Avaliação utilizando metabolômica sobre modificações fisiológicas em células cardíacas desencadeadas como resposta a processos de pré-condicionamento (original) (raw)
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Revista Mackenzie De Educacao Fisica E Esporte, 2008
A prática regular de exercícios físicos leva a hipertrofia cardíaca (HC), que é o aumento de massa muscular em resposta a sobrecarga de trabalho sobre o coração. Esta ocorre devido às alterações hemodinâmicas que modificam as condições de sobrecarga cardíaca durante as sessões de treinamento. O músculo cardíaco pode se adaptar a sobrecargas hemodinâmicas de duas formas: uma causada pela sobrecarga de volume, verificada em treinamento aeróbico, chamada de hipertrofia excêntrica; outra causada pela sobrecarga de pressão, observada com o treinamento de força/isométrico, que leva a hipertrofia concêntrica. Assim, esta revisão tem como objetivos caracterizar os tipos de HC induzidas pelo treinamento físico e suas principais vias de sinalização intracelular que levam a mudança de fenótipo no músculo cardíaco. Os mecanismos intracelulares da HC induzida pelo exercício mostram vias dependentes de receptores de IGF1 que ativam PI3-K e Akt como resposta ao treinamento físico aeróbico e pouco se sabe com relação treinamento físico de força. Assim, esse é uma área com muito a ser investigado. Palavras Palavras Palavras Palavras-chave: chave: chave: chave: hipertrofia cardíaca; treinamento físico aeróbico; treinamento físico de força; vias de sinalização celular.
2009
Fundamento: Pacientes com síndrome metabólica (SM) têm alto risco coronariano e a disfunção da célula beta ou resistência à insulina pode prever um risco adicional de eventos cardiovasculares precoces. Objetivo: Avaliar as alterações glicometabólicas precoces em pacientes com SM, mas sem diagnóstico de diabete tipo 2, após síndrome coronariana aguda. Métodos: Um total de 114 pacientes foi submetido ao teste oral de tolerância à glicose (TOTG), 1-3 dias da alta hospitalar, após infarto agudo do miocárdio ou angina instável. Baseado no TOTG, definimos três grupos de pacientes: tolerância normal à glicose (TNG; n=26), tolerância alterada à glicose (TAG; n=39) ou diabetes mellitus (DM; n=49). O Modelo de Avaliação da Homeostase (HOMA-IR) foi usado para estimar a resistência à insulina; a responsividade da célula beta foi avaliada através do índice insulinogênico de 30 minutos (∆I30/∆G30). Resultados: Baseado no HOMA-IR, os pacientes com DM eram mais insulino-resistentes do que aqueles com TNG ou TAG (p<0,001). De acordo com o índice insulinogênico, a responsividade da célula beta também estava alterada em indivíduos com DM (p<0,001 vs TNG ou TAG). Conclusão: Altas taxas de alterações glicometabólicas foram encontradas após síndrome coronariana aguda em pacientes com SM. Como essas anormalidades acentuadamente aumentam o risco de desfechos adversos, o TOTG precoce pode ser utilizado em pacientes com SM para identificar aqueles que apresentam maior risco coronariano. (Arq Bras Cardiol 2009;92(2):94-99) Palavras-chave: Resistência à insulina, síndrome metabólica, síndrome coronariana aguda, diabetes mellitus tipo 2, células secretoras de insulina.
Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 2021
Fundamento: A hipertensão sustentada pode levar ao remodelamento vascular e lesão das células endoteliais, o que pode explicar a disfunção endotelial encontrada em hipertensos. O treinamento físico pode melhorar a saúde vascular em indivíduos com risco cardiovascular, mas pouco se sabe sobre seus efeitos em pré-hipertensos e hipertensos. Objetivo: Revisar a literatura mostrando evidências de alterações da função endotelial em resposta a diferentes modalidades de treinamento físico em pré-hipertensos e hipertensos. Métodos: Realizamos uma revisão sistemática de estudos nas bases de dados MEDLINE, Cochrane, LILACS, EMBASE e SciELO seguindo tanto as diretrizes PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyzes) quanto a estratégia PICO (paciente/população, intervenção, comparação e resultados). Os ensaios clínicos randomizados (ECRs) publicados até abril de 2019 foram selecionados e avaliados por quatro revisores independentes. A qualidade metodológica foi avaliada por meio da escala PEDro (Physiotherapy Evidence Database). Resultados: Nossa busca rendeu 598 resumos, e 10 estudos foram elegíveis para revisão. Todos eles apresentaram qualidade metodológica aceitável pela escala PEDro. Dos 10 estudos, 7 envolveram treinamento aeróbico, 1 treinamento resistido isométrico e 2 treinamento aeróbico e treinamento resistido dinâmico separadamente. Sete estudos usaram dilatação fluxo-mediada (DFM) para avaliar a saúde vascular, e três usaram pletismografia. A maioria dos protocolos de treinamento envolveu indivíduos hipertensos e consistiu em exercícios de baixa e moderada intensidade. Conclusão: Nossa revisão sistemática mostrou que o treinamento aeróbico contínuo moderado é eficaz para melhorar a saúde vascular em indivíduos hipertensos. Em pré-hipertensos, o treinamento aeróbico intervalado vigoroso parece ser uma alternativa para benefícios à saúde vascular. O treinamento físico resistido isométrico ou dinâmico pode ser usado como alternativa secundária, mas ainda requer mais investigação.
