A questão das cesarianas (original) (raw)
2005, Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia
Nas últimas décadas tem havido incrementos significativos nas taxas de cesariana em todo o mundo. Países que tradicionalmente apresentavam taxas muito baixas de cesariana, como a Turquia e a Itália, por exemplo, alcançaram, no início dos anos 2000, taxas de 30 e 33%, respectivamente 1 . Os EUA, que mantinham taxa de cesariana estável inferior a 23% por mais de 20 anos, chegaram a 27,5% de cesáreas em 2003 2 . Na América Latina, o Chile é o país com a maior taxa de cesariana, com 45% em 1999 3 , seguido de perto pelo Brasil, com 37% de cesarianas em 2000. Apesar de o Comitê de Aspectos Éticos em Reprodução Humana e Saúde das Mulheres da FIGO deliberar que é antiético realizar uma cesariana sem indicação médica 4 , cada vez mais se tem discutido a pertinência ou não da realização de uma cesariana "a pedido". Em qualquer análise que se faça em relação às taxas de cesariana, dois fenômenos ficam bem claros: os percentuais de cesariana estão aumentando em quase todos os países e o número de cesarianas tem relação direta com o atendimento das gestantes feito por médicos especialistas em Ginecologia e Obstetrícia.
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