação, 2016

Este artigo é resultado de uma pesquisa cujo tema foi imagem e palavra se articulando à memória institucional, que impõe uma reflexão sobre os elementos que constituem a organização da informação. Realizou-se uma pesquisa exploratória, de procedimento documental, com revisão de literatura abrangendo as dimensões teórico-conceituais da Organização da Informação e do Conhecimento e da Memória. Por isso, objetivou-se propor estratégias de organização do acervo fotográfico digital do Centro Acadêmico de Vitória de Santo Antão (CAV) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com o intuito de reconstrução da memória institucional. Do ponto de vista metodológico, no que tange à reunião das imagens fotográficas, trabalhou-se com acervo fotográfico constituído no período de 2010-2014. As fotografias foram descritas utilizando-se de campos do MARC 21, acrescentando-se narrativas a cada fotografia, além disso, criaram-se categorias pautadas na Análise Documental e, por fim, foi utilizado o DSpace para o armazenamento dos registros. Concluiu-se que a narrativa abre diversas possibilidades na organização documental visando ao fazer memorial, e que é necessária certa flexibilização nos sistemas de informação para compreender os processos interpretativos.