AS LÍNGUAS NAS POLÍTICAS LINGUÍSTICAS PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO EM IES DA REGIÃO NORDESTE (original) (raw)

INTERNACIONALIZAÇÃO NAS UNIVERSIDADES E A NECESSIDADE DE POLÍTICAS DE LÍNGUAS PARA FINS ESPECÍFICOS: UMA PROPOSTA DE UNIDADE DIDÁTICA PARA APRENDIZES JAPONESES DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ADICIONAL (PLA)

Anais do Simpósio Internacional sobre Ensino-aprendizagem de Língua Japonesa como Língua de Herança, Identidade e Bilinguismo, 2019

Partindo do processo de internacionalização em uma universidade pública estadual, esta comunicação enfatiza a necessidade de se pensar políticas linguísticas como ações primordiais para o projeto de internacionalização (BIZON, 2013; DLASKA, 2013). Embora o número de trabalhos sobre a internacionalização venha aumentando (LIMA; CONTEL, 2011), há ainda poucos estudos que lancem luz às experiências de estudantes internacionais falantes de línguas distantes do português, como o japonês, e às políticas linguísticas voltadas ao processo de ensino-aprendizagem e de inserção desses alunos (FRAZATTO, em andamento). Ressalta-se também a ausência de materiais didáticos para o ensino de Português como Língua Adicional (PLA) para fins específicos, neste caso, destinados ao público universitário (DINIZ, STRADIOTTI; SCARAMUCCI, 2009), bem como a falta de disciplinas que deem conta da demanda gerada pela presença internacional. Assim, propomos, como um mecanismo de política linguística (SHOHAMY, 2006), uma unidade didática ancorada no contexto de aprendizagem da maioria dos estudantes japoneses que vêm estudar na universidade em questão. A unidade didática foi pensada como um modo de apresentar expressões, marcadores discursivos e estratégias comunicacionais que possam vir a facilitar a negociação de sentidos em diferentes práticas sociais vividas pelos alunos. Com relação ao tema da unidade, a partir da experiência dos alunos e do uso de diferentes gêneros discursivos (ROJO, 2005), tivemos como objetivo a problematização de essencialismos sobre o Brasil e o Japão, de forma a promover um diálogo intercultural (SCHLATTER, 2000; MAHER; 2007).

PERSPECTIVAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO NA UFG: O PAPEL DAS LÍNGUAS ESTRANGEIRAS

PERSPECTIVAS DE INTERNACIONALIZAÇÃO NA UFG: O PAPEL DAS LÍNGUAS ESTRANGEIRAS, 2018

The interest in the internationalization of Brazilian universities has grown exponentially in recent years with some Federal Government initiatives such as the Science without Borders (SwB) Program. Launched in 2011, its objective was to promote the consolidation, expansion and internationalization of science and technology, innovation and competitiveness through exchange and international mobility (SCIENCE WITHOUT BORDERS, 2011). The work presented here was proposed in 2017 as a Practical Curriculum Component (PCC) project by the article’s professor-authors and included, among other students, the student-author’s participation. The aim of the research was to study the internationalization process of Higher Education Institutions (IES), more specifically the Federal University of Goiás (FUG), and the role of foreign languages (LEs). The students of the PCC participated in the theoretical-practical activities, aiming at broadening their knowledge on the subject as well as getting to know the internationalization experiences of undergraduate students and exchange students of the university community. The results, compiled from quantitative and qualitative analyses of the collected data, highlight the foreign exchange students’ positive and negative perspectives regarding their exchange program at the FUG and served to show that there are several internationalization actions already implemented in the institution, but there is still room for the promotion of others which are still in progress.

PROJETO " PELO MUNDO " : A CONFIGURAÇÃO DE UMA POLÍTICA LINGUÍSTICA EM UM CURSO DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ADICIONAL PARA CANDIDATOS AO PROGRAMA DE ESTUDANTES- CONVÊNIO DE GRADUAÇÃO (PEC-G

