A ciência Judaica em Portugal no século XV (original) (raw)

Diálogos entre judeus e cristãos: a iluminura em Portugal no século XV

O livro e a iluminura judaica em Portugal no final da Idade Média (p.99-107), 2015

Coexistindo, a partir do séc. VIII, no território que viria a ser Portugal, cristãos, árabes e judeus criaram uma cultura com traços comuns apesar das divergências que os afastavam. Ao longo da Idade Média portuguesa, nas artes plásticas, vão-se revelando aspectos identitários que podem ser explicados por séculos de convivência destas três culturas do Livro.

A Ciência da Companhia de Jesus nos séculos XIX e XX em Portugal

Brotéria, 2014

A acusação de que os jesuítas teriam sido os principais responsáveis pelo “geral idiotismo” em Portugal alcançou uma longevidade, uma transversalidade e uma influência absolutamente invulgares na nossa história. Apesar de remontar a meados do século XVIII, a tese de obscurantismo pombalina influenciou não só a restauração da Companhia de Jesus, mas também a definição das suas prioridades educativas e das suas estratégias apostólicas ao longo dos séculos XIX e XX. Dada a centralidade do obscurantismo científico na argumentação utilizada por Pombal, os jesuítas procuraram, em primeiro lugar, rebater as críticas relacionadas com a educação e com a prática das ciências e, por isso, promoveram o ensino experimental das ciências naturais nos seus colégios e fundaram uma revista científica que acabaria por se revelar central para o desenvolvimento no nosso país de áreas científicas como a botânica, a zoologia, a bioquímica e a genética molecular.

"A iluminura hebraica portuguesa do século XV: estado da questão", Cadernos de História da Arte 1 (2013), pp. 57-73

O importante capítulo da história da iluminura hebraica produzida em Portugal na segunda metade do século XV encontra-se ainda por explorar, não constando qualquer referência ao mesmo nas Histórias da Arte gerais publicadas em Portugal. Esta situação deve-se, em parte, aos poucos estudos realizados sobre o assunto, mas também, às conclusões divergentes apontadas pelos especialistas estrangeiros, tanto no que se refere à qualidade das iluminuras como no que diz respeito à atividade organizada de uma escola judaica de cópia com sede em Lisboa. Neste artigo procuramos rever a literatura atinente a esta matéria e identificar, deste modo, as questões mais relevantes, que ainda carecem de resposta.

’Novidade de pallavras’ no português do século XV

2011

O enriquecimento do léxico, quer através da importação, quer de recursos morfológicos internos, é um processo intemporal na língua. E se não há dúvida que Camões é o grande mentor com a introdução de novas palavras na língua, sobretudo latinismos, também as não há de que antes dele outros contribuíram para o seu engrandecimento. A prova de que este é um processo intemporal temo-la com vários autores anteriores e posteriores ao Renascimento. Porém, existe a convicção de que é a partir do século XV que tal processo se começa a evidenciar, para atingir o seu auge no século XVI, consequência natural do Renascimento e da importância que as leituras dos clássicos então alcançaram. No entanto, um século antes, quer a prosa didáctica, levada a cabo pela produção régia, quer a histórica, pelos cronistas, haviam já aberto o caminho. O corpus de partida para este estudo é, então, a Crónica de D. Fernando, de Fernão Lopes, e a Crónica do Conde D. Pedro de Meneses, de Zurara, das quais apresento um Índice Analítico, a partir do qual será possível identificar os neologismos que elas contêm. Utilizando as palavras do próprio Fernão Lopes, o objectivo é procurar "novidade de pallavras", daí o título da tese. Num primeiro capítulo abordo, ainda, os principais conceitos de formação de palavras e o papel da tradução na sua importação. Pretendo também tentar mostrar a falsa modéstia assumida pelo próprio Fernão Lopes, relativamente à qualidade lexical, morfológica e sintáctica da sua obra.

O próximo como o" outro": cristianismo e judaísmo na Corte imperial (Portugal, século XV)

2005

Propomos uma leitura da Corte Imperial, obra portuguesa anônima de polêmica religiosa, escrita no século XV. Os judeus ali são apresentados como feios, demasiadamente falantes, sendo desqualificados e reduzidos ao silêncio. A obra coincide com a promulgação de leis anti-semitas em Portugal e com o fim da convivência inter-religiosa na Península Ibérica. A Corte Imperial segue as regras da retórica clássica para convencer seus leitores das verdades cristãs, com argumentos baseados na razão, nas Santas Escrituras, em várias obras teológicas e nas características morais e físicas dos participantes no debate, pois conforme a estética moral, o belo, o bem e a verdade são atributos divinos.

A iluminura portuguesa no século XV e o missal alcobacense 459

O livro e as interações culturais judaico-cristãs em Portugal no final da Idade Média, 2014

Given the scenario outlined by Horácio Peixeiro, which characterized the production of illuminated manuscripts in the 15th century in Portugal, the missal Alc. 459 confirms the continuity of the opening of the Alcobaça scriptorium to the phenomenon of artistic nomadism. The nomadism concerns the reception of international models and this response was not an exceptional episode, but a common fact, that characterized the illuminated manuscripts acquired and produced in the monastery at least the previous century. I will begin by examining the missal and contextualize its achievement in the abbey environment. After I intent to establish relationships with other contemporary manuscripts, whose production took place in the court in order to understand how its illuminated decoration reflects the intense circulation of models, motives and themes.