O que o Novo Banco de Desenvolvimento do Brics representa para a China (e vice-versa)? [IBASE 2015] (original) (raw)
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Revista de Estudos AntiUtilitaristas e PosColoniais, 2021
O Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) é um banco que busca financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), e em outras economias emergentes. Constituído em 2014, iniciou suas operações em 2016. A escolha da sede Xangai e a indicação de Chen Yuan, ex-presidente do Banco de Desenvolvimento Chinês, para liderar o país na construção do desenho do NBD, são indicadores relevantes da importância que os chineses conferem ao banco. Coube ao Brasil indicar o presidente do NBD em 2020: Marcos Troyjo. Mas as relações entre e Brasil e China se deterioraram no período Bolsonaro e com a explosão da Covid em 2020, os desentendimentos entre os países atingiram patamares inéditos. Esse artigo buscará identificar o protagonismo da China no NBD e apontar contradições de o Brasil estar exercendo a presidência do banco em um contexto de protagonismo mundial chinês.
O Financiamento Do Desenvolvimento e O Novo Banco Do Brics: Uma Alternativa Ao Banco Mundial?
2018
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Desenvolvimento em Debate, 2011
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Revista Gestão em Análise
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Banco dos Brics é lampejo do futuro
As instituições de Bretton Woods refletem as realidades de uma era em retirada. O mundo mudou, na maioria das vezes para melhor, uma vez que os países pobres reduzem o fosso que os separa dos ricos. O banco dos Brics sintetiza isso. Ele é um vislumbre do futuro. Trinta anos atrás, os Brics eram um artifício de marketing idealizado por Jim O'Neill, na época economista-‐chefe do Goldman Sachs. Agora é um banco. E assim, sem mais nem menos, terá sua própria grife. Em julho, em Fortaleza, os cinco países que compõem os Brics-‐ Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul-‐ concordaram em fundar um banco de desenvolvimento. Eles abriram também uma linha de swap, conhecida formalmente como um acordo de reservas contingenciais (CRA, nas iniciais em inglês), um dispositivo que dá ao banco central de cada um dos países acesso a volumes emergenciais de reservas cambiais. Tomando emprestada uma expressão de Anton Siluanov, o ministro da Fazenda da Rússia, os cinco países tentam conjurar a ideia de um mini-‐Banco Mundial e de um mini-‐Fundo Monetário Internacional. O plano dos Brics é bom para o mundo, embora isso fique difícil de detectar pela reação desdenhosa que despertou no Ocidente. Houve duas posições padrão. Uma é ridicularizar a própria ideia de cinco países tão díspares organizarem algo coerente ou em perseverarem nessa disposição. A outra é se preocupar com o fato de que a ordem mundial refletida nas duas instituições encabeçadas pelos Estados Unidos e fundadas na Conferência de Bretton Woods de 1944 está prestes a se esfacelar. Na verdade não chega a ser um milagre o fato de cinco países cujas iniciais formam uma sigla sugestiva terem migrado tão rapidamente de uma sigla [que alude a 'bricks', 'tijolos', em inglês] para um banco físico [em inglês, 'bricks and mortar']. É uma reprimenda a instituições dirigidas pelo Ocidente que não conseguiram se adaptar. Se a ordem do pós-‐guerra está mesmo sendo derrubada, a reação correta é "vamos ouvir". O novo banco dos Brics, que vai financiar projetos de infraestrutura, terá um capital inicial de US$ 50 bilhões e um capital máximo permitido de US$ 100 bilhões.
2325) Os Brics na nova conjuntura de crise econômica mundial (2011)
Espaço da Sophia, 2012
Brasília, 7 outubro 2011, 9 p. Ensaio sobre o papel dos Brics no contexto atual. Mundorama (10/10/2011). Dividido em três partes para o Observador Político (1a. parte: 26/10/2011; 2a parte: 27/10/2011; 3a parte: 28/10/2011). Publicado na revista Espaço da Sophia (vol. 45, n. 1, janeiro-junho 2012, ISSN: 1981-318X; p. 111-123). Relação de Publicados n. 1056 e 1964. Relação de Publicados n. 1056.