Fotografias como arquivos e objetos de mediação cultural (original) (raw)

Fotografia e Arquivo, entre o Tangível e o Intangível

ILUMINURAS, 2020

Resumo: Pesquisar em arquivos fotográficos se mostra uma experiência interessante do ponto de vista antropológico, principalmente nos estudos envolvendo a imagem e a memória. Durante a experiência de pesquisa vivida junto ao Arquivo Miyasaka localizado na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo, constituído pela produção fotográfica de Tony Miyasaka, me deparei por diversas vezes com situações em que as fotografias e negativos atuavam agenciando novas imagens, memórias e narrativas. Esses momentos significativos experienciados foram denominados de “encontros fotográficos”, ou seja, quando a fotografia demonstra toda sua potência em ativar a memória, a lembrança e a imaginação do interlocutor em contato com a imagem. Proponho refletir a respeito dos afetos vivenciados e seus efeitos no agenciamento de novas imagens e suas diferentes formas expressivas. Assim, mobilizo autores da chamada “Virada Fenomenológica” que auxiliam na reflexão sobre as experiências vividas com e através dessas fo...

Documentos fotográficos de arquivo em museu

2015

O artigo apresenta a importância da organizacao dos documentos fotograficos de arquivos assim como, tambem menciona as dificuldades metodologicas e procedimentos adotados a essa tipo documental. Na investigacao e reafirmada a existencia de uma lacuna entre a teoria e pratica no que diz respeito a fotografia como documento arquivistico que por diversas razoes, nao recebe a gestao documental adequado e necessario como os demais documentos. Desde modo, tivemos como objeto de estudo o Museu Municipal Jezualdo D’ Oliveira, situado no municipio de Mirassol, Estado de Sao Paulo, Brasil que mantem sob sua custodia colecoes fotograficas do Municipio, advindas em sua grande maioria da Prefeitura Municipal de Mirassol e que hoje sao tratadas como objetos de museu. Entretanto devido a classificacao museologica e o manuseio incorretos e com as diversas exposicoes incorretas, muitas informacoes das fotografias foram perdidas e sua identificacao comprometida, e vista a necessidade apresentamos no ...

Informação e Mediação Em Arquivos De Museus

2021

Modalidade da Apresentação: Comunicação Oral Resumo: O presente artigo consiste em um apontamento inicial sobre o papel dos arquivos dentro das instituições museais, analisado na dimensão da documentação e da mediação, bem como os processos para a sua preservação. Destaca as sistemáticas adotadas pelos arquivos e pelos museus no trato dos seus objetos, que apresentam particularidades e diferenças que devem ser respeitadas e analisadas para o entendimento do processo de gestão da informação e documental praticadas no âmbito institucional. A relação dos procedimentos que alimentam os arquivos, aqui entendido, como de cunho museológico e suas particularidades, passam pela gestão administrativa e técnica do museu, resulta em uma série de documentos que servem de base para os processos comunicacionais do museu, a exemplo de exposições, material gráfico e redes sociais. Para entender essa dinâmica adotou-se como procedimento metodológico a pesquisa qualitativa, com um enfoque analítico das referências que discutem o tema. Essa análise passou pela compreensão da sincronicidade entre as ações que os arquivos e os museus desempenham na geração da informação para a sociedade. As discussões permitiram compreender os pontos de intersecção entre as áreas da Museologia e Arquivologia, bem como suas contribuições, que permitem um olhar diferenciado nos processos de tratamento, gestão e mediação cultural.

MEDIAÇÕES CULTURAIS NO FILE

O presente artigo é um desdobramento da dissertação defendida no Programa de Pós-Graduação em Artes, Cultura e Linguagens (UFJF) em março de 2015. Pretende-se elucidar como se dão as relações de mediação existentes no contexto de exibição do Festival Internacional de Linguagem Eletrônica, o FILE, em torno da interatividade das obras. Assim, pensaremos as instâncias de mediação existentes no evento: desde o discurso da organização, passando pela divulgação da imprensa que se centra na interatividade das obras, até o trabalho dos monitores, que estabelece uma relação de proximidade entre público e obras. O trabalho se centra na 14ª e na 15ª edições do FILE e metodologia se baseou em uma pesquisa de campo, observação participativa e entrevistas aos membros do educativo.

