Estratégias de leitura da tradição literária brasileira na crítica de Machado de Assis (original) (raw)
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Machado de Assis, leitor dos clássicos portugueses: as "notas de leitura"
Machado de Assis foi frequentador assíduo do Gabinete Português de Leitura. Antes de alcançar a estabilidade financeira e poder comprar livros, foi com o auxílio dessa biblioteca que entrou em contato com obras indispensáveis a sua educação literária. Empreendendo um estudo diligente desse acervo, Machado elaborou fichas de leitura com a indicação de autores, títulos, transcrição de trechos e aposição de comentários. Algumas dessas notas resistiram ao efeito do tempo. Este trabalho procurou mapeá-las, de modo a identificar os autores fichados e suas nacionalidades, bem como o possível papel que tiveram na criação artística machadiana. A metodologia consistiu no agrupamento das notas a partir do autor a que se referem e na sistematização dos dados encontrados. Constatou-se que a literatura lusitana ocupa lugar de destaque nas fichas de leitura, abrangendo representantes que vão do Humanismo ao Romantismo. Verificou-se, também, que o interesse do leitor Machado de Assis residiu em boa parte no estudo da língua literária como elaborada pelos clássicos portugueses.
Machado de Assis e a formação da leitora
Signum: Estudos da Linguagem, 2010
e a formação da leitor ormação da leitor ormação da leitor ormação da leitor ormação da leitora a a a a MACHADO DE ASSIS AND THE FORMATION OF THE FEMALE READER Jaison Luís CRESTANI * Resumo: Este trabalho pretende analisar a atuação de Machado de Assis como colaborador da revista feminina A Estação. Nesse contexto, o autor desempenhou um importante trabalho de formação do senso crítico e de renovação das práticas de leitura comumente encenadas em periódicos femininos. Para tanto, propõese a análise da narrativa "Curiosidade" que se fundamenta em propósitos didáticos relacionados com a introdução do código realista e com o investimento no estatuto ficcional da literatura. Além disso, pretende-se apresentar uma revisão da forma de se entender o percurso formativo do autor.
MACHADO DE ASSIS E A LITERATURA AFRO-BRASILEIRA: UMA LEITURA SOB O VIÉS DA CRÍTICA LITERÁRIA
Fólio , 2016
Iremos, neste artigo, abordar a literatura de Machado de Assis, no que se refere à discussão sobre literatura afro-brasileira, com base nos estudos de Eduardo de Assis Duarte, expostos no livro “Machado de Assis: afro-descendente”. Consideramos ser pertinente relacionar a literatura machadiana da literatura afro-brasileira. Nosso maior interesse será refletir sobre o destaque do negro na escrita machadiana. Conforme aponta o crítico Eduardo de Assis Duarte, o escravo, em Machado, não é protagonista, e sim, figurante, apesar de na juventude, em alguns textos, ter colocado, mesmo que de forma trágica, a mulher como protagonista. Avaliaremos, assim, que a escrita de Machado não defende o racismo, através da estereotipação negra. Contrariamente, sua narrativa realiza uma denúncia ao racismo, ao relatar as relações dissonantes entre senhores e escravos, e as tiranias cometidas contra os negros, permitindo uma visão crítica sobre o choque sócio-histórico e a relação subalterna dos descendentes de africanos no Brasil.
Machado de Assis e o cânone ocidental: itinerários de leitura
Sonia Netto Salomão, 2019
Este ensaio sobre Machado de Assis - vencedor do Prêmio Jabuti 2017 - discute o confronto do escritor carioca com o cânone ocidental, num processso de acolhimento, disjunção, reescritura, ou rejeição. Divide-se em três grandes capítulos que seguem percursos de leitura através do grande hipertexto que é a obra machadiana. No primeiro eixo, - A um crítico, - busca-se reconstruir o mecanismo de diálogo, simultaneamente lúdico e analítico, do escritor com o leitor e o crítico. Machado é como um jogador que, por meio da simulação, da trapaça e do blefe realiza um exercício de lógica que envolve o seu parceiro de jogo na astúcia da mímese. No segundo, - Machado lúdico, - considera-se a ironia no tecido retórico da narrativa machadiana, entre mecanismos linguísticos de mediação cultural. No terceiro capítulo, Machado e a Itália, é reconstruída a relação do escritor carioca com a cultura italiana: literatura, história, teatro, música (ópera!), valorizando-se sistemas paralelos, aparentemente marginais, que foram parte da construção da identidade cultural brasileira e que as histórias literárias têm ignorado. Importante função adquire a tradução neste contexto.
Machado de Assis, leitor e crítico de teatro
PRESTÍGIO INTELECTUAL que Machado de Assis conquistou em sua juventude literária não se deveu aos textos de ficção. Ele já estava com 31 anos de idade quando iniciou a publicação de seus volumes de contos e romances. Como se sabe, Contos Fluminenses é de 1870 e Ressurreição, de 1871. Essas duas obras são o ponto de partida de sua extraordinária produção ficcional, que só foi interrompida no ano de sua morte, em 1908.
MACHADO DE ASSIS E A QUESTÃO DA TEMÁTICA NA LITERATURA BRASILEIRA
RESUMO: Este texto trata da questão da temática na literatura, em especial no Brasil, a partir das orientações do imperador d. Pedro II de dar ênfase ao indigenismo. Se por um lado vários artistas atenderam ao chamamento imperial, pelo menos uma voz se levantou contra o assunto. Em um texto publicado num jornal, Machado de Assis busca mostrar que tentar fazer a obra de arte nacional por meio do tema é assunto temerário.
Estratégias de leitura - estado da arte
Educar em Revista, 2018
RESUMO O propósito deste texto é apresentar um balanço da pesquisa sobre “estratégias de leitura” tomando como referência as publicações constantes em três bases: teses e dissertações, anais de eventos nacionais da área e artigos em periódicos. Tomou-se como ponto de partida a presença da expressão “estratégia de leitura” no título da publicação. Após esse registro, procedeu-se à leitura do resumo para analisar: a fundamentação teórica e a confluência (ou não) entre os autores, a metodologia empregada, dentre outros elementos.
Resenha de Machado de Assis: crítica literária e textos diversos
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Abordagem crítico-cultural de leitura literária
Grau Zero – Revista de Crítica Cultural
Trata-se de encontrar o lugar do leitor crítico-cultural para propor um método de leitura literária de experiências subjetivas ideológicas e teóricas em relação à noção de poder na sociedade. Esta investigação foi motivada por questões como: Qual o lugar do leitor crítico cultural? E qual o lugar no leitor crítico-cultural que permite criar um sistema de análise de leitura literária? Toma-se como base o uso da linguagem como operador de uma estrutura tática de poder institucionalizado no seio da sociedade. Discutido do ponto de vista de Stuart Hall (2003); Gomes (2011) e de Iúri Lotman (1978, 1979). Aplicados a leitura do poema “O bicho”, de Manuel Bandeira. Essa abordagem possibilita uma ativação das experiências subjetivas do leitor e evidencia como resultado um ato emancipador do sujeito leitor. [Recebido em: 31 maio 2022 – Aceito em: 27 out. 2022]