Uma paisagem sem gente? O problema do contexto arqueológico da arte rupestre proto-histórica do Côa e Douro (original) (raw)

Baptista, António Martinho & Reis, Mário (2008) - Prospecção da arte rupestre no Vale do Côa e Alto Douro português: Ponto da situação em Julho de 2006

2009

"Resumo Apresenta-se um ponto da situação relativamente ao conhecimento da Arte do Côa até Julho de 2006, com um historial da sua evolução desde os primórdios, com as primeiras e quase ignoradas referências dos anos 30 e 40, salientando-se a importância da prospecção sistemática para o recente salto quantitativo na quantidade de rochas decoradas conhecidas. Circunscreve-se e caracteriza-se geomorfologicamente a sua área de distribuição, centrada na junção entre os rios Côa e Douro. Caracterizam-se as metodologias de prospecção utilizadas e os diferentes constrangimentos que enfrentam, e apresenta-se uma descrição sumária da geomorfologia e da arte rupestre de cada um dos sítios conhecidos, assim como uma caracterização geral dos quatro grandes períodos cronológicos aqui representados. Conclui-se com a certeza que os 36 diferen- tes sítios e as 644 rochas inventariadas até esta altura são apenas uma fracção do total, e que muito falta ainda por descobrir e interpretar do extraordinário conjunto de gravuras e pinturas da abrangentemente chamada Arte do Côa. Palavras chave: Prospecção, Arqueologia rupestre, Arte do Vale do Côa, Arte Paleolítica, Arte da Idade do Ferro, Alto Douro português, Filiformes."

Reis, Mário (2020): Imagens fantasmagóricas, silhuetas elusivas: as figuras humanas na arte do Paleolítico Superior da região do Côa. In J. M. Arnaud, C. Neves & A. Martins (eds.), Arqueologia em Portugal: 2020 - Estado da Questão. Lisboa, Associação dos Arqueólogos Portugueses, p. 537-549.

Arqueologia em Portugal: 2020 - Estado da Questão, 2020

RESUMO A representação da gura humana é rara na arte paleolítica europeia, e a região do Côa não é excepção, em- bora desde o início se conheçam antropomorfos paleolíticos na sua arte de ar livre. Inicialmente restringidos a dois sítios, a sua quantidade e dispersão territorial expandiu-se consideravelmente nos últimos anos, com os continuados trabalhos de prospecção, registo de rochas decoradas e revisão das já conhecidas, ascendendo actualmente a quase meia centena, pesem embora as dúvidas na classi cação de várias entre elas. Este texto apresenta o conjunto completo destas guras inventariadas na arte do Côa, dividindo-as nos seus principais grupos cronológicos e tipológicos, e re ectindo sucintamente sobre a sua possível continuação para a fase cul- tural subsequente ao Paleolítico Superior. Palavras-chave: Arte rupestre, Figuras antropomór cas, Paleolítico Superior, Epipaleolítico, Região do Côa. ABSTRACT The representation of the human gure is rare in European Paleolithic art, and the Côa region is no exception, although Paleolithic anthropomorphs have been known in its open-air art since the beginning. At rst re- stricted to two sites, their quantity and territorial dispersion has considerably expanded in recent years, with the continued work of survey, review and registration of decorated rocks, and currently amount to almost half a hundred, despite the doubts concerning the classi cation of several among them. This text presents the com- plete set of these gures in the Côa art, divided in their main chronological and typological groups, and brie y re ecting on their possible continuation for the cultural phase subsequent to the Upper Paleolithic. Keywords: Rock art, Anthropomorphic gures, Upper Paleolithic, Epipaleolithic, Côa Region.

"Per petras et per signos": A arte rupestre do Vale do Côa enquanto construtora do espaço na Proto-história

"Para lá da arte paleolítica, o Vale do Côa apresenta um conjunto notável de cronologia proto-histórica, ainda mal conhecido. Num texto anterior procurámos fazer um ponto da situação e apresentar pistas para a interpretação desta arte, a partir da temática de fronteira (Luís, 2008). Neste texto procuramos desenvolver este caminho interpretativo. Partindo da íntima relação entre esta arte e o espaço geográfico em que foi inscrita e de uma perspectiva de construção social desse mesmo espaço, atrevemo-nos a apresentar indícios para a interpretação da sua iconografia, confrontando-a com outros exemplos de iconografia peninsular, as fontes clássicas e elementos da mitologia de raiz céltica."

