Visualização de dados: mapas e cartografias do ciberespaço (original) (raw)

O Oráculo de Mountain View: o Google e sua cartografia do ciberespaço

E-Compós, 2006

Este artigo identifica e analisa a constituição de uma nova cartografia do ciberespaço, cujo diferencial consiste no fato de ela não ser apenas um mapeamento dos lugares e dados do espaço informacional, mas sobretudo um monitoramento e uma vigilância dos usuários e seus percursos nesse espaço. A partir desse monitoramento, os rastros deixados na Rede são ordenados e classificados em bancos de dados, possibilitando a construção de perfis sobre padrões comportamentais, preferências e desejos de inúmeros indivíduos e/ou grupos. Os diversos serviços do Google são hoje o maior e mais eficiente exemplo dessa cartografia, constituindo o nosso objeto privilegiado de análise. Procura-se mostrar como se constrói uma cartografia do ciberespaço que é ao mesmo tempo uma taxonomia dos usuários e uma simulação de suas identidades, cujo traço central reside na sua dimensão performativa.

Cartografia: do convencional à virtualização

Revista Brasileira de Cartografia

O presente artigo analisa a emergência de uma cartografia eletrônica, virtualizada e relacional, que se coloca enquanto movimento de transformação e reconfiguração da cartografia convencional a partir da incorporação de inúmeros dispositivos eletrônicos (geotecnologias) e da difusão da informação geográfica através das redes, em especial a Internet. Este movimento traz para o cerne da Cartografia uma série de implicações sobre o pensar e o fazer cartográfico que se refletem nas práticas sociais e na sociedade em geral, inaugurando novas espacialidades e territorialidades virtualizadas com profundas implicações no espaço absoluto.

Sobreposição da cartografia digital vetorial às cartas e mapas históricos da Cidade de São Paulo

A cidade de São Paulo conta com um amplo acervo de mapas e cartas históricos. São relevantes para mostrar a transformação urbana e o crescimento da metrópole paulista no período compreendido entre o início do século XIX e a primeira metade do século XX. Dentre estes, destacam-se os produtos do levantamento topográfico SARA Brasil, realizado entre 1929 e 1933 pela empresa italiana de igual nome, com sede em Roma. Na ocasião realizou-se o levantamento cadastral da cidade de São Paulo por meio do método Nistri de aerofotogrametria. Este trabalho pioneiro fez de São Paulo a primeira cidade do mundo a possuir um cadastro de plantas articuladas de grande precisão em escala detalhada (1:1.000 e 1:5.000). Foram entregues à Prefeitura 132 cartas, 20 fotocartas e a coleção de fotografias aéreas (verticais e oblíquas), que constituíram o resultado do levantamento. Os Sistemas de Informação Geográfica permitem colocar como fundo uma imagem matricial, -no caso um mapa histórico digitalizado ou "escanerizado" -, e sobrepor a esta uma base cartográfica digital vetorial atualizada. Se for feito o registro correto de coordenadas, orientação e de projeção cartográfica entre ambos os documentos mencionados, os resultados podem ser muito interessantes e esclarecedores. Apresentam-se alguns exemplos de utilização deste método na Cidade de São Paulo, mostrando locais significativos onde as coincidências ou diferenças são mais notáveis. Na pesquisa foram empregados documentos históricos de diferentes épocas e escalas. Considera-se esta forma de análise uma opção atrativa para os pesquisadores geógrafos, arquitetos urbanistas, historiadores e outros especialistas que pretendam estudar a evolução histórica da cidade e seus espaços. Palavras chave: Cartografia Histórica, Cidade de São Paulo, Mapas Históricos, SARA Brasil, SIG, TIG.

Visualiza��o de imagens topogr�ficas

2007

This paper presents first attempts to develop adequate visualization techniques for the interpretation of geomorphometric data from GIS analyses. This effort is motivated by an increasing dichotomy between modern DEM specialist and traditional geomorphologists. This results in poor interpretation of GIS outputs due to limited employment of accumulated knowledge of skilful interpreters. The first technical constraint is the lack of useful visualization schemes for derived variables, while elevation itself is prone only to shaded relief presentation. The first concerns in this development were to consider the numerical nature and distribution of gemorphometrical data, in order to create grayscale schemes optimized to the expected use and perception stimulus of each variable. Among the tasks necessary to overcome GIS limitations to present geomorphometric data, the inversion of slope values and deriving orthogonal components of aspect were shown to be key procedures to match the produced perception with the concrete characteristics of the terrain. After solving the problems of data balance and linearization, a format conversion to byte/binary with standardized stretch assured the feasibility of applying multispectral image processing resources to geomorphometric variables, through premliinary tests with color compositions. The conclusions emphasized the advantages in processing topographic data as conventional image.

