Detecção de anticorpos antinucleares por imunofluorescência indireta em células HEp-2: definindo a diluição de triagem adequada para o diagnóstico das doenças reumáticas autoimunes (original) (raw)

Padrões de imunofluorescência do fator antinuclear (FAN) em células HEp-2 de soros reagentes para anti-SSA/Ro

Revista Brasileira de Reumatologia, 2007

Objetivo: avaliar os padrões de imunofluorescência do fator antinuclear (FAN) em soros reagentes para anticorpos anti-SSA/Ro e sua associação clínica. Método: foi realizado um estudo transversal retrospectivo, no qual foram revisadas as solicitações de anticorpos antiantígenos nucleares extraíveis (anti-ENA) encaminhadas ao SPC/HCPA no período de dois anos. Das solicitações com resultado positivo para anti-ENA identificou-se qual ou quais auto-anticorpos estavam envolvidos (anti-SSA/Ro, anti-SSB/La, anti-RNP, anti-Sm, anti-Scl-70), bem como os padrões de imunofluorescência do FAN e os quadros clínicos dos pacientes anti-SSA/Ro positivo. As técnicas usadas para detecção e identificação foram FAN por imunofluorescência indireta (IFI) em células HEp-2 e anti-ENA por hemaglutinação. Resultados: das 392 solicitações analisadas 90 eram anti-ENA positivo. Houve um predomínio do sexo feminino (94%) (86/91) e a idade média foi de 42 anos. O anti-SSA/Ro foi o mais freqüente (67,8%) (61/90), sendo que todas as amostras anti-SSA/Ro positivas eram positivas para o FAN. O padrão de imunofluorescência nuclear pontilhado fino foi o predominante (68,9%) (42/61) nos pacientes com anti-SSA/Ro positivo, e o quadro clínico mais encontrado foi de lúpus eritematoso sistêmico, em 50,8% (31/61) dos pacientes. Conclusão: o teste de FAN por IFI utilizando células HEp-2 é um bom método de triagem para detecção de auto-anticorpos anti-SSA/Ro, apresentando maior associação com o padrão nuclear pontilhado fino. Diferente do que tem sido descrito na literatura, não encontramos nenhuma amostra de pacientes com anti-SSA/Ro que tenham apresentado FAN falso-negativo na IFI. Pelo menos na nossa experiência, esses dados questionam o custo-efetividade da solicitação de rotina desse exame em pacientes FAN negativo pelo teste de IFI. Palavras-chave: auto-anticorpo, fator antinuclear, anticorpos anti-SSA/Ro, anti-ENA.

Avaliação clínico-laboratorial de pacientes com síndrome antifosfolípide primária segundo a frequência de anticorpos antinucleares (FAN Hep-2)

Revista Brasileira de Reumatologia, 2010

Objetivo: Avaliar a frequência de manifestações clínicas e laboratoriais em pacientes com síndrome antifosfolípide primária (SAFP) com anticorpos antinucleares positivos (FAN Hep-2+), comparados àqueles com esses anticorpos negativos (FAN Hep-2-). Pacientes e Métodos: Estudo transversal em 58 pacientes (82,8% mulheres) com SAFP. Foram avaliados os dados demográficos, clínicos, comorbidades, medicações e anticorpos antifosfolípides. Resultados: Dos 58 pacientes incluídos no estudo, vinte (34,5%) apresentaram presença de FAN Hep-2. Comparando-se o grupo de pacientes FAN Hep-2+ com aqueles FAN Hep-2-, verificou-se que ambos os grupos de pacientes com SAFP não diferiram estatisticamente em relação aos dados demográficos, bem como em relação ao tempo de doença. Em relação às manifestações clínicas e laboratoriais, o grupo com FAN Hep-2 + apresentou maior frequência de trombose venosa profunda (85 versus 52,6%, P = 0,04), uma frequência estatística e significativamente maior de anticardiolipina IgG (85 versus 52,6%, P = 0,02) e uma tendência para anticardiolipina IgM (80% versus 52,6%, P = 0,05), bem como maiores medianas desses anticorpos [33 (0-128) versus 20 (0-120) GPL, P = 0,008] e [33 (0-120) versus 18,5 (0-120) MPL, P = 0,009]. Tal diferença não foi observada no que se refere a outras manifestações da SAF, presença de comorbidades, estilo de vida e uso de medicações. Conclusão: Pacientes com SAFP que apresentam FAN Hep-2+ têm maior frequência de trombose venosa profunda e anticardiolipinas IgG e IgM.

II Consenso Brasileiro de Fator Antinuclear em Células HEp-2: Definitions for standardization of autoantibody testing against the nucleus (ANA HEp-2), nucleolus, cytoplasm and mitotic apparatus, as wel as its clinical associations

Revista Brasileira de Reumatologia, 2003

Definições para a padronização da pesquisa de auto-anticorpos contra constituintes do núcleo (FAN HEp-2), nucléolo, citoplasma e aparelho mitótico e suas associações clínicas ABSTRACT Objective: The Second Brazilian Consensus on Antinuclear Antibodies (ANA) in HEp-2 Cells approved and extended the decision trees developed during the First Brazilian Consensus in order to also offer information about mixed patterns of fluorescence. Methods: Since this test elicits reactions not only to nuclear autoimmune antigens but also to different cell compartments, new denominations for the test were approved. Results and Conclusions: These new denominations encompass variations on the "autoantibody testing against the nucleus (ANA HEp-2), nucleolus, cytoplasm, and mitotic apparatus" issue. Furthermore, major clinical associations were described for each immunofluorescent pattern, facilitating the interpretation of laboratory results in the clinical practice.

