Reestruturação territorial e mobilidade em contextos de baixas densidades. O caso dos concelhos de Arronches, Campo Maior e Elvas. (original) (raw)
A realidade migratória em Portugal revela um padrão de distribuição espacial dos imigrantes que cobre, essencialmente, a área metropolitana de Lisboa, bem como a faixa litoral entre Braga e Setúbal e ainda o Algarve. A diversidade de actividades do mercado de trabalho, o acesso a um variado tipo de bens e serviços e a existência de comunidades estrangeiras com alguma dimensão são pontos que parecem atrair e promover a fixação dos estrangeiros nestas regiões. Porém, um novo cenário tem vindo a ganhar forma, assegurando o interior deprimido e despovoado como um território de destino dos imigrantes que foi e continua a ser repulsivo para as gerações autóctones mais novas. Face a esta nova situação, e perante a carência de estudos com tal base territorial, urge um esclarecimento da situação no sentido de perceber quem são estes imigrantes, de onde vieram, o que fazem e quais são os seus planos para o futuro, ou seja, se poderão ser eles próprios agentes do desenvolvimento regional em contextos de baixas densidades. Para isso, irá ser apresentado um estudo de caso de uma região portuguesa com tais características (Arronches, Elvas e Campo Maior), onde o envelhecimento e o êxodo populacional determinam a fisionomia sócio-espacial do(s) lugare(s), mas onde nos últimos anos a presença dos imigrantes tem marcado o território. Estes resultados provêm de um trabalho mais vasto, desenvolvido em 2007/2008, integrado no projecto “Culturas Ibéricas, Sociedades de Fronteira: Territórios, Sociedades e Culturas em Tempos de Mudança” (2008), apoiado pelo Centro de Estudo Ibéricos, de onde resultou um relatório intitulado “Contributo da imigração para o desenvolvimento regional transfronteiriço”.