Em funcionamento desde 1965, o Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G), desenvolvido pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) em parceria com o Ministério da Educação (MEC) e algumas universidades públicas e privadas, permite que estrangeiros vindos de países em desenvolvimento com os quais o governo brasileiro mantém acordos educacionais e culturais e que tenham completado o ensino médio possam realizar seus estudos de graduação no Brasil. De acordo com o decreto de Nº 7.948, sancionado em 12 de março de 2013, uma das exigências para participação no programa é a apresentação do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras). Também de acordo com esse documento, os candidatos originários de países em que não há aplicação do Celpe-Bras podem realizá-lo no Brasil, uma única vez, após terem concluído curso de Português para Estrangeiros preparatório para o exame em IES credenciadas. Com mais de cinquenta anos desde sua implementação, o PEC-G ainda é, frequentemente, apagado nos discursos de internacionalização das universidades brasileiras, ainda que seja esse o programa que mais traz estudantes internacionais para essas instituições (BIZON, 2013). Consequentemente, questões que envolvem sua implementação são ainda mais invisibilizadas. Afiliando-nos à perspectiva da Linguística Aplicada Indisciplinar (MOITA LOPES, 2006) e do Letramento Crítico (MATTOS; VALERIO, 2010; JORDÃO, 2014), esta pesquisa focaliza o Projeto Pelo Mundo, desenvolvido no Curso de Português como Língua Adicional para Candidatos ao PEC-G em uma universidade federal mineira, em sua edição de 2015. Por meio de recortes do diário reflexivo da professora-pesquisadora e entrevistas realizadas com cinco estudantes do PEC-G e cinco professores participantes do Projeto Pelo Mundo, analisamos a política linguística que se configurou durante o curso, concentrando-nos, especificamente, no desenvolvimento do projeto e suas contribuições para uma educação do entorno, alicerçada na interculturalidade (MAHER, 2007). Ademais, analisamos as contribuições do projeto para a formação de uma consciência crítica e cidadã dos estudantes em relação à forma como se posicionavam e eram posicionados pelos Outros (BIZON, 2013; MATTOS, 2014) na sociedade à qual buscavam se integrar, dando-lhes a oportunidade de tornar visíveis questões que lhes inquietavam na condição de estudantes candidatos ao PEC-G. A análise de registros mostrou êxitos e contradições do Projeto Pelo Mundo que, embora tenha contribuído para a visibilização dos estudantes do PEC-G e de suas inquietações quanto aos modos como são frequentemente narrados e narram a si mesmos e aos Outros (JORDÃO, 2014), assim como para sua formação crítica baseada em uma política linguística pluricêntrica, revelou a necessidade de projetos mais amplos e frequentes, preferencialmente, que criem vínculos institucionais para favorecer mais decisivamente a educação do entorno e a interculturalidade. Palavras-chave: Programa de Estudantes-Convênio de Graduação; Português Língua Adicional; política linguística; educação do entorno; interculturalidade.

INTERNACIONALIZAÇÃO E POLÍTICAS LINGUÍSTICAS: ANÁLISE DOS ELEMENTOS DE CONCEITUAÇÃO E DAS AÇÕES PRESENTES NO PLANO DE INTERNACIONALIZAÇÃO DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB

Simon Fraser University Educational Review Journal, 2019

Resumo A internacionalização, movimento decorrente da globalização, tem demandado que os sistemas educacionais de diversos país realizem processos de cooperação bilateral e multilateral, bem como estimulem novas formas de regulação de suas políticas educacionais. Em vista disso, considerando o contexto da elaboração de políticas linguísticas para a promoção da internacionalização do Ensino Superior brasileiro como ação que colabora com os resultados das avaliações às quais sãos submetidas as universidades, apresentamos algumas considerações a respeito das perspectivas teóricas da internacionalização do Ensino Superior e estabelecemos um diálogo com o construto de políticas linguísticas. Em seguida, descrevemos e analisamos os elementos que compõem a conceituação de internacionalização e de política linguística presentes no Plano de Internacionalização (PI) da Universidade de Brasília (UnB), vigente de 2018 a 2022, no sentido de compreender a perspectiva a partir da qual esse documento apresenta as ações e as metas a serem executadas nos âmbitos do ensino, da pesquisa e da extensão. Essa investigação qualitativa aplicou a metodologia de análise de conteúdo, por essa adotar normas sistemáticas de extrair os significados temáticos de um texto com a finalidade de interpretá-lo objetivamente. Os resultados indicaram que o PI da UnB apresenta uma conceituação de internacionalização e de política linguística socio-culturalmente situadas, pois

RESSIGNIFICAÇÕES NO ENSINO DE LÍNGUAS: UMA ANÁLISE NA PERSPECTIVA DOS LETRAMENTOS INTERCULTURAIS

Caminhos em Linguística Aplicada, 2023

Resumo: O contexto educacional, sobretudo brasileiro, demanda reinvenção, considerando-se os processos culturais que o circundam. Propõe-se neste estudo uma discussão acerca das ressignificações no ensino de línguas como um espaço de oportunidades para construção de mecanismos sobre o entendimento da realidade, a partir do re/conhecimento da própria cultura e da cultura do outro; do respeito às diferenças de ordens diversas, dentre elas as linguísticas; da tolerância; da participação crítica na sociedade; da promoção de uma comunicação responsável e culturalmente sensível entre as pessoas. Nesse sentido, este artigo objetiva analisar como se concebe um ensino de línguas, na perspectiva dos Letramentos Interculturais, e, para tanto, optou-se pela pesquisa bibliográfica. A partir do arcabouço teórico, almeja-se ressignificar os papéis sociais de aluno, professor e a perspectiva de ensino e de aprendizagem, vislumbrando possíveis premissas norteadoras para o ensino de línguas, na referida abordagem. Os resultados desta investigação revelam que os Letramentos Interculturais alicerçam um ensino de línguas, e viabilizaram a proposição de premissas que atendam às demandas educacionais contemporâneas, de forma inclusiva, reflexiva e crítica, mas requerem também mudanças dos papéis sociais de aluno, professor e da perspectiva de ensino e de aprendizagem. Palavras-Chave: Letramentos Interculturais. Ensino e aprendizagem de línguas. Papel social de aluno e professor.