A Cartografia Na Era Digital

2017

Ao longo dos tempos o homem procurou desenvolver um conhecimento maior do mundo em que vive. Este fato levou povos a percorrerem vários lugares do nosso planeta a procura de alimentos, riquezas e posse de novas terras. Esses fatos resultaram principalmente nas grandes navegações, impulsionando o desenvolvimento da cartografia para atender à demanda por cartas e mapas das rotas marítimas, oceanos e terras recém-descobertas. Atualmente, a cartografia faz-se presente nas escolas, principalmente no ensino de geografia. Nas últimas décadas, o advento da informática ampliou a gama de recursos e ferramentas cartográficas de grande valia, não só para o meio técnico, mas também para o ensino escolar. Nessa perspectiva, novas formas didáticas podem ser criadas ou somadas às que já existem. Contudo, cabe o questionamento de como utilizar tais recursos tecnológicos com vista à maximização dos resultados didáticos no ensino dos conceitos cartográficos. Através de pesquisa bibliográfica concluiu-...

Visualização de Dados – Uma análise do redesignde visualizações da COVID-19

Blucher Design Proceedings, 2020

No presente artigo, empregaram-se visualizações de dados da COVID-19, originalmente apresentadas na televisão pelo governador de Nova Iorque, Andrew Cuomo, assim como seu posterior redesign, para desenvolver uma reflexão sobre formas de codificação da informação. As novas visualizações foram criadas pelo Studio Pentagram, baseadas na noção de Humanismo de Dados, desenvolvida pela designer de informação Giorgia Lupi. O artigo se inicia com uma revisão de literatura sobre sistemas de informação, de modo a situar o papel da visualização de dados na assimilação da mensagem. Em seguida, debruçou-se sobre o conceito de literacia visual para entender como as visualizações são percebidas pelo ser humano. Finalmente, realizou-se a análise das visualizações da Covid-19 utilizando como critérios os princípios para uma boa visualização de dados desenvolvidos por Andy Kirk. Deste modo, buscou-se destacar a relevância do Humanismo de Dados para o maior entendimento das visualizações.

Práticas de mapeamento com as tecnologias digitais: para pensar a educação cartográfica na contemporaneidade

2014

With the need of rethinking contemporary educative practices using maps, the present work had as its goal to investigate how new technologies participate on mappings and geographies which emerges from mapping practices developed by young students who are attending to a graduate program for geography teachers. For that, during the research, two cartographic activities experiences were proposed trying to explore with those subjects new characteristics that rose on maps through digital technologies. Based on a new theoretical perspective which conceives map as process and practice, we understand that those interactions made by future teachers during the activities experiences were able to indicate new paths that cartography may take within classroom interfacing technologies.

Cartografias no ciberespaço: experimentações metodológicas em espaços híbridos

Psicologia & Sociedade, 2018

O presente artigo tem como objetivo explorar as potencialidades do método da cartografia de Deleuze e Guattari no âmbito das redes digitais, levando em conta o advento das mídias locativas e das tecnologias de geolocalização que fazem surgir os espaços híbridos, nos quais a experiência de se movimentar no espaço geográfico coincide com o movimento pelo ciberespaço. O artigo discute as possibilidades de associação da cartografia com outras estratégias metodológicas, como a flânerie e os diários de bordo, com o intuito de fazer frente à complexidade dos processos de subjetivação que são atravessados hoje pelo acoplamento cada vez mais íntimo com as tecnologias digitais. Exploramos, enfim, estratégias que podem ser pensadas para fugir às estrias de um espaço digital cada vez mais dominado pelo controle e pela vigilância, evidenciando como a atitude cartográfica pode nos auxiliar a desfazer os mapas, em direção a processos de criação e singularização.