Chineses no Brasil e Diásporas Chinesas (original) (raw)

Migrações internacionais e a diáspora chinesa no Brasil

Interfaces Científicas - Humanas e Sociais, 2014

O presente trabalho tem como objetivo principal apresentar um panorama geral das migrações internacionais para o Brasil, tendo como escopo a diáspora chinesa no país. A partir da leitura de autores que trabalham com as questões sobre migrações e do trabalho empírico realizado nas cidades de Aracaju e Salvador, construímos este artigo encarado como desafio diante das lacunas referentes ao estudo da presença chinesa no Brasil e em especial na região nordeste. A presença de imigrantes no Brasil foi bastante discutida no passado e continua sendo discutida na contemporaneidade devido a existência de várias faces, tanto do ponto de vista econômico, quanto das relações sociais. Chineses ou não, a presença dos imigrantes constitui-se como promotora de novas sociabilidades a partir do encontro de diferentes culturas.

Sinologia e Chinesidade no Brasil

2020

O presente artigo pretende analisar as produções sinológicas brasileiras na linha da "Chinesidade", baseada na proposta por Tu Weiming [1991], que representam uma tentativa de compreender a cultura chinesa por meio de suas próprias bases, conceitos, e tradições. Inicialmente, faremos uma breve introdução ao problema dos estudos sínicos no Brasil, as questões relacionadas ao Esoterismo, e no seguir, iremos sugerir alguns autores que atuam nessa linha teórico-metodológica.

Chineses no Brasil, Brasileiros na China; Trajetórias em Movimento

Projeto Orientalismo, 2022

O presente livro Chineses no Brasil e Brasileiros na China: trajetórias em movimento nasceu de um esforço coletivo e interdisciplinar, com pesquisadores de diversas áreas e instituições, buscando responder aos problemas das migrações e trânsitos de chineses e brasileiros entre seus países, compondo um espaço de pesquisa que se amplia cada vez mais na contemporaneidade. Atentos à premência dessas questões no âmbito acadêmico, pesquisadores de várias instituições uniram-se em dois encontros, promovidos pelo Centro de Estudos Asiáticos (CEASIA) e pelo Grupo de Estudos da História da Ásia (GESHA) da Universidade Federal de Pernambuco, em associação com o Projeto Orientalismo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, para debater os caminhos da pesquisa nessa via de mão dupla das migrações brasi-chinesas. O evento, 'Chineses no Brasil e Brasileiros na China: trajetórias em movimento', realizado em 2021 e 2022, congregou especialistas de todo o país, e alguns textos selecionados compõem essa coletânea que agora se apresenta.

O BRASIL E A DIÁSPORA HAITIANA

Temáticas (Unicamp), 2017

Mais do que um espaço de chegada ou saída, o Brasil foi se tornando um lugar privilegiado e estratégico nas dinâmicas das mais recentes configurações migratórias haitianas para os referidos países da América do Sul, bem como uma etapa em direção ao México e aos Estados Unidos. Em um período de sete anos (de 2010 a 2017), o Brasil se transformou no sexto país em importância no espaço da mobilidade internacional haitiana, atrás apenas dos Estados Unidos, do Canadá, da França, da República Dominicana e de Cuba (JOSEPH, 2017d). Atualmente, no Brasil, há o dobro de haitianos em relação à Guiana Francesa, no qual tal presença se faz desde a década de 1960 (JOSEPH, 2015a e 2016). Apesar das relações entre Haiti e Brasil remontarem à década de 1940, particularmente no campo diplomático, foi a partir de 2004 que elas se intensificaram. No referido ano, o Haiti se tornou espaço de atuação de várias instituições brasileiras, como, por exemplo, as tropas militares da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH), além de outras Organizações Não-Governamentais (ONGs) e religiosas brasileiras já presentes no país.