Definições para a padronização da pesquisa de auto-anticorpos contra constituintes do núcleo (FAN HEp-2), nucléolo, citoplasma e aparelho mitótico e suas associações clínicas

2003

OBJECTIVE: The Second Brazilian Consensus on Antinuclear Antibodies (ANA) in HEp-2 Cells approved and extended the decision trees developed during the First Brazilian Consensus in order to also offer information about mixed patterns of fluorescence. METHODS: Since this test elicits reactions not only to nuclear autoimmune antigens but also to different cell compartments, new denominations for the test were approved. Results and CONCLUSIONS: These new denominations encompass variations on the autoantibody testing against the nucleus (ANA HEp-2), nucleolus, cytoplasm, and mitotic apparatus issue. Furthermore, major clinical associations were described for each immunofluorescent pattern, facilitating the interpretation of laboratory results in the clinical practice.OBJETIVO: O Segundo Consenso Brasileiro de Fator Antinuclear (FAN) em Células HEp-2 ratificou os algoritmos de decisão para leitura dos padrões do FAN na imunofluorescência indireta vistos na primeira edição do Consenso Bras...

II brazilian consensus on antinuclear antibodies in HEp-2 cells : definitions for standardizartion of autoantibody testing against the nucleus (ANA HEp-2), nucleolus, cytoplasm and mitotic apparatus, as wel as its clinical associations

2003

Objetivo: O Segundo Consenso Brasileiro de Fator Antinuclear (FAN) em Células HEp-2 ratificou os algoritmos de decisão para leitura dos padrões do FAN na imunofluorescência indireta vistos na primeira edição do Consenso Brasileiro, adicionando ainda um novo algoritmo relacionado com os padrões mistos. Métodos: Tendo em vista a habilidade do teste em detectar autoantígenos nos distintos compartimentos celulares, e não apenas no núcleo, propõe-se novas denominações para este exame laboratorial. Resultados e Conclusões: Como novas denominações algumas sugestões foram igualmente aceitas, dentro do tema “pesquisa de auto-anticorpos contra constituintes do núcleo (FAN HEp-2), nucléolo, citoplasma e aparelho mitótico”. Foram abordadas as principais relevâncias clínicas com os padrões de FAN descritos, facilitando o melhor uso do ensaio pelo médico.Objective: The Second Brazilian Consensus on Antinuclear Antibodies (ANA) in HEp-2 Cells approved and extended the decision trees developed duri...

Otimização e avaliação do ensaio de imunofluorescência indireta para pesquisa de anticorpos anti-herpesvírus humano 8 (HHV-8) usando sangue colhido em papel de filtro

O presente trabalho objetivou a otimização e a avaliação da coleta de sangue em papel de filtro para ser usada em levantamentos soroepidemiológicos de infecção por herpesvírus humano 8 (HHV-8). Foram utilizados os ensaios de imunofluorescência indireta (IFI) LANA e Lítico para a pesquisa de anticorpos anti-HHV-8 em amostras de sangue colhidas em membrana Schleicher Schuell de 28 pacientes com sarcoma de Kaposi (SK)/AIDS e 10 indivíduos sadios sem SK, dos quais os soros haviam sido anteriormente usados na padronização destas técnicas. Lâminas contendo células da linhagem BCBL-1 estimuladas ou não com éster de forbol, eluatos de sangue e conjugado anti-imunoglobulina humana marcado com fluoresceína foram empregados nas reações sorológicas e, as reações e os critérios de positividade seguiram os previamente estabelecidos na Seção de Imunologia do Instituto Adolfo Lutz. Foi detectada fluorescência verde-amarelada na maioria das células nas diluições 1:50 e 1:100. Isto dificultou a leitura da IFI-Lítico, principalmente em diluições baixas, mas não interferiu na IFI-LANA cujo padrão pontilhado no núcleo coexistiu com a fluorescência de membrana. À medida que se seguiram as diluições, houve desaparecimento da inespecificidade e a leitura prosseguiu normalmente. Houve concordância de resultados positivos e negativos, com diferenças mínimas nos títulos de anticorpos. Os resultados obtidos viabilizam a coleta de sangue em papel para estudos epidemiológicos de infecção por HHV-8. Palavras-chave. sorologia, papel de filtro, imunofluorescência, herpesvírus humano 8 (HHV-8).

Doenças Reumáticas Auto-Imunes em Indivíduos Infectados pelo HTLV-1

Rev Bras …, 2006

O HTLV-1 foi o primeiro retrovírus humano a ser associado às doenças malignas leucemia e linfoma de células T do adulto (LLTA). Ele está relacionado também a uma doença inflamatória crônica do sistema nervoso central (SNC) conhecida como paraparesia espástica tropical/mielopatia associada ao HTLV-1 (PET/MAH). O HTLV-1 tem sido implicado na patogênese de várias doenças auto-imunes, tais como: diabetes, esclerose múltipla, dermatite infectiva, uveíte e artropatia. Ao longo dos anos, a infecção retroviral tem assumido um importante papel na patogênese das doenças reumáticas auto-imunes. Partículas semelhantes aos retrovírus têm sido identificadas em tecidos de pacientes com artrite reumatóide (AR), síndrome de Sjögren, lúpus eritematoso sistêmico (LES) e polimiosite. A síndrome de Sjögren e a AR têm sido as doenças reumáticas mais encontradas nos pacientes infectados pelo HTLV-1, sendo a freqüência mais elevada nos pacientes com mielopatia. A alta prevalência de síndrome de Sjögren e de AR entre os indivíduos com mielopatia sugere que a carga viral e a resposta inflamatória exacerbada, que concorrem para o desenvolvimento da mielopatia, devem também influenciar no desenvolvimento das doenças reumáticas auto-imunes.