Mariana Alcoforado: del amor divino al amor terrenal (original) (raw)

De Mariana Alcoforado à(s) Marianna(s) de Adília Lopes

Título: De Mariana Alcoforado à(s) Marianna(s) de Adília Lopes Corpus “ O marquês de Chamilly – (Kabale und Liebe)” e “O regresso de Chamilly”. Resumo Partindo do hipotexto Lettres Portugaises, atribuídas a Mariana Alcoforado e, em especial, da figura de Mariana, Adília Lopes cria a personagem Marianna, por forma a avaliar e a reescrever a paixão não correspondida da freira portuguesa pelo Cavaleiro de Chamilly. Daqui surge a personagem principal dos poemas narrativos “ O marquês de Chamilly – (Kabale und Liebe)” e “O regresso de Chamilly”, considerando-se o segundo texto enquanto sequela do primeiro . Para Adília, Marianna surge como (pre)texto revisionista da figura supostamente histórica, a fim de criar uma personagem feminina que viaja pelo tempo e pelo espaço, para, por fim, torná-la numa ficção literária, que se opõe e contrapõe à tragédia de Mariana Alcoforado. Daqui resulta Marianna, alter-ego de Adília, subvertendo a normatividade imposta pelo corpo social e reivindicando a subjetividade e a agencialidade femininas, ainda que o discurso pareça, às vezes, a um nível de superfície, pactuar com o falocentrismo. Marianna surge, assim, como paradigma de identidade fluida. Isto é, a Marianna adiliana transmuta-se, frequentemente, participando em ações e situações desconexas, descontínuas e mesmo inverosímeis, representando tão-só a busca do seu objeto de desejo e a vivência de uma paixão, “interdita” na sociedade capitalista e patriarcal, em que os bens de consumo substituem os sentimentos. Se esta personagem adiliana assim se manifesta em o “ O marquês de Chamilly – (Kabale und Liebe)”, em “O regresso de Chamilly”, Marianna transforma-se num sujeito atuante e transgressor, na medida em que desconstrói o mito do casamento perfeito, ao questionar os papéis de esposa e mãe. Por outro lado, como é habitual em Adília, os poemas em análise, surgem repletos de referências e citações, quer da cultura erudita, quer da cultura de massas, que serão objeto de atenção e de reflexão, sempre que forem de encontro ao escopo do trabalho. Manuela Moreira

O exercício da dor de amar em Cartas portuguesas de Mariana Alcoforado

Travessias pela literatura portuguesa: estudos críticos de Saramago a Vieira, 2013

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A obra literária "Cartas Portuguesas" de Mariana Alcoforado

Revista "Vértice", nº. 165, 2012

O presente artigo consiste numa análise de um clássico da literatura portuguesa seiscentista, tendo como fio condutor determinadas categorias de carácter mitológico : o enigma da criação e autoria; o mito de Narciso; a ausência e a (in)temporalidade; a sacralização do passado; a idealização do amor; as metamorfoses da personalidade; o tabu e a transgressão; o símbolo do cavaleiro; o mito de Don Juan. O objetivo é, a partir deste modelo de análise, refletir sobre o significado do amor-paixão, ele próprio fértil em mitologias, e como forma de "mitologização" do próprio amor. Esta obra literária, pela sua riqueza psicológica, a sua profundidade confessional, o intimismo da sua escrita, e a grande beleza dos textos, contribuem para a dotar de especial interesse. O amor-paixão é apresentado como algo impossível de realizar, um comportamento desviante não apenas devido a fatores de carácter social e moral, mas também de caráter metafísico, de que resulta uma revolta psíquica, e uma sublimação através da escrita.

Especial "A Fé Que Move Mariana 1

Anais do XXI Prêmio Expocom 2014 – Exposição da Pesquisa Experimental em Comunicação, 2014

RESUMO Esse trabalho sistematiza os processos produtivos de um especial jornalístico em multimídia e hipermídia intitulado "A fé que move Mariana", vinculado à disciplina "Webjornalismo", oferecida atualmente no 3 o semestre do curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto. O produto deriva de praticas de apuração, circulação, produção e edição de conteúdos através de ferramentas colaborativas e de um sistema de gerenciamento de conteúdos intitulado Jux, a partir dos quais instaura-se um ambiente de experimentação para o desenvolvimento de produto, linguagens e (meta)narrativas pensadas segundo algumas das especificidades do jornalismo praticado na, para e através da Web. PALAVRAS-CHAVE: Webjornalismo; produto; hipermídia; multimídia. 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho descreve o processo produtivo de um especial em multimídia e hipermídia intitulado "A fé que move Mariana", durante o período 2013.2, vinculado à disciplina de 60 horas, "Webjornalismo", da Universidade Federal de Ouro Preto, sob a orientação da Profa. Dra. Jan Alyne Barbosa e Silva. Ao contrário de dinâmicas de trabalho anteriores, em que os alunos eram divididos por equipes para desenvolver produtos com temáticas diferenciadas (SILVA et al, 2013), optamos por continuar com a modalidade didática "trabalhos por projetos" (ICOD, 2006), porém, envolvendo os alunos de toda a turma para elaborar um único produto com diferentes subtemas. A escolha do tema se deu em função do ineditismo do tema, para além da forte religiosidade constitutiva da identidade Marianense, evidenciada pelas tradições e festividades religiosas que ocorrem na cidade, bem como pelo seu contexto histórico, social e cultural, como foi possível observar por ocasião do desenvolvimento do produto.