Entre memórias e identidades: A escolarização de descendentes das diásporas chinesas no Brasil

2023

Asian migration, specifically from China to Brazil, is a phenomenon that began in the late 19th and early 20th centuries. The number of Chinese has increased and, consequently, the number of their descendants in Brazilian schools, whose function for a long time has been to build the Brazilian national identity, has increased. In this article, we intend to know the social relationships that Chinese descendants have established in Brazil from their school memories, as well as discover how school experiences interfered in the way these subjects identify and are identified. With this objective, four interviews were conducted between 2021 and 2022, with audio recording, and using Oral History techniques from the notes of Verena Alberti (2010) and Alessandro Portelli (2016). The narratives were analyzed based on the contributions of Maurice Halbwachs (1990), on collective memories, and Jeffrey Lesser (1999), on identity and miscegenation of Asians in Brazil. At the end of the narrated experiences, it was possible to understand that the subjects always narrate individually, but their memories are always supported by social groups (HALBWACHS, 1990) and their identity is never static, as it is not always Brazilian and not always Chinese, but it is always fluid (LESSER, 1999).

Brasil e China

GV-executivo

A presença da gestão brasileira no "Império do Centro" é ainda muito tímida. Mas, observando a formação de empresas sino-brasileiras com culturas organizacionais híbridas, vê-se que o gerente brasileiro pode ter um papel importante no projeto da "nova grande China"

Eça de Queirós, a China e o Brasil

ITINERÁRIOS – Revista de Literatura (UNESP- Araraquara), 2017

A partir de textos que Eça de Queirós escreveu para a Gazeta de Notícias do Brasil, analisaremos como o eurocentrismo é relativizado por Eça, desfazendo, por meio da ironia, a estereotipada oposição entre Ocidente e Oriente. Ao tratar de Portugal, Brasil e China e, sobretudo, das relações entre a mão-de-obra chinesa e as conquistas dos trabalhadores na Europa e nos Estados Unidos da América, veremos que sua análise vai muito além do contexto desses países, revelando um entendimento econômico e uma consciência política que contempla toda a ordem capitalista de seu tempo.

A China e o Chá

Novos Estudos em Extremo Oriente, 2022

Neste breve texto, consideraremos as múltiplas potencialidades do chá na China, limitando-nos aos períodos anteriores ao século XIX, quando tal produto se tornou uma commodity mundial. Longe de negar a extensa e bem produzida bibliografia acerca do chá no mercado global, após os anos 1800, nosso recorte diz respeito à história do chá como bebida nas esferas cultural e religiosa chinesas. Assim, optamos principalmente por fontes referentes às dinastias Tang e Song (581-1279 EC), período em que a literatura do chá encontrou seu ápice na China imperial.

Imigrantes Chineses no Brasil: História e Memórias de Família

Este artigo discute a presença de imigrantes chineses no Brasil, a partir das memórias da família Lee/Ta Gein, que chegaram ao Brasil entre as décadas de 50 e 70, estabelecendo-se no estado de São Paulo. A abordagem desafia a popular representação dos imigrantes na historiografia brasileira que se concentra em estudos sobre imigrantes italianos, espanhóis, e de certa forma perifericamente nos japoneses e libaneses, negligenciou a participação de imigrantes chineses no movimento migratórios que marcaram a história do país a partir do último quartel do século XIX na primeira metade do século XX. Desafia ainda a ideia de importância quantitativa, que atribui aos grupos de maior expressão numérica uma importância histórica mais relevante, ao enfatizar a micro história e a importância das memórias de imigrantes para entender a composição do tecido social brasileiro. Uma breve discussão sobre a produção acadêmica sobre estes imigrantes no Brasil revela que a maioria dos estudos não estão situados na historiografia, contudo, qualquer estudo sobre a presença chinesa no Brasil tem, de alguma forma, que evidenciar a trajetória desta corrente migratória. Na história, a análise transnacional provou-se essencial para o entendimento dos elementos em jogo no processo migratário: a conjuntura histórica na China, no Brasil e em parte as experiências em países como os Estados Unidos, ajudam a entender o processo. No cerne, está a conexão entre as memórias familiares e a história de dois países: a China e o Brasil.