A MEMÓRIA COMO IDENTIDADE DO HOMEM SOCIAL (original) (raw)

TECNOLOGIA SOCIAL DA MEMÓRIA

Em vista da lapidação da Tecnologia Social da Memória, essa prática foi discutida, aprofundada e sistematizada por um núcleo multidisciplinar do Museu da Pessoa. Numa ação piloto, ela começou a ser aplicada, no segundo semestre de 2005, à equipe da própria Fundação Banco do Brasil, durante a comemoração de seu 20º aniversário.

MEMES COMO INSTRUMENTO DE INSERÇÃO SOCIAL

O presente artigo tem objetivo apresentar as interações realizadas pelos diversos grupos sociais presentes em nossa sociedade atualmente. Assim, possuindo um ponto em comum que os conecta de forma direta, os memes, que a priori pode até parecer alguma piada que permanece no âmbito virtual, mas que, é um instrumento de interação e inserção em grupos dos mais variados modelos. Sabe-se que este instrumento vem se tornando cada vez mais adeptos, para discutir quase todos os assuntos possíveis. Diante disto o presente trabalho tem como objetivo apresentar uma análise panorâmica de como se pode usar os memes para ser ferramenta de inserção social, com especial ênfase na sua capacidade de contribuir para a sociedade de diferentes formas.

Memória e Identidade Social

Michael Pollak nasceu em Viena, Áustria, em 1948, e morreu em Paris em 1992. Radicado na França, formou-se em sociologia e trabalhou como pesquisador do Centre National de la Recherche Scientifique -CNRS. Seu interesse acadêmico, voltado de início para as relações entre política e ciências sociais, tema de sua tese de doutorado orientada por Pierre Bourdieu e defendida na École Pratique des Hautes Études em 1975, estendeu-se a diversos outros campos de pesquisa, que confluíam para uma reflexão teórica sobre o problema da identidade social em situações limites. Entre seus últimas trabalhos incluem-se um estudo sobre mulheres sobreviventes dos campos de concentração publicado sob o título L'expérience concentrationnaire: essai sur le maintien de 1'identité sociale (Paris, Éditions Metailié, 1990), e uma pesquisa sobre a Aids (Les homosexuels face au SIA). Pollak esteve no Brasil entre outubro e dezembro de 1987 como professor visitante do CPDOC e do PPGAS do Museu Nacional. Na ocasião concedeu uma entrevista sobre a Aids a Alzira Alves de Abreu e Aspásia Camargo publicada em Ciência Hoje, vol. 7, n.º 41 (abr. 1988). Proferiu também, no CPDOC, a conferência aqui transcrita, que vem se somar a seu artigo "Memória, esquecimento, silêncio"; publicado em Estudos Históricos 3 (1989). Prestamos hoje uma homenagem póstuma a este grande expoente das ciências sociais na França.

DAS MEMÓRIAS E DA INTERVENÇÃO SOCIAL

Resumo O trabalho de resgate da memória social de grupos e comunidades através de testemunhos orais, possibilita o estudo do "quotidiano invisível", do significado atribuído a acontecimentos e comportamentos e das relações sociais que suportam esses comportamentos. Possibilita, assim, a análise das diferentes significações atribuídas às vivências, às ações dos próprios e dos outros. Apresenta potencialidades para a intervenção social na busca da construção de sujeitos coletivos porque favorece o fortalecimento da identidade coletiva e a coesão dos grupos. Este artigo pretende refletir sobre estas potencialidades, explorando a utilização dos testemunhos orais no âmbito das Ciências Sociais, numa perspetiva interdisciplinar, assim como sobre as condições metodológicas e éticas para a sua realização. Palavras-chave: fontes orais, história oral, memórias, intervenção social. 1-AS FONTES ORAIS NO CONTEXTO CIENTÍFICO Nas últimas décadas tem vindo a fortalecer-se a corrente epistemológica que nas Ciências Sociais valoriza a utilização de metodologias qualitativas, focalizando a investigação na globalidade complexa de situações locais, na dinâmica dos processos e no ponto de vista dos atores/sujeitos. Esta valorização reflete-se no aparecimento de novos objetos no campo epistemológico, no deslocamento do significado das "grandes figuras" para o coletivo, para o anónimo, para o singular e o marginal. É aqui que surge