A fotografia como registro e como documento de arquivo

Nesses dias deploráveis, uma nova indústria surgiu, que muito contribuiu para confirmar a tolice em sua fé... de que a arte é e não pode deixar de ser a reprodução exata da natureza... Um Deus vingador realizou os desejos dessa multidão. Daguerre foi seu Messias... Se for permitido à fotografia substituir a arte em algumas de suas funções, em breve ela a suplantará e corromperá completamente, graças à aliança natural que encontrará na tolice da multidão. É preciso, pois, que ela cumpra o seu verdadeiro dever, que é o de servir às ciências e às artes. Charles Baudelaire apud Benjamin, 1987, p. 107. Penso que esta história contada na Avenida Marquês de Sapucaí é a parte brasileira da profecia de Baudelaire: a fotografia tornou-se uma aliada natural dasuposta -"tolice da multidão" e cumpriu, mas uma vez, o seu dever, servindo, desta feita, à arte e à cultura popular.

A fotografia como documentos históricos

Em tempo de histórias, 2011

Resumo O uso de imagens-e em especial a fotografia-como fonte de conhecimento histórico é prática que acompanha os avanços relativos à análise documental na História, inclusive no Brasil. As fontes imagéticas não devem ser interpretadas como ilustração, ...

Fotografia, arquivo e a carne negra: (po)éticas implicadas

2024

A presente tese apresenta o que aprendi junto com algumas produções artístico-culturais brasileiras contemporâneas, as quais mobilizam a fotografia (imagens e ferramenta tecnológica), arquivos diversos e a carne negra para expor as colonialidades ainda vigentes e/ou propor outros imaginários, modos de existir, pensar e conhecer que exorbitam o imaginário e as ordenações ontoepistemológicas do mundo antinegro. De um lado, enfatizo as implicações entre Estética, fotografia e arquivos na (re)produção material-discursiva de corpos negros dissimulados, necessários a coerência e coesão desse mundo. De outro, considero as produções artístico-culturais analisadas como ante-Estética, pois que a suas (po)éticas implicadas entre fotografia e arquivo expõem a exorbitância da carne negra às suas dissimulações. Ou seja, fotografia e arquivo podem ser armas de captura ou meios para fugas.

A preservação do acervo fotográfico em suporte digital como fonte de informação histórica e cultural

2004

Relata a elaboração e implementação do arquivo fotográfico digital do Centro Universitário de Jaraguá do Sul. A iniciativa partiu da Biblioteca Central Padre Elemar Scheid, unidade de informação consciente de seu papel como agente cultural. Estão registradas nas fotografias: momentos históricos da instituição, instalações físicas, eventos comemorativos, funcionários, entre outros. As fotografias são cadastradas no software Pergamum, utilizando como padrão de catalogação o Código de Catalogação Anglo-Americano – 2a edição e formato MARC21, que possibilitam o intercâmbio de informações entre diferentes sistemas. A partir desse cadastro são extraídas as informações necessárias e a imagem escaneada da fotografia para visualização on-line. A interface desenvolvida para a visualização das fotografias possibilita a busca por títulos, autor, assunto e termo livre

Fotografia como testemunho

2009

Este artigo discute a questao do testemunho fotografico a partir da relacao entre fotografia e experiencia da catastrofe. A fotografia constitui um discurso privilegiado sobre a catastrofe radiologica do Cesio 137, desencadeado em Goiânia no ano de 1987. O testemunho fotografico assume nesse artigo dois sentidos: a fotografia em seu aspecto de atestacao, concebida como traco do “real”; e como um registro autentico de uma experiencia traumatica que pode ser comunicada e compartilhada pelo sujeito fotografado, pelo fotografo e pelo espectador. Esse trabalho enfatiza o testemunho fotografico como um discurso visual da dor e do trauma.