O imaginário do amor e da guerra em Mariana Pineda de García Lorca

Téssera

Os anos que antecederam a estreia da obra Mariana Pineda, de García Lorca, em Barcelona, se caracterizaram, em toda Espanha, por tempos de grande agitação social. A ditadura do General Primo de Rivera, ao reprimir brutalmente os protestos contra o governo e estabelecer rigorosa censura aos textos teatrais e publicações em geral, motivou manifestações populares contra o rei Alfonso XIII. Mariana de Pineda tinha vinte e seis anos quando, em maio de 1831, foi executada, acusada de adesão ao movimento revolucionário e de manter contato com anarquistas expatriados em Gibraltar. Em seu poder foi encontrada uma bandeira com um triângulo verde, circundado por três palavras bordadas em vermelho: Liberdade, Igualdade, Lei. Este trabalho investiga, por meio da hermenêutica simbólica proposta por Gilbert Durand, a obra Mariana Pineda, de García Lorca, buscando, nas constelações de imagens que se formam em torno dos grandes eixos propostos por Durand, a dinâmica simbólica das imagens do amor e d...

El divino goce: el narcisismo femenino y los místicos

Revista Brasileira De Psicanalise, 2008

Resumo: O discurso dos místicos apresenta-se repleto de paradoxos. O místico paga o preço do desapego a si mesmo, vivendo somente através do brilho do objeto, esplendor que o ilumina... ocultando, tão somente, o prazer carnal do êxtase. Portando, o místico goza... sem temor do pecado, nem de reprimendas, protegido de qualquer olhar em seu reduto monástico. Por acaso o discurso dos místicos mostraria, velado pela legitimação religiosa, o gozo suplementar da mulher que de outra maneira não poderia ser narrado, pois poderia correr o mesmo risco e ter o destino que Tiresias? Palavras-chave: amor; místico; narcisismo; feminino; gozo; divino.

A poética de Mariana Luz

2019

O presente estudo faz uma analise critica da criacao poetica da autora maranhense Mariana Luz. A poetisa e professora de Itapecuru Mirim tornou-se em 1948 a segunda mulher e primeira negra a ocupar um lugar na Academia Maranhense de Letras. O objetivo deste trabalho e, atraves de uma analise criteriosa da poesia de Mariana Luz, tendo como base autores consagrados da Teoria Literaria como Segismundo Spina, Ernest Curtius, Alfredo Bosi, Afrânio Coutinho, Massaud Moises e outros, apontar o estilo literario da poetisa maranhense, demonstrando sua estetica, sua subjetividade, as tematicas mais visitadas, e destacar, desta maneira, uma obra que merece ser conhecida e valorizada tanto por seu teor estetico quanto por seu valor de resgate da historia e da memoria social. O presente trabalho nao abordara questoes bibliograficas sobre a autora, tampouco pretende estudar toda sua obra que inclui poesia, dramaturgia, cronicas, oracoes, cantos liturgicos. Tendo como corpus de estudo somente a po...

Há deus: a escrita do insondável em Maria Gabriela Llansol

2019

Esta tese investiga as figuras ha e deus na obra de Maria Gabriela Llansol, perpassando por reflexoes sobre escrita, feminino, debilidade, ontologia, corpo, mistica e ressurreicao, em dialogo com o pensamento advindo da filosofia, teologia, psicanalise e teoria literaria.

Entrevista com Doralice Alcoforado

Boitatá

Desde que assumiu a Comissão Baiana de Folclore em 2004, a professora de Literatura Brasileira da Universidade Federal da Bahia DORALICE ALCOFORADO vem desenvolvendo um trabalho comprometido com a cultura popular aliado à proposta de repensar o termo “folclore” distanciando-se da visão muitas vezes preconceituosa que o associa a algo sem valor. Em entrevista a EDIL SILVA COSTA, ela fala de seu trabalho a frente da Comissão, da defesa da cultura popular e da programação para o mês de agosto em que se comemora o dia do folclore, próximo dia 22.