Narrativas indígenas: construindo identidades e constituindo-se em fontes de informação (original) (raw)

Narrativas indígenas: histórias ou poemas

Narrativas indígenas: histórias ou poemas?, 2020

Neste texto, escrito a propósito para palestra ministrada no I SELIM, que se deu na modalidade a distância na semana de 07/12/2020, defendo a existência de uma Literatura Indígena brasileira, não apenas resultante das inúmeras publicações de escritores indígenas nos últimos quarenta anos, mas já existente em território nacional muito antes da chegada dos colonizadores portugueses na virada dos séculos XV para XVI. Para essa defesa, no entanto, faz-se necessária a realocação dos mitos, lendas ou narrativas míticas para o âmbito da poética, para cujo empreendimento necessitamos, por um lado, repensar algumas questões, como aquela que contrapõe escrita e oralidade; por outro, nos dispormos a muito trabalho de retradução, ali onde os textos em língua nativa foram apagados, no percurso tradutório inicial, tornando-se meras histórias narrativizadas, e perdendo seu halo poético. Gostaria, de início, de mencionar dois volumes, um escrito por Daniel Munduruku e o outro por Gersen Baniwa. Trata-se de "O caráter educativo do movimento indígena brasileiro", publicado em 2012, resultante da tese de doutorado de Daniel, e "Educação para manejo do mundo-entre a escola ideal e a escola real no Alto Rio Negro", publicado em 2013, resultante da tese de doutorado de Gersen Baniwa, ambos excelentes para um conhecimento detalhado a respeito do movimento indígena brasileiro e de seus desdobramentos mais recentes. Faço essa referência inicial, pois o assunto de que tratarei tem íntima relação com o avanço do movimento indígena brasileiro, particularmente a partir da década de setenta do século passado, culminando com a Constituição de 1988 e com suas decorrências. Um dos fenômenos resultantes desse avanço-sendo também parte dele-foi a publicação crescente de volumes de livros de literatura escritos por indígenas de diferentes comunidades, sendo muitos deles voltados para o público infantil.

Presença indígena no Facebook e a construção de narrativas

2015

Este artigo apresenta um breve levantamento sobre a presenca indigena na internet, em especial na rede social Facebook, a fim de verificar como se da a autorrepresentacao e a construcao das narrativas indigenas nesse ambiente, onde optou-se por delimitar o escopo de pesquisa a observacao dos perfis de instituicoes indigenas de Mato Grosso que tragam a representatividade de comunidades/aldeias.

Entre memórias e esquecimentos: novas fontes para história indígena no Brasil

Relatório Figueiredo: atrocidades contra povos indígenas em tempos ditatoriais (Org Jane Beltrão), 2022

” Nosso objetivo, aqui, é refletir sobre a natureza das novas fontes produzidas no contexto de atuação da Comissão da Verdade (2012-2014) para pensar, de modo particular, a História Indígena e do Indigenismo no Brasil, tendo como horizontes a tradição de um silêncio recorrente e, até então, praticamente intocado quanto ao impacto efetivo do “terrorismo de Estado” (BAUER, 2017, p. 14) sobre os povos indígenas naquelas décadas, bem como a perspectiva de apontar novas questões historiográficas que essa documentação apresenta para as memórias dos índios e da própria sociedade diante desse verdadeiro passado presente.”

Tensões sobre a construção narrativa das histórias indígenas no museu

Museologia & Interdisciplinaridade, 2015

O artigo busca, a partir das narrativas expográficas das exposições de curta e longa duração do Museu Histórico e Arqueológico de Lins, refletir sobre as formas de representação dos grupos indígenas em instituições culturais locais e seus desdobramentos nas comunidades indígenas e no próprio município de Lins.

Narrativa Oral e Escrita: Encontros e Contrapontos Sobre O Mito “A Origem Dos Povos Indígenas” Na Perspectiva De Índios e Brancos

Muitas Vozes, 2014

Narrativa oral e escrita: encontros e contrapontos sobre o mito "A origem dos povos indígenas" na perspectiva de índios e brancos Palabras-clave: Narrativas oráis. Narrativa escritura. Mito indígena. Literatura comparada. Considerações inicias As narrativas, em geral, são elementos significativos da memória coletiva e unidades constituintes das redes de conhecimento que fornecem sentidos e servem, dentre outras funções básicas, para acumulação, armazenamento e transmissão de conhecimentos. Elas são mídias portadoras de

A oralidade como fonte para a escrita das Histórias Indígenas

Revista Tellus, 2018

Considerando a forma como a historiografia tem observado a oralidade das sociedades indígenas nos estudos etno-históricos, propomos refletir sobre caminhos teóricos e metodológicos para a escrita das Histórias Indígenas, no que concerne à utilização da tradição oral como fonte de pesquisa histórica. Para tanto, contextualizaremos a emergência do protagonismo indígena na história do Brasil e os debates em torno da oralidade e historicidade desses povos. Debateremos as aproximações entre a história oral e a etnografia através da necessidade de experiências polifônicas em trabalhos acadêmicos. Conclui-se a necessidade de aproximar a história oral da etnografia no que tange aos trabalhos de campo do historiador com populações indígenas. O engendrar-se da história oral e da etnografia no saber-fazer do historiador torna-se instrumento para acessar as histórias indígenas e também possibilita escrevê-la junto dos seus protagonistas indígenas.

A representação descritiva e a produção literária indígena brasileira

A partir da contextualização do surgimento da literatura indígena, este artigo apresenta os aspectos relevantes à elaboração da representação bibliográfica das obras literárias indígenas do Brasil, a fim de assegurar uma representação documental digna. Esse tipo de literatura caracteriza-se por criações de caráter oral ou escrito, coletivas ou individuais, sendo estabelecida, pensada e estruturada a partir de padrões culturais e elementos estilísticos dos povos indígenas. Objetiva-se discutir a relação entre as publicações literárias indígenas e os aspectos relativos à sua representação bibliográfica. Quanto à metodologia, recorreu-se a pesquisas em catálogos online de acesso público a fim de recuperar registros bibliográficos a serem analisados. Utilizou-se o método bibliográfico de forma exploratória visando reunir conceitos antropológicos e dados sobre grupos indígenas do Brasil. Sua base teórica fundamenta-se a partir dos conhecimentos em Representação Descritiva, especialmente nas obras de Mey e Silveira. Conclui-se que o bibliotecário torna-se o agente essencial para garantir a representação documental adequada e fiel aos documentos indígenas, para que estes possam relacionar-se com os outros itens do catálogo de uma Unidade de Informação, expondo todo seu potencial informativo.

Narrativas Maxakali: possibilidades para o ensino de cultura e história indígena

Educação em Revista, 2013

O povo Maxakali enfrentou a colonização e resiste, até os dias de hoje, com a força de seus hábitos culturais. As narrativas indígenas são fontes ricas para o ensino de história, desde que trabalhadas adequadamente, respeitando a alteridade cultural, os diferentes conjuntos de valores, crenças e organização social dos povos indígenas. Este trabalho propõe um diálogo entre narrativas indígenas e teorias sobre a narrativa histórica. A presença de narrativas indígenas no ensino de História está relacionada às mudanças que ocorreram no ensino dessa disciplina a partir da década de 1980, com a instituição dos direitos indígenas constitucionais, novos parâmetros curriculares e uma legislação que tornou obrigatório o ensino de história e cultura indígenas na educação básica brasileira (Lei nº 11.645/08). A utilização de narrativas indígenas no ensino de história, além de levar os alunos a compreenderem melhor as culturas indígenas, pode leválos a percepções ampliadas sobre a sua própria cu...