Coração de Atleta. Modificações Fisiologicas x Supertreinamento e Doenças Cardíacas
No século XVII, Lancini fez a primeira observação que a atividade física intensa modificava o tamanho do coração e a primeira descrição médica do que foi chamado de coração de atleta, Henschen a fez logo após a Olimpíada de 1896, depois de examinar corredores de esquina neve. Nos últimos anos, apesar da polêmica quanto ao caráter de benignidade ou não das várias alterac,ões, alguns autores 1-5 definiram as seguintes características da síndrome do coração de atleta como não patológicas: 1) freqüência cardíaca (FC) menor que a média considerada normal em repouso; 2) volume sistólico (VS) maior que o normal em repouso e no exercício; 3) débito cardíaco (DC) mais elevado que o habitual; 4) maior consumo máximo de oxigênio (VO 2 max) no atleta, comparado com indivíduo sedentário; 5) volume cardíaco acima do normal da população geral não ativa fisicamente; 6) pressão diastólica final de ventrículo direito (Pd2 de VD) ligeiramente mais elevada durante o exercício no atleta; 7) maior valor da diferença entre a saturação do oxigênio arterial do venoso periférico, comparado com o valor da diferença entre a saturação artério/ venosa de outras regiões do corpo, provocado pela maior extração de O 2 arterial pelos músculos estriados periféricos, por aumento da capilarização, conseqüente à atividade física; 8) dilatação e hipertrofia cardíaca, com valores acima dos normais, porém abaixo dos valores de portadores de doenças cardiovasculares.
AVALIAÇÃO DO TRABALHO FÍSICO ATRAVÉS DO MONITORAMENTO DOS BATIMENTOS CARDÍACOS
Resumo O artigo mostra como o monitoramento da pulsação (batimentos cardíacos) pode ser útil na avaliação das condições de carga de trabalho dos trabalhadores, em condições ambientais normais ou em condições com elevada exposição ao calor. A avaliação do trabalho ou esforço físico desenvolvido por um trabalhador, tem espe-cial interesse tanto nas avaliações do labor sob diferentes condições, nas estações de trabalho, quanto na avaliação do esforço físico desenvolvido sob condições adversas, a fim de se evitar condições de extenuação. São três os métodos empregados nessas avaliações: a) estimativas através do uso de tabelas que descrevem diferentes tarefas com diferentes dificuldades; b) avaliações através da medição da pulsação (batimentos cardíacos) ao longo do trabalho desenvolvido; c) avaliações mais precisas, pela medição do consumo de oxigênio, durante a execução da tarefa. A avaliação do esforço físico desenvolvido é particularmente importante no controle das condições de sobrecarga térmica, em trabalhos desenvolvidos sob condições extremas de calor, já que facilmente podem ser obtidas condições que podem levar o trabalhador à uma extenuação por calor, com perigo à sua saúde (ou mesmo à sua vida). 2. Correlação entre carga de trabalho, pulsação e consumo de oxigênio A energia requerida para realizar um determinado trabalho varia de pessoa a pessoa, em função do seu peso, idade, sexo, e suas condições físicas. De modo usual, essa energia é dada em kcal/min ou kcal/hora. Brouha (1960) apresenta a relação, para diferentes níveis de atividade, das respectivas energias em quilocalorias, batimentos cardíacos e consumo de oxigênio, evidenciando a cor-relação entre essa energia e a quantidade de oxigênio consumida (Quadro 1).
