A Leitura De ”É/Não É” a Partir De Parmênides, B2 (original) (raw)
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O não-ser em Parmênides de Eleia
Vol. 41, 2, 2018
No fragmento DK 28 B 2 de seu poema, Parmênides apresenta seu método para distinguir a persuasão verdadeira da falta de persuasão verdadeira. As famosas duas vias para o pensar que ele propõe são o enunciado complexo de um sistema que quer garantir a veracidade das afirmações para obter, afinal, um discurso confiável, o único capaz de persuasão verdadeira. O presente artigo mostra que o papel central da argumentação parmenidiana é atribuído ao não-ser, uma noção derivada certamente de uma reflexão sobre a impossibilidade da negação do ser. Assim, o inteiro fragmento é interpretado a partir dessa noção central, evidenciando que Parmênides descobre aquela impossibilidade de negação, que hoje nós chamamos de "contradição", e enuncia qual é a maneira de evitar a contradição no pensamento e no discurso, uma regra que atualmente nós chamamos princípio de não-contradição. O estudo aqui apresentado faz uma investigação detalhada da noção de não-ser, no fragmento DK 28 B 2, oferecendo finalmente uma nova tradução.
Nem ser, nem não-ser: um diálogo entre Parmênides e Nagarjuna
Soares, A. (org.) "Filosofias Gregas e Orientais: a radicalidade das origens e o desafio do diálogo atual". Belo Horizonte: Initia Via, 2012
Anditya Soares de Moura Costa Matos (org.). Filosofias Gregas e Orientais: A radicalidade das origens e o desafio do diálogo atual. Belo Horizonte: Initia Via. 2013. Cap. 6. Pp. 111-125 GIUSEPPE FERRARO "NEM SER, NEM NÃO SER": SUGESTÕES PARA UM POSSÍVEL DIÁLOGO ENTRE PARMÊNIDES E NĀGĀRJUNA. "NEITHER TO BE NOR NOT TO BE": SUGGESTIONS FOR A POSSIBLE DIALOGUE BETWEEN PARMÊNIDES AND NĀGĀRJUNA.
Estudos em Tradução & Recepção dos clássicos, 2020
O objetivo deste estudo é apresentar uma reflexão sobre a filosofia parmenídica acerca do ser e em que medida esta pode ter viabilizado o pensamento de Górgias desenvolvido no Tratado do não-ser. Em seu tratado, Górgias apresenta a hipótese de que as coisas externas ao discurso [lógos] não são traduzíveis em palavras, portanto não são comunicáveis. Ao fazê-lo, o sofista impede que qualquer discurso fale fielmente da realidade, atitude que inviabiliza tratar o Poema de Parmênides realmente do ser. Feito isso, Górgias dá, ao nosso conhecimento, apenas acesso ao discurso, o qual receberá o poder de atribuir sentido à realidade que será um constante fluxo de discursos pontuais. E, ao refletirmos sobre a questão do sofista, nos perguntaremos se o ser parmenídico – na medida em que este é confundido com o pensamento presente em seu Poema – possivelmente abriu espaço para os postulados gorgianos.
O preceito da Deusa: o não ser como contradição em Parmênides de Eléia
2000
O não ser como contradição em Parmênides de Eléia São Paulo 2015 Depois, ainda em âmbito acadêmico, agradeço às muitas pessoas que ofereceram sugestões e me aconselharam, tanto pessoalmente quanto por correspondência. Em primeiro lugar ao prof. Livio Rossetti da Universidade de Perugia, que sempre me estimulou com sua amizade, singeleza e criatividade e, mais do que isto, sempre me contagiou com seu entusiasmo para com os présocráticos: grazie Livio! Agradeço também ao prof. Néstor Luis Cordero, da Universidade de Rennes, estudioso pertinaz e insubstituível, provavelmente o atual maior conhecedor de Parmênides no mundo, que sempre atendeu à minhas dúvidas com clareza e generosidade admiráveis. Agradeço à professora Eliane Christina de Souza pelas sugestões e pelo primeiro seminário brasileiro sobre o não ser, realizado na UFSCar, de proporções ainda limitadas, mas que, espero, possa crescer. Agradeço aos professores Alberto Bernabé, Beatriz Bossi e Graciela Marcos, que também atenderam a certas minhas questões parmenidianas. Na esfera afetiva há muitas pessoas às quais eu agradeço. Agradeço antes de tudo à professora Maria Carolina Alves dos Santos, amiga querida que acompanhou todo este meu percurso, os altos e os baixos, apesar de morarmos em cidades diferentes, e é testemunha da difícil alquimia pessoal, pela qual eu passei, que subjaz à condução da pesquisa filosófica, posto que o laboratório do pesquisador está instalado em sua própria mente. A ela agradeço as conversas, as aulas compartilhadas e o excelente seminário que foi realizado na Universidade Federal de Marília, onde o seu Platão e o meu Parmênides se encontraram e disputaram entre ser e não ser. Agradeço aos colegas Henrique de Paula, Marcello Fontes e Sheila Paulino com os quais compartilhei os momentos de alegria e de tensão das festas e das discussões, das perspectivas acadêmicas e de vida, das dúvidas, decepções, esperanças e satisfações e toda a paleta intelectual, 6 afetiva e emocional que se vivencia com os amigos. Agradeço à Patrícia, que me abrigou e me abriga e gosta de compartilhar comigo o espairecer necessário às nossas cansativas tarefas. Agradeço aos meus filhos: Giovanni, que esteve trabalhando longe, com o qual discutimos muitas coisas do mundo e do universo; Paula e Aurélia que estiveram sempre perto e presentes e mais do que ninguém me ajudaram neste percurso em todos os sentidos, todos. Para elas não há palavras suficientes. Agradeço, por fim, as ondas inspiradoras das praias solitárias de Ilha Comprida, o mar de verde da minha moradia em Itu e o frio severo do Canadá, fascinante, ao menos para mim.
