A INFLUÊNCIA DO TAMANHO CORPORAL NA DIETA DE NOVE ESPÉCIES DE AVES DA FAMÍLIA TYRANNIDAE (original) (raw)

A família Tyrannidae apresenta a maior abundância de espécies do continente ocidental, ocorrendo principalmente nas Américas (Sick, 2001). São especialmente arborícolas, podendo ocorrer em todos os estratos da vegetação. As espécies dessa família são diferenciadas através da forma do bico, das asas, da cauda, da cor e padrão de plumagem. Os tiranídeos são essencialmente insetívoros, mas existem algumas espécies frugívoras, granívoras e carnívoras. Essas aves insetívoras obtiveram maior êxito devido á grande diversidade de nichos ecológicos e de entomofauna no ambiente neotropical. Estudos sobre alimentação das aves insetívoras no Brasil são escassos, especialmente porque esses trabalhos são voltados basicamente para aves frugívoras e granívoras (Marini, 1992), pois o método usado nesses estudos baseia-se em observações diretas feitas em campo. Esse método fornece erros porque promovem quantificações pouco precisas da dieta quanto à natureza e à quantidade de itens ingeridos. O método mais utilizado para obter dados sobre a dieta dos pássaros é o de espécimes coletadas. Por ser um método destrutivo, no qual o individuo é sacrificado para coletar seu estômago, esse apresenta algumas limitações quanto à amostra do numero de indivíduos, mas permite também uma maior precisão no estudo da dieta das aves (Durães, 2003) em relação ao de observação direta em campo. Os tiranídeos apresentam tamanhos bem variados, com indivíduos podendo ser doze vezes maior que outro em comprimento. Morse (1974) cita em seu trabalho que espécies maiores têm mais acesso a recursos alimentares mais recompensadores (são espécies mais competitivas), sendo assim, são mais especializadas do que as menores. Espécies mais especialistas teriam um nicho trófico menor, ocorrendo assim uma menor sobreposição do nicho entre espécies, conseqüentemente diminuindo a competição por recurso alimentar.