A ASTROLOGIA É RAINHA, EM UMA TEORIA DE TUDO (original) (raw)

Tudo é número, disse Pitágoras; tudo é padrão, poderia ter dito. Típicos acontecimentos terrestres foram simbolicamente relacionados a específicas ocorrências no céu – e não a outras – e tidos como efeitos padronizados de algo que atua nas coisas, nos eventos e no comportamento íntimo ou manifesto das pessoas: estas ocorrências, correlacionadas a Sol ou Mercúrio; outras, a Lua ou a Vênus; terceiras, a Marte ou Júpiter ou Saturno; e, todas, após criado o Zodíaco no século 5 AEC, a arranjos trigonométricos entre os fatores zodiacais (Signos, Planetas e Casas Astrológicas), que são os Aspectos. Então, foram correlações estabelecidas daqui para lá (da Terra para o céu), dada a capacidade de significação que caracteriza a psique humana e propiciou a representação descritiva da realidade observada, mas imaginou-se ser causação de lá para cá, como presumido resultado de ação cósmica (do céu para a Terra)! É tudo “cá”, em um maravilhoso fruto da mente: a matematização dos símbolos zodiacais, estabelecida com base nos padrões perenes e recorrentes que se viu no céu em um dia longínquo, é o que denota, por meio da simbologia astrológica utilizada, o tipo e a intensidade dos efeitos de algo cocausador de hábitos-padrão de ocorrência dos fenômenos terrestres. Então, no limite, até poderia ser dito: esqueça o céu! Mas por que o algo-causa foi atribuído justamente aos astros e, não, a outra coisa qualquer? De acordo com o que suponho, foi porque, além de serem do céu – isto é, supostamente dos deuses ou sendo os próprios entes divinos –, o Sol, a Lua, as estrelas errantes e as estrelas fixas eram os únicos elementos objetivos do mundo perceptível a olho nu que invariavelmente mantinham padrões, e padrões regulares e definíveis por Matemática, sendo, por isso, perenes e estáveis no incessante escoar do tempo e em qualquer lugar observado, podendo ser simbolicamente referidos a qualquer coisa terrestre que tivesse padrões também perceptíveis e recorrentes, no afã de se descrever o que ocorrera, ocorria ou viria a ocorrer.