Sugestões Para a Interpretação Do Poema De Parmênides
Síntese: Revista de Filosofia, 2010
Suggestions for the interpretation of Parmenides' poem) (Suggestions for the interpretation of Parmenides' poem) (Suggestions for the interpretation of Parmenides' poem) (Suggestions for the interpretation of Parmenides' poem) (Suggestions for the interpretation of Parmenides' poem) h(de\ kri¿ sij periì tou/ twn e) n tw½ id) eà stin! eà stin hÄ ou) k eà stin. Mas a decisão acerca destas coisas está nisso: é ou não é. Parmênides, B8.15-16 * Mestre em Filosofia (PUC-Rio), Professor substituto de Filosofia do Instituto Federal Fluminense (IFF). Artigo submetido a avaliação no dia 20/12/2007 e aprovado para publicação no dia 16/10/2008.
O poema de Parmênides e suas temporalidades
Les études les plus récentes sur la pensée de Parménide s’efforcent de comprendre en son intégralité les fragments qui nous sont arrivés jusqu’à nos jours. Il s’agit de relier en un tout cohérent ce qui se fait connaître comme trois différentes parties du poème. Le présent travail vise à penser le poème dans cette perspective intégrale à partir d’une réflexion sur la question de la temporalité. Pour cela, nous identifions en chaque partie du poème une temporalité différente liée à la pensée de Parménide sur la connaissance de ce qui est et des choses qui sont.
Parmênides e o novo “mestre da verdade”
2015
RESUMO: No seu poema, Parmenides parece querer colocar aquela figura que busca o conhecimento -- que posteriormente chamariamos de filosofo -- ao lado de figuras dotadas de saber presentes na tradicao. No caso de tais figuras, notadamente o poeta e o adivinho, suas falas verdadeiras implicam tres momentos da temporalidade: presente, passado e futuro. Assim, sob o comando das Musas ou de Apolo, o poeta volta-se sobretudo ao passado enquanto o adivinho ao futuro. Ja Parmenides apresenta em seu poema um jovem que busca o saber, situando-o no tempo presente. Esse artigo tem como objetivo pensar o atributo que caracteriza o jovem do poema e o distingue dos tradicionais “mestres da verdade”. O tempo presente aparece tambem como um elemento essencial que marca a acao do jovem fundando - assim como propoe Lambros Couloubaritsis (2008) -- toda a possibilidade de pensar. PALAVRAS-CHAVE: eon, Parmenides, poeta, filosofo. ABSTRACT: In his poem, Parmenides seems to want to place that figure who ...
O "Parmênides" e as doutrinas não-escritas de Platão: o Uno e o Outro
Voluntas: Revista Internacional de Filosofia, 2020
Diz Cornford (em seu Plato and Parmenides: Way of truth and Plato’s Parmenides) que o diálogo Parmênides inicia “a série das obras nas quais Platão pela primeira vez confronta a sua própria doutrina com os principais sistemas dos predecessores e a submete a um exame crítico” (p. 63). Sim, mas é ainda mais: a reconstrução do diálogo à luz do método hermenêutico de Tübingen-Milão nos leva a colher a estrutura na qual se entrecruzam as visões ontológicas em três níveis, do mundo físico às Ideias e das Ideias aos Princípios primeiros. O elemento-chave do desenvolvimento estrutural não apenas teorético, mas também dramático, é o vínculo que se interpõe entre as duas partes do diálogo. Apenas a unidade entre as duas partes torna plausível e justificável o percurso dialético registrado no texto, como tentar-se-á evidenciar. A primeira parte do Parmênides traz a teoria das Ideias, mas abre mão de uma protologia. Não obstante isso, uma visão completa do texto põe em jogo o Uno e o/s Outro/Ou...