Cuspir para cima: sobre a crítica à modernidade e sua necessária defesa em três ensaios que se complementam (original) (raw)
2023, Revista Ensaio filosófico
O presente ensaio se propõe a debater modernidade, antimodernidade e as suas consequências, especialmente no caso do Brasil contemporâneo. De um lado, a modernidade se constituiu como um projeto implantado autoritariamente, com o vezo genocida, escravista e colonizador. Por outro, é graças aos avanços que, no interior da modernidade e, ipsa causa, a modernidade possibilitou que podemos hoje lutar por valores e direitos relegados em boa parte da história humana. A crítica indiscriminada contra a modernidade elaborada por pensadores como Michel Foucault, possibilitou que um setor antimoderno, anti-iluminista e até mesmo neofacista, sem as mesmas intenções que pensamos serem libertárias dos pós-estruturalistas, se sentisse empoderado para criticá-la e intentar reerguer os horrores de um mundo que todos acreditavam superados. Assim, defendemos que a modernidade seja criticada e que outro mundo é possível, mas essa crítica deve ser certeira, a fim de não oferecer munições aos negacionistas e extrema-direita.