MEMÓRIAS: PRODUÇÃO E SOCIALIZAÇÃO DE CONHECIMENTOS

Memória é não raro associada à faculdade de reter informações. Buscando contrapor concepções reducionistas de memória, o projeto Porto Alegre e nossas memórias: produzindo e socializando conhecimentos foi desenvolvido em uma turma de EJA (Educação de Jovens e Adultos). Com o suporte de conceitos teóricos, que permeiam a relação entre memória e aprendizagem e que ressaltam a relevância da leitura e da escrita, relatamos pontos altos do projeto e alguns dos resultados obtidos. Considerando a memória como produtora e socializadora de conhecimentos e tendo nossa cidade como fonte inspiradora, foram realizadas atividades que resultaram em aprendizagens significativas e que deslocaram o sentimento de incapacidade, resultante da associação estrita da memória à capacidade de decorar, para o de realização, de (re)criação. Palavras-chave: Memória. Aprendizagem. Leitura. Escrita.

MEMÓRIA: MULTIPLICIDADE E PERMANÊNCIA

A vertiginosa velocidade das mudanças tecnológicas provocou um grande impacto nas concepções de memória, documentação, arquivamento e de criação – concebida como rearranjo singular de um material disponível – no ciberespaço. O conceito de gestão da memória cultural resiste ao atual processo de reorganização na esfera pública virtual? Sobretudo porque os processos de retenção de memória têm sido eminentemente sociais. Alguns temem que a documentação perca sua “autoridade” – a relevância que até então marcou sua presença norteadora no corpo social. A enxurrada de material, entre documentos, fotos e textos que a mídia eletrônica propicia estaria desvalorizando o valor simbólico anterior que capitalizava, através de um dado lugar de memória, um certo sentido social. A questão, logo no início da disseminação da informação nos meios digitais, era saber o coeficiente de confiabilidade das fontes. A revista Nature publica em 2006 uma pesquisa comparada para ver a confiabilidade entre verbetes da Wikipedia e da Britannica com um resultado desconcertante: há um número de erros quase igual em ambas as enciclopédias; no entanto os erros eventuais levam a busca de confirmações – que por sua vez funcionam como os atratores estranhos, para dizer com os Físicos: os momentos de memória se articulam de modo dinâmico e imprevisto; daí a distinção que, a partir de Marcel Proust, fez Walter Benjamin, entre a fixidez da lembrança e a dinâmica da memória involuntária; torna-se cada vez mais difícil dispor de um material de memória numa só ordenação, sobretudo em meio digital. Isso diminui a redundância que advém de toda seriação.

DA MEMÓRIA COMO PRESENÇA OU A FANTASMAGORIA DA MEMÓRIA TÉCNICA

Juracy Oliveira. Revista Dispositiva, v. 8, n. 13, 2019

https://doi.org/10.5752/P.2237-9967.2019v8n13p15-29 | Resumo: Almejando realizar uma arqueologia da memória digital, nos propomos a refletir acerca das condições da Web como arquivo e como memória de si mesma, tomando como objeto para esmiuçar a lógica operativa dessa memória técnica o arquivo Wayback Machine, uma espécie de “máquina do tempo” da Internet. Partimos da hipótese de que a memória empreendida nessa biblioteca digital enuncia sobretudo presença, posto que é justamente o efeito/afeto de toque temporal que promove a modulação entre passado e presente; além dessa experiência de produção de presença na ausência do passado, entra em questão também uma lógica da não presença, marcada pela latência espectral de um registro de memória incompleto que dá a perceber a própria ruína do tempo dentro da memória técnica.

