Incêndios florestais e mudanças climáticas em Portugal: uma análise das narrativas construídas pela comunicação governamental (original) (raw)
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Muito antes do aparecimento do Homem na Terra já vários acontecimentos geofísicos como cheias, sismos, secas, etc. ocorriam, ameaçando a fauna e flora existente então. Passado bastante tempo a presença humana transformou estes acontecimentos geofísicos em desastres/catástrofes naturais. O nosso planeta é cenário de vários processos dinâmicos como os causados por catástrofes naturais, nomeadamente o surgimento de terramotos, tsunamis, tempestades, cheias, fogos, etc.. A redução dos desastres naturais tem forçosamente de passar pela prevenção e, para a sua aplicação, é necessário conhecer bem a vulnerabilidade da entidade ameaçada. Nesta tarefa, naturalmente multi-disciplinar, a matemática desempenha um papel central no esforço científico para entender e lidar com os processos envolvidos. Em particular, destaca-se a estatística como a ciência que permite modelar, estimar e fazer previsão sobre o conjunto destes fenómenos (determinísticos ou aleatórios) e das suas dinâmicas, com base e...
Os incêndios florestais em Portugal em tempo de Covid-19
2020
The ignition and spread of forest fires in the first four months of each year, in Portugal, has been a reality since the seventies, framed by specific socio-economic conditions and only mitigated by meteorologic conditions that are clearly unfavourable to their occurrence. Indeed, the simple observation of the statistical data related to forest fires allows the verification of this phenomenon, with the year of 2020 having the lowest number of occurrences in relation to the previous five years (2015-2019). However, and even with apparently favourable meteorologic conditions, in the period of 2020 there was a drastic reduction in the number of ignitions and burnt areas throughout the continental territory. This fact is only justified by social factors, namely those associated with the pandemic situation, generated by COVID-19, by the sanitary conditions associated with it and the consequent confinement measures imposed by the Portuguese government, especially during the period of the ...
As vagas de incêndios florestais de 2017 em Portugal continental, premissas de uma quarta ‘geração’?
Territorium 26(II), 2019
A evolução dos incêndios em Portugal continental, ao longo dos últimos cinquenta anos, não tem sido constante, o que permite, combinando diferentes parâmetros estatísticos, estabelecer diferentes “gerações” de incêndios. Do cruzamento dos elementos analisados resultaram quatro gerações de incêndios. O fator mais importante para a definição dessas gerações foi, sem dúvida, o da área do maior incêndio registado em cada ano. Considerou-se um intervalo de 10 mil hectares, para separar as diferentes gerações de incêndios, e obtiveram-se quatro gerações. Na última classe teve de ser usado o dobro desse valor, dadas as circunstâncias anormais registadas em 2017, ano que marcou o início da quarta geração de incêndios de Portugal.
Grandes incêndios florestais em Portugal Continental: da história recente à atualidade
Cadernos de Geografia, 2012
Embora o fogo tenha moldado os ecossistemas Mediterrâneos, os regimes de ocorrência de fogo, isto é, a sua frequência e intensidade, modificaram-se, tendo contribuído para um cenário onde os incêndios se tornaram não só mais prováveis de ocorrer, mas também mais difíceis de extinguir. Em Portugal, o número dos grandes incêndios florestais (≥100ha), ainda que seja estatisticamente irrelevante quando comparado com o total de ocorrências (0,8% no período entre 1981 e 2010), é, no entanto, o responsável pela maioria da área ardida anualmente, ou seja, por 73% da referida área ardida, no mesmo período. Apesar de, nos últimos anos, não haver um aumento, estatisticamente significativo, do seu número, verifica-se, ainda assim, uma ligeira tendência para o aumento da dimensão dos grandes incêndios florestais de maior extensão, tanto mais vincada quanto maior a sua grandeza. Palavras-chave: Regimes de fogo, mudanças globais, grandes incêndios florestais, área ardida.