(2024, Revista PoliÉtica, Tradução) Badiou, Alain. Imagens do tempo presente (original) (raw)

A poesia pensa o século XX: Fernando Pessoa lido por Alain Badiou

Resumo Pensar o século XX como uma cartografia de textos – de vestígios que restituem, por descontinuidade, o significado que o século adquire para os atores deste mesmo século – é a tarefa filosófica levada a cabo por Alain Badiou que, a partir da década de 90, em ocasião de um dos Colóquios de Cerisy (1997), vem instaurando um complexo diálogo com a obra pessoana. Para Badiou, pensar o século XX significa destrinçar as singularidades do pensamento novecentista tanto em termos históricos (individuar o que foi pensado como anteriormente não-pensado) como em termos hermenêuticos (individuar o que foi pensado como impensável). Fernando Pessoa, segundo Badiou, pode ser interpretado não apenas como um dos testemunhos-chave da excecional estreia criadora (entre 1890 e 1914) definida idade dos poetas, mas também como reinventor da ideia de poesia, " que tem a tarefa de dar um nome ao século ". A obra de Fernando Pessoa, para além de compensar um imaginário nacional carenciado, atribui à própria poesia esforços hercúleos para repensar todo o século. Badiou reconhece ainda como a reflexão filósofica do século XX está longe de estar sintonizada com a poesia de Pessoa que, num desafio singular ao pensamento contemporâneo, não se sujeita às suas formas e medidas. Abstract Thinking the 20 th century as a cartography of documents is the philosophical task of Alain Badiou that, from the 90s, in the course of Colloquium of Cerisy (1997), is establishing a complex dialogue with Pessoa's work. For Badiou, thinking the century means pointing out the singularities of contemporary thought both in historical and hermeneutic terms. Fernando Pessoa, according to Badiou, can be interpreted not only as one of the fundamental witnesses to the exceptional creative debut (between 1890 and 1914) called Age of Poets, but also as new inventor of the idea of poetry " which has the task of naming the century ". The

Notas De Leitura: Badiou 1996

Revista Letras, 2001

* Em artigo meu publicado no número 54 da Revista Letras-"Uma fundamentação da noção de evento para a lingüística"-, explorei igualmente a teoria de Badiou 1996. Porém, aqui nesse texto, por ter o formato de 'nota de leitura', tratarei a teoria de forma mais econômica e informal, para, também, desenvolver maior correlação à lingüística. Nesse sentido, pode-se considerar este texto como uma extensão do primeiro.

Georges Didi-Huberman: “... O que torna o tempo legível, é a imagem”

Artefilosofia, 2011

Por ocasião da sua passagem por Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian, para a conferência "Peuples Exposés", integrada no ciclo de conferências A República por virarte, política e pensamento para o século XXI, encontrámos Georges Didi-Huberman para a entrevista que se segue, em torno do seu livro Remontages du temps Subi. L'oeil de l'histoire, 2 (Éditions de Minuit, 2010). CINEMA (C): Podemos dizer que Remontages du temps Subi. L'oeil de l'histoire, 2, prolonga aquilo que Georges Didi-Huberman tem procurado pensar ao longo de toda a sua obra, ou seja, "as condições do pensamento das imagens". O livro traduz esta preocupação ao nível particular do que designa por "questionamento do papel das imagens na legibilidade da história". Neste sentido, ele integra o mesmo universo problemático de seu trabalho mais recente, Survivances des lucioles (2009) e, sobretudo, Images malgré tout (2004) e Quand les images prennent position. L'oeil de l'histoire, 1 (2009). Quer comentar estes dois contextos, o mais global e o mais local, da relação do seu livro com o resto de sua obra?

Contra Alain Badiou: comentários sobre o ensaio "Em busca do real perdido"

Com tantas correntes diferentes de pensamento filosófico, como podemos falar em uma história unificada da filosofia? Em termos gerais medievais, modernos e contemporâneos compuseram uma só história uma vez que nunca se viram desligados da conversa inaugurada por Platão, relatando a disputa de Sócrates e sua própria com o sofistas.

A Humilhação Habitual, de Alain Badiou

Publicado no livro: DANNER, Leno Francico, CEI, Vitor, DE OLIVEIRA, Marcus Vinícius Xavier, BORGES, David G. O Que Resta das Jornadas de Junho, tradução de Marcus Vinícius Xavier de Oliveira, Porto Alegre: Fi, 2017, pp. 301-304.