Exercício físico previne alterações cardiometabólicas induzidas pelo uso crônico de glicocorticóides
Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 2009
Fundamento: Cronicamente, os glicocorticóides induzem alterações cardiometabólicas adversas, incluindo resistência à insulina, diabete, dislipidemia, esteatose hepática e hipertensão arterial. Objetivos: Avaliar o efeito da prática regular de exercício físico aeróbio sobre as alterações cardiometabólicas induzidas por administração crônica de dexametasona (Dex-0,5 mg/kg/dia i.p) em ratos. Métodos: Ratos Wistar machos (n = 24) foram divididos em quatro grupos: Grupo controle; Grupo treinado; Grupo tratado com Dex e Grupo tratado com Dex e treinado. O treinamento físico (iniciado 72 horas após a primeira dose de Dex) foi realizado 3 vezes por semana, até o final do tratamento. Ao final desse período, realizaram-se as seguintes avaliações bioquímicas: glicemia em jejum, teste de tolerância à glicose e análise do perfil lipídico no sangue que incluiu colesterol total (CT), LDL-c, HDL-c, VLDL-c e triglicerídeos (TG). O peso do músculo gastrocnêmio, análise histopatológica do fígado e os índices cardiometabólicos (CT/HDL-c, LDL-c/HDL-c e TG/HDL-c) também foram avaliados. Resultados: Observou-se hiperglicemia, menor tolerância à glicose, elevação do CT, LDL-c, VLDL-c e TG, diminuição do HDL-c, presença de esteatose hepática, hipotrofia muscular e elevação dos índices CT/HDL-c, LDL-c/HDL-c e TG/HDLc nos animais tratados com Dex. O exercício físico reduziu a hiperglicemia, melhorou a tolerância à glicose, reduziu a dislipidemia e preveniu a esteatose hepática , a hipotrofia muscular e reduziu os índices CT/HDL-c, LDL-c/HDL-c e TG/HDLc. Entretanto, não houve efeito significante do treinamento físico sobre o HDL-c. Conclusão: O exercício físico aeróbio tem efeito protetor contra as alterações cardiometabólicas induzidas pelo uso crônico de glicocorticóides. (Arq Bras Cardiol 2009; 93(3) : 400-408) Palavras-chave: Exercício físico, glicocorticóide, resistência à insulina, colesterol, dislipidemia, dexametasona.
Efeito Do Exercício Sobre Os Níveis De HDL-C: Uma Revisão Sistemática De Metanálises
Revista Brasileira de Medicina do Esporte
RESUMO A elevação de 1% no HDL-C associa-se à redução de 3% nas taxas de mortalidade cardiovascular. Contudo, praticar exercícios a ponto de gerar alterações benéficas do HDL-C ainda é controverso. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar se existe benefício do exercício físico sobre os níveis de HDL-C. Trata-se de uma revisão sistemática de metanálises, de artigos indexados ao PubMed/MEDLINE, SciELO e LILACS. Utilizaram-se os termos, Lipoproteins, Cholesterol, HDL, Exercise and Resistance Training. Critérios de inclusão: metanálises publicadas até 22 de janeiro de 2015, com o exercício como forma de intervenção e com desfecho no HDL-C. Critérios de exclusão: Não citação de efeitos de confusão, avaliação do HDL-C como desfecho secundário ou intervenção dietética. Com relação ao resultado do treinamento aeróbico, avaliamos oito estudos. Quatro foram significantes para aumento de HDL-C. Destes, a menor duração em semanas foi 21,8 ± 19,5 e a maior foi 35,3 ± 31,8; a menor frequênc...
Caracterização da variabilidade da frequência cardíaca em indivíduos com síndrome metabólica
Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 2017
RESUMO Introdução: A variabilidade da frequência cardíaca (VFC) tem sido considerada um mecanismo de modulação do sistema nervoso autônomo. A diminuição da VFC pode estar associada à síndrome metabólica (SM). Objetivo: Comparar a VFC e variáveis de saúde em indivíduos com e sem SM. Métodos: Cento e dezenove participantes foram divididos em dois grupos: sem SM (SSM, n = 68) e com SM (CSM, n = 51). Foi avaliada a análise espectral da VFC em repouso, durante teste cardiopulmonar de exercício (TCPE) e na recuperação em bandas de baixa frequência (LF = 0,04-0,15 Hz), alta frequência (HF = 0,15-0,4 Hz) e razão LF/HF. Adicionalmente, a frequência cardíaca (FC) de repouso (FCrep), FC máxima (FCmáx), pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), glicemia, perfil lipídico, consumo de oxigênio pico (VO2pico) e composição corporal foram avaliados. Resultados: A FCrep e o VO2pico não apresentaram diferenças entre o CSM e o SSM (73,3 ± 9,1 vs. 70,1 ± 11,0 bpm) (26,8 ± 4,6 vs. 28,1 ± 6,6 ml...