Primeiro inventário figurativo da arte rupestre da Idade do Ferro entre o Côa e o Douro

In D. Correia & A. Santos (Eds.), Por este rio acima: A arte pré e proto-histórica do Vale do Côa: Estudos em homenagem a António Fernando Barbosa. Vila Nova de Foz Côa: Côa Parque, Fundação para a Salvaguarda e Valorização do Vale do Côa, p. 181–265., 2023

Introdução Um artista do Côa Ver nem sempre é olhar. Relatos recentes de Pré-Histórias antigas pelo Rio Côa A arte paleolítica do Vale do Côa no seu contexto sociocultural Entre o Côa e o Douro, nos longos milénios do pós-glaciar: quadro de referência da arte rupestre da Pré-história Recente da região do Côa Primeiro inventário figurativo da arte rupestre da Idade do Ferro entre o Côa e o Douro Aos ombros do último artista do Côa: Um olhar prospectivo sobre a investigação arqueológica nos vales do Côa, Águeda e Ribeira de Aguiar

O sistema de visita e a preservação da arte rupestre em dois sítios de ar livre do Nordeste português: o Vale do Côa e Mazouco.

Revista Portuguesa de Arqueologia, 2003

Desde a sua abertura em 1996, o Parque Arqueológico Vale do Côa (PACV) tem estado debaixo de intensa análise e crítica, por parte, na sua maioria, de arqueólogos portugueses e da comunidade local, nomeadamente no que concerne ao sistema de visita implantado no Côa, objecto de discussão neste artigo. Tendo em conta estas críticas e alguns exemplos dos diferentes resultados produzidos pelas estratégias de gestão implementadas noutros sítios de arte rupestre desta área do Nordeste português mas também no Mundo, o objectivo deste artigo será o de discutir a eficácia dos vários sistemas de acesso de visitantes numa perspectiva de preservação versus acesso público não perdendo de vista toda a realidade socio-económica ligada à gestão de recursos culturais mas também turísticos e como tal económicos. Sendo o grande público um dos principais interessados na gestão do Património Cultural (PC), é vital determinar as suas opiniões sobre os sistemas de acesso a estes locais em geral e aos sítios de Arte Rupestre em particular. Assim sendo, no âmbito deste artigo foi efectuado um inquérito de opinião que visa avaliar o grau de satisfação com a visita que o sistema implantado no Vale do Côa permite. Do mesmo modo, as ideias e sugestões dos parceiros e comunidade local acerca do desenvolvimento económico e a gestão das visitas no Vale do Côa serão também objecto de análise, recorrendo a entrevistas por nós efectuadas e a artigos publicados na imprensa regional e nacional. Considerando o acima mencionado, o intuito deste artigo será o de demonstrar que os sítios de Arte Rupestre, localizados ao ar livre ou não, devido à sua natureza específica, e nomeadamente os situados nesta zona da Península Ibérica, exigem abordagens particulares no que respeita à sua gestão e especialmente na implementação dos siatemas de acesso público.

Arte rupestre e problemas de conservação do sítio arqueológico Caminho da Caiçara II

Zenodo (CERN European Organization for Nuclear Research), 2020

Consiste de um grande paredão vertical e de um pequeno bloco de arenito decorados com 101 pinturas rupestres, representando figuras abstratas e carimbos de mãos humanas, além de uma pegada de ave-94-ARQUEOL. IBEROAM. 45 (2020) • ISSN 1989-4104 e de um propulsor de dardos, pintadas predominantemente em diferentes tonalidades de vermelho e em amarelo, com recorrências dos motivos representados. Há gravuras rupestres representando cúpules e pinturas sobrepostas por gravuras. A degradação do arenito, espessas camadas de eflorescências salinas e ninhos de insetos, como cupins, vespas e abelhas, e infiltração de água de chuva afetam a conservação desse sítio arqueológico.

Reis, Mário (2011) - Prospecção da arte rupestre do Côa: ponto da situação em Maio de 2009

2011

"Resumo Desde a sua descoberta e revelação pública em 1994/1995, a arte do Côa não tem cessado de proporcionar novas revelações, em novos sítios e novos registos, e a realização de um balanço final da sua prospecção arqueológica está ainda longe de ser possível. Apresenta-se assim um ponto da situação conhecida em Maio de 2009, com a quantificação dos registos presentemente existentes, em sítios, rochas historiadas e outros suportes, um olhar para as últimas descobertas e uma análise sumária das características da arte rupestre do Côa, em toda a sua longa sequência diacrónica. Palavras-chave: Arte Rupestre; Vale do Côa; Prospecção. Abstract Ever since its discovery and public revelation in 1994/1995, the Côa Valley rock-art has ceaselessly provided new evidence, both in terms of sites and engraved rocks, and the making of a final appreciation of archaeological surveys is still far from possible. This paper offers an update of the situation known by May 2009. We quantify the present records as far as sites, engraved and/or painted rocks or other backdrops are concerned, we take a look at the latest discoveries and provide a short analysis of the Côa Valley rock-art, in its long diachronic sequence. Keywords: Rock-art; Côa Valley; Archaeological Survey."