MEMÓRIA COMO RECURSO DIEGÉTICO DO DRAMA CONTEMPORÂNEO

Em tese, 2022

A proposta analítica que fundamenta o presente artigo é de que a memória se torna um recurso diegético em certa produção dramatúrgica contemporânea. Tomando como referência duas dramaturgias de Newton Moreno, Agreste (Malva Rosa) e Body Art, pretende-se explorar possibilidades de narratividade, seja ela encarada como epicização ou rapsodização, pelo recurso da memória como dispositivo dramatúrgico. Como premissa, entende-se que a memória não é em si apenas conteúdo das peças, mas em especial um elemento instrumental para a formulação dessas estruturas dramatúrgicas. Nesse sentido, as obras em questão são referenciais exemplificadores para a hipótese que ora se delineia, que compreende a estrutura memorialística como formato dramatúrgico em si. No entanto, como elemento inerente à dramaturgia de Moreno, outro elemento estranho ao drama também se torna marcante e que se entrelaça ao épico: o eu lírico.

O PAPEL DA MEMÓRIA NA HUMANIZAÇÃO DOS ESPAÇOS DE MORAR

Anais do 1º Colóquio Design e Memória, 2022

Este artigo propõe um estudo sobre o papel que a casa alcançou na atualidade e sua relação com a humanidade. Uma ressignificação do espaço de morar propondo ambientes além de funcionais e ergonômicos, mais humanizados; com destaque para o ambiente da cozinha protagonista da casa. A análise discorre a partir do entendimento da relação do homem com o espaço a fim de compreender como este impacta na vida humana. Para tal fim, realizou-se uma pesquisa bibliográfica caracterizando as teorias da psicologia ambiental, com destaque para o estudo da ambiência e da memória avaliando como essas podem contribuir no desenvolvimento dos projetos de design de interiores. Assim sendo, como conclusão foi analisada de que forma o designer de interiores pode contribuir com esse novo contexto utilizando os preceitos da psicologia ambiental e da memória em prol da qualidade de vida e bem estar nos projetos residenciais.

MEMÓRIA COLETIVA E ESQUECIMENTO: O DIREITO DE SER LEMBRADO OU DE SER ESQUECIDO

Resumo: O presente artigo analisa o direito de ser lembrado e de ser esquecido, sob a ótica das teorias de memória coletiva e de esquecimento nas ciências sociais e humanas. Nesse plano, são apresentados as teorias de autores como Maurice Halbwachs, Andreas Huyssen, Michael Pollak, entre outros. Ainda, com base em autores nacionais e estrangeiros, busca-se compreender como vem ocorrendo em outros países os debates sobre os referidos direitos. Por fim, delineia-se as discussões sobre o direito à memória e ao esquecimento no cenário brasileiro atual, abrangendo o que está ocorrendo em âmbito legislativo, judiciário e doutrinário. O suporte doutrinário é subsidiado por autores do Direito Constitucional como José Joaquim Gomes Canotilho, Paulo Bonavides e Bernardo Gonçalves Fernandes, além de outros doutrinadores do Direito Civil. Palavras-chave: Direito à memória. Direito ao esquecimento. Memória Coletiva. 1 INTRODUÇÃO Conforme o sociólogo francês Maurice Halbwachs escreveu: a memória atua como um fenômeno coletivo e seletivo 1. Nessa perspectiva, sendo a memória um fenômeno social por excelência, incorre-se inevitavelmente em lembranças e esquecimentos de acontecimentos e pessoas, pois a sociedade, assim como as pessoas, não pode lembrar de tudo o tempo todo. O Direito, como instância de poder, busca, através de decisões de tribunais superiores e de órgãos singulares e colegiados, nortear aquelas áreas que devem ser lembradas, devido sua relevância social. O patrimônio histórico brasileiro, os arquivos públicos e privados, os direitos autorais, por exemplo, são bens protegidos juridicamente contra as arbitrariedades que por ventura visem a destruição ou ao esquecimento. Até porque a memória está intimamente ligada a identidade de determinado grupo social.