Uma sessão de TR parece ser capaz de induzir alterações na função autonômica cardíaca (FAC), avaliada por meio da variabilidade da frequência cardíaca (VFC), durante o período de recuperação. Nesse contexto, os dados sobre o mínimo de estímulo capaz de induzir alterações na FAC, bem como, o comportamento da FAC após sessão de TR, são insuficientes. O conhecimento sobre esse tópico, pode fornecer informações acerca da segurança/risco na adequada prescrição do TR. OBJETIVO: Comparar a FAC no repouso com a FAC nos 5, 10 e 15 minutos, após uma sessão de TR, em homens adultos clinicamente normais. MÉTODO: Foram avaliados 14 homens adultos clinicamente normais (24,1 ± 5,6 anos e 24,9 ± 1,9 kg/m 2). Todos realizaram o registo curto (5 min) dos intervalos RR (iRR) antes da sessão de TR (repouso) e nos 5, 10 e 15 minutos, imediatamente após a sessão de TR (recuperação), ambos na posição supina. A sessão de TR foi composta por 3 séries de 8-12RM com 1 min de intervalo de recuperação no exercício de leg press. A gravação dos iRR foi realizada por meio do frequencímetro Polar RS800 ® e posteriormente, os iRR foram processados e analisados, off-line, pelo software Kubios HRV. A FAC foi avaliada por meio da VFC pelos índices do mapa de Poincaré, domínio temporal e espectral. Dada a distribuição não-normal (teste Shapiro-Wilk) utilizou-se teste de Friedman com post hoc Dunn ao nível de significância de p ≤0,05. RESULTADOS: Observou-se uma taquicardia, com uma progressiva redução ao longo dos 15 minutos após sessão de TR, e maiores valores de média iRR na condição de repouso (p < 0,01) comparativamente ao período de recuperação. Os valores dos marcadores de atividade vagal, em todas as formas de análise da VFC, apresentaram diferenças estatísticas (p < 0,01) e maiores valores na condição de repouso comparada ao período de recuperação após a sessão de TR. Os marcadores de modulação global apresentaram progressivo aumento durante 15 minutos após a sessão de TR, e menores valores, em todas as formas de análise da VFC, nos dez e quinze minutos da fase de recuperação após sessão de TR comparativamente (p < 0,01) a condição de repouso. CONCLUSÃO: Com base nos resultados, uma sessão de TR, induz a uma taquicardia que vai progressivamente reduzindo até os 15 minutos após sessão de TR. E, o comportamento da atividade vagal e da modulação global, apresentam um aumento progressivo ao longo de 15 minutos após sessão de TR, com menores valores por até 15 minutos em comparação a condição de repouso. Palavras chave: Função autonômica cardíaca, variabilidade da frequência cardíaca, treino resistido, parassimpático ABSTRACT INTRODUCTION: The TR session seems to be able to induce changes in cardiac autonomic function (CAF), assessed by heart rate variability (HRV) during the recovery period. In this context the data on minimal stimulus to induce changes in the CAF, as well as the behavior of the CAF after TR session, are insufficient. Knowledge about this topic, can offer information about the safety / risk in the appropriate prescription of TR. OBJECTIVE: To compare CAF at rest with the CAF in 5, 10 and 15 minutes after a TR session, in clinically normal adult men. METHOD: We evaluated 14 clinically healthy male adults (24,1 ± 5,6 years and 24,9 ± 1,9 kg / m2). All patients underwent short register (5 min) RR interval (RRi) before the TR session (rest) and 5, 10 and 15 minutes immediately after the session TR (recovery), both in the supine position. The TR session consisted of 3 series 8-12RM with 1 min recovery interval in the leg press exercise. The recording of iRR was performed by means of a Polar RS800 ® and later the iRR were processed and analyzed off-line by Kubios HRV software. The CAF was evaluated by HRV indexes by the Poincaré map, temporal and spectral domain. Given the nonnormal distribution (Shapiro-Wilk test) it was used Friedman test with post hoc Dunn to significance level p ≤ 0,05. RESULTS: We observed a tachycardia, with a progressive reduction throughout the 15 minutes session RT, and higher average values iRR in resting condition (p <0,01) compared to recovery period. The values of vagal activity markers in all forms of HRV analysis showed statistical differences (p <0,01), and higher values at rest compared to the recovery period after TR session. The global modulation markers showed progressive increase for 15 minutes after the TR session, and lower values in all forms of HRV analysis, the ten and fifteen minutes of the recovery phase after TR session compared (p <0,01) the rest condition. CONCLUSION: Based on the results, a TR session induces a tachycardia progressively reduced until 15 minutes after RT session. And, the behavior of the vagal activity modulation and overall, have a progressive increase over the course of 15 minutes TR session, with lower values by up to 15 minutes in comparison to the rest condition.