O éthos poético de algumas imagines tibulianas (original) (raw)
A construção e sugestão de imagens, tenham elas o grau de vivacidade da écfrase ou não, são recursos profusamente utilizados em quase toda a poesia latina, por conseguinte, nem mesmo Tibulo, em sua propalada concisão e simplicidade, poderia ter descurado elaborar “quadros de palavras” e cenas verbais que estabelecessem, colaborassem ou ampliassem a poeticidade de seus poemas, afinal, a prisca ideia enunciada por Simônides de que “poesia é pintura falante e pintura é poesia muda” parece ter sido corrente na Antiguidade Clássica, e o ut pictura poesis horaciano é talvez seu mais memorável e célebre reflexo. Notável é também como a essa percepção de escritores antigos homologam-se de modo aparentemente perfeito muitas codificações modernas da mesma questão: para a semiótica greimasiana, por exemplo, signos figurativos são transportáveis e traduzíveis por qualquer língua natural, porque é apanágio desse – e apenas desse – sistema semiótico codificar todos os demais, e, além disso, eles ...