Da interpretação hegeliana sobre a prova ontológica da existência de Deus apresentada por Anselmo de Cantuária (original) (raw)

Provas da existência de Deus entre Anselmo de Cantuária, Tomás de Aquino e C.S. Lewis

Revista DIAPHONÍA

O presente artigo tem como objetivo apresentar de forma não exaustiva trêsargumentos a favor da existência de deus: o argumento ontológico, o argumento teleológicoe o argumento do desejo, representados na filosofia de Anselmo da Cantuária, Tomás deAquino e C. S. Lewis, concomitantemente. Começamos explicando como a discussão sobre aexistência de deus pode ser uma indagação eminentemente filosófica, as especificidades dafilosofia cristã em lidar com essa questão para logo em seguida sumarizar o pensamento dostrês pensadores.

O argumento ontológico de Anselmo de Aosta e as objeções de Gaunilo

Pensar - Revista Eletrônica da FAJE, 2016

Neste artigo vamos analisar o argumento ontológico para a existência de Deus como desenvolvido por Anselmo de Aosta nos capítulos II a IV de sua obra Proslógio. Em seguida, vamos enumerar pontos importantes tanto das objeções do monge Gaunilo, contidas em sua obra Pro Insipiente, como da tréplica de Anselmo em suas Responsio. Abstract In this article we shall analyze the ontological argument for the existence of God as developed by Anselm of Aosta in the chapters II-IV of his work Proslogium. Afterwards we shall go through important points both of

A fundamentação do Logos hegeliano como experiência do pensar

2016

ABSTRACT: Hegel’s idealism is well-known for its focus on the concept of idea permeating the whole system as its fundamental axis. Therefore, the concept of idea is granted the status of absolute, because it is unbound throughout all the levels and stages of development: logical, historical, political, religious and aesthetical. From this perspective, this paper intends to explore the meaning of the most fundamental level in which the concept of idea can be grasped: thought itself held fast in its pure conceptual level as logic. This results in a logos-thesis build in such a way as to respond to Modernity’s main lemmas and to surpass this same Modernity by radicalizing its own lemmas. In this context, we will analyze how Hegel’s dialectical idealism is linked to the idea of a critic of metaphysics, a critic of reason and to the critic of empiricism. These are the turning points of Kant’s transcendental idealism, seen by Hegel as the major expression of Modern Philosophy. Analyzing h...

A revisão hegeliana da ontologia natural

Artigos Coligidos do VIII Encontro de Pesquisa do P.P.G. em Filosofia da UFRGS, 2020

Este trabalho tem por objetivo tematizar algumas hipóteses relacionadas ao tratamento hegeliano a respeito daquilo que chamamos de ontologia natural. De alguma forma, buscaremos demonstrar como a filosofia hegeliana se permite voltar-se contra certos saberes naturalizados envolvidos no discurso acerca da relação dos sujeitos com os objetos sem pressupor nenhuma relação extrínseca ao próprio saber da consciência na demonstração da validade de sua ontologia. Buscaremos elucidar também que esse procedimento se relaciona intimamente com a lição dada pelo pensamento cético com base naquilo que convencionou-se chamar de “dilema do critério”. A observância destes dois princípios, segundo nossa hipótese, foi possível exatamente pela característica geral da ontologia hegeliana que tentaremos, nessas poucas linhas, abordar.

Santo Anselmo e as provas do Monologion

2019

Resumo: No Monologion, publicado em 1077, temos a primeira demonstração anselmiana da existência de Deus. Esta é desenvolvida nos capítulos I-IV. Santo Anselmo constitui então um conjunto de provas a partir de três caminhos diferentes: a) a perfeição verificada nos diferentes seres, b) a perfeição que eles, em graus diversos, possuem em comum e que é o ser; c) os graus de perfeição que as coisas possuem. Elas correspondem as chamadas provas anselmianas cosmológicas ou a posteriori da existência de Deus, pois Santo Anselmo procura então demonstrar que se partindo do mundo (efeitos) pode se chegar a Deus (causa). Palavras-chave: Santo Anselmo, Monologion, Demonstração da existência de Deus. Santo Anselmo e a Disputa entre Dialéticos e Antidialéticos no Século XI É preciso situar historicamente a personagem filosófica de Santo Anselmo, para que possamos compreender o sentido de sua obra e, inclusive, entender sua proposta de demonstração da existência de Deus. Isto, naturalmente, implica em compreendê-lo a partir das preocupações filosóficas de seu tempo. Muito especialmente devemos entender o seu posicionamento na querela dita entre os dialéticos e os antidialéticos. Foi durante os dez anos de seu priorado em Bec (1063-1073) que Anselmo desenvolveu sua atividade filosófica mais intensa, compondo suas obras principais, incluso o Monologion. Santo Anselmo tomou então atitude na questão das relações entre a razão e a fé e, assim, imiscuiu-se na querela dita entre os dialéticos e antidialéticos. Com efeito, como estudam Philoteus Boehner e Etienne Gilson (1991, pp. 249 e 250), o duelo entre dialéticos e antidialéticos marca uma escolástica ainda insipiente, caracteriza-se por uma disputa transformada num "mero brinquedo", porém perigoso. Perigo, aliás, de proporções tanto mais alarmantes quanto mais lhes faltava uma distinção clara entre fé e razão e uma noção nítida de suas relações mútuas. Tal fato explica a existência simultânea de, por um lado, um racionalismo rígido e, por outro, um fideísmo simplista. Tal dialética, assim constituída, revelou-se totalmente estéril. A reação, que não fez-se esperar, como era natural, caiu no extremo oposto, condenando radicalmente toda a Dialética. Desta maneira, por algum tempo, dialéticos e antidialéticos defrontaram-se numa luta improfícua, de fato até que Santo Anselmo primeiro, e depois Abelardo, viessem a obter sínteses mais ou menos satisfatórias.