Elas/Es Nas Redes: Decolonialidade Nas Pesquisas e Nas Docências Sobre/Na/Com a Cultura Digital (original) (raw)

Entendemos que o colonialismo, apresentado nos livros de história há alguns anos como período de expansão territorial e verdade dos fatos ali narrados, registra em suas ações uma realidade bem diferente, com manipulações, violência e silenciamentos a quem oferece algum tipo de resistência física, cultural ou política. E não somente contra um ou outro indivíduo, mas contra sociedades, costumes, crenças e territórios em diferentes continentes. Com usos e abusos de poder e torturas físicas e psicológicas. Comportamentos que durante muitos anos impuseram condições subservientes, humilhando, dizimando e se apropriando de outras culturas. Como as festividades pagãs, deturpadas e modificadas conforme interesse do homem branco europeu e cristão. Um ditador de regras, com ações que validaram, por séculos, uma falsa superioridade intelectual, artística, tecnológica e cultural por toda a Europa e em cima dos povos colonizados, destacados então como incultos, massa de manobra e mão de obra com corpos exóticos desejados e agredidos, impedidos de uma (re)volução em prol de espaços e melhores condições de vida e acesso. Contudo, há alguns anos percebemos movimentos que reivindicam seus espaços e audição de suas vozes. Com a força de homens e mulheres, intelectuais que quebram correntes e desafiam o sistema, seguimos rompendo com um tratado até então unilateral, que somente beneficiava uma parte, rumando para conhecimentos com realidades históricas e propostas reflexivas e discursivas que destacam intelectuais de nacionalidades marginalizadas. Nessa proposta, o presente dossiê vem contribuir com esse movimento, reunindo um conjunto de artigos que abordam a decolonialidade nas pesquisas e nas