POLÍTICAS E PLANEJAMENTO LINGUÍSTICOS: MAPEAMENTO DAS PESQUISAS SOBRE ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS MODERNAS NO CENÁRIO NACIONAL

Este trabalho, resultado de um projeto de iniciação científica realizado entre os anos de 2012 e 2013, tem por objetivo apresentar um levantamento de pesquisas acerca da política e do planejamento linguísticos (PPL) no que se refere ao ensino das línguas estrangeiras modernas (LEM) no Brasil. Para tanto, realizamos nossas buscas especificamente no Banco de teses da Capes, à procura das teses e dissertações sobre o tema entre os anos de 2007 a 2011. Para o desenvolvimento da pesquisa foi utilizado o termo Políticas Linguísticas neste sistema, por meio do qual foram encontrados 26 trabalhos que atendiam a temática abordada em nosso projeto. A partir das pesquisas encontradas, percebemos que quantidade de publicações sobre o tema tem aumentado sutilmente nos últimos anos, o que indica a relevância do assunto. Além disso, nota-se que os anseios que movem as ideias dos autores dialogam entre si, pois grande parte das pesquisas ressalta a importância destas discussões na escolha e implantação de uma LEM em currículos de diferentes contextos, desenvolvendo análises sobre as relações entre o ensino destas na escola de Educação Básica brasileira com os aspectos políticos e ideológicos subjacentes às leis que regem o sistema escolar. Com este estudo buscamos contribuir para o levantamento de dados concernentes a PPL no Brasil, a fim de colaborar com a discussão atual sobre o tema, principalmente no que se refere ao debate dentro da graduação e pós-graduação em Letras.

n. 2 - MAPEANDO A(S) POLÍTICA(S) POR TRÁS DA POLÍTICA PARA O ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA NO BRASIL

Jornal de Políticas Educacionais

O presente estudo teve como objetivo explorar o contexto de influências da política para o ensino de língua estrangeira na educação básica no Brasil expressa na Lei de Diretrizes e Bases da Educação vigente - LDB 9394/96 - buscando identificar o envolvimento de atores na definicão da política e utilizando como referencial teórico-analítico a abordagem do ciclo de políticas (BALL, 2001; MAINARDES, 2006). Por meio de uma pesquisa documental, algumas propostas da UNESCO e artigos da Constituição de 1988 são analisados como exemplos das influências nacional e internacionais, de modo a perceber como as políticas se encontram justapostas e as relações de poder que as permeiam, e observar como diferentes eventos históricos deram origem à política para o ensino de língua estrangeira. Inspirada nos trabalhos de Deleuze (1988) e Deleuze e Guattari (2000), a cartografia foi utilizada para ilustrar os achados da pesquisa e mapear as diferentes interfaces que mesclam as orientações discursivas d...

POLÍTICA LINGUÍSTICA EM CONTEXTO DE IMIGRAÇÃO E REFÚGIO: O PLANEJAMENTO DO ENSINO DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA DE ACOLHIMENTO NO ÂMBITO DO DISTRITO FEDERAL

Muiraquitã: Revista de Letras e Humanidades, 2019

O tema norteador deste trabalho é o ensino de Português como língua não-materna a comunidades de imigrantes e refugiados, em caráter de política linguística e de política pública de acolhimento e de cooperação entre Estados-nação. Seu objetivo principal é dar visibilidade aos aspectos Planejamento de curso e Planejamento de aula de um curso de português como língua de acolhimento desenvolvido no Distrito Federal. Algumas questões relevantes são: (i) quais são os agentes comprometidos com esse planejamento?; (ii) qual a importância do planejamento para a implementação de um curso de línguas para refugiados e imigrantes?; e, (iii) quais são os elementos desse planejamento? Metodologicamente, adota-se as concepções teóricas de política linguística e de planejamento de Calvet (2007); Haugen (1964) e Rajagopalan (2013, 2014), e as concepções de planejamento de curso e de aula de Almeida Filho (1997, 2011) e Oliveira (2015). Como resultados parciais aponta-se que: (i) a elaboração e implementação do PLAc no DF têm sido viabilizadas por meio de parcerias como a do IMDH; (ii) há indícios de que a Secretaria de Estado de Educação do DF passou a se compromissa com essa política de acolhimento. Palavras-Chave Política linguística. Migração forçada. Ensino de línguas. Planejamento de curso. Português como língua de acolhimento. Palavras-chave: Política linguística, Migração forçada, Ensino de línguas, Planejamento de curso, Português como língua de acolhimento