Drummond, José A. L. Proteção e produção: biodiversidade e agricultura no Brasil (Rio de Janeiro: Garamond, 2014), 144p. (original) (raw)

Morim de Lima, A. G et al. Práticas e saberes sobre agrobiodiversidade: a contribuição de povos tradicionais. Brasília (DF): IEB Mil Folhas, 2018

Mundo Amazónico

O livro Práticas e saberes sobre agrobiodiversidade: a contribuição de povos tradicionais foi vencedor do prêmio Juliana Santilli – Agrobiodiversidade3. Juliana Santilli foi pioneira na atuação jurídica e nas pesquisas sobre direitos coletivos associados à biodiversidade e aos sistemas agrícolas no Brasil. Influenciou pesquisas relacionadas a conhecimentos tradicionais nos campos da agronomia, antropologia, ecologia e direito. Sua trajetória demonstra o importante diálogo entre produção acadêmica e atuação política.Seu trabalho foi dedicado a ampla defesa da agrobiodiversidade, a diversidade biológica produzida pelas práticas agrícolas tradicionais, geralmente ignoradas pelas políticas públicas (SANTILLI, 2009). No mesmo sentido, pesquisas de ecologia histórica, botânica e arqueologia têm apontado o manejo agrícola e florestal, desenvolvidos por povos indígenas desde o período pré-colombiano, como importante fator para a produção da biodiversidade amazônica (BALÉE, 1993, CLEMENT et ...

[DISSERTAÇÃO]. Fagundes, Guilherme Moura. 2014. Recursos e Patrimônios: matéria e forma nas políticas da agrobiodiversidade. Dissertação de mestrado. Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade de Brasília.

Dissertação - Recursos e Patrimônios: matéria e forma nas políticas da agrobiodiversidade, 2014

A dissertação empreende uma comparação entre duas políticas públicas que regulam e promovem a agrobiodiversidade (biodiversidade agrícola) no Brasil a partir de lógicas distintas. A primeira delas, operada no Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN), alicerça a agrobiodiversidade no domínio dos recursos fitogenéticos, remetendo-a à biologia neo-darwinista e operacionalizando as relações entre humanos e plantas cultivadas a partir do estabelecimento de suas “propriedades características” e “comunidades locais”. Já a segunda, desenvolvida no âmbito do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN), codifica as interações entre humanos e plantas cultivadas como partes integrantes de “sistemas agrícolas”, sob a égide do patrimônio cultural imaterial. Nesta segunda, os componentes da agrobiodiversidade são encarados desde uma perspectiva avessa à atomização, o que implica na objetivação dos processos constitutivos destas interações. Apesar das distinções, ambas as lógicas, todavia, lidam com uma tensão entre as dimensões materiais e imateriais que compõem as operações de feitura da agrobiodiversidade. Além de apresentar as diferentes soluções formuladas pelas duas políticas para habitar esta tensão, a discussão também é permeada por reflexões sobre o esquema hilemórfico (matéria/forma) que caracteriza o repertório ocidental de estabilização de seres (humanos e não-humanos). Palavras-chave: Antropologia; Agrobiodiversidade; Recursos fitogenéticos; Domesticação; Patrimônio imaterial; Sistemas agrícolas; Hilemorfismo ABSTRACT The dissertation undertakes a comparison between two public policies that regulate and promote agrobiodiversity (agricultural biodiversity) in Brazil and are built around distinct rationales. The first, operated on the Board of Management of Genetic Patrimony (CGEN), hinges agrobiodiversity on the realm of phytogenetic resources, relating it to the neodarwinist biology and conceiving the relations between humans and cultivated plants as deriving from the stablishment of their “characteristic properties” and “local communities”. As for the second, developed in the scope of the Institute of National Historical and Artistic Heritage (IPHAN), it codifies the interactions between humans and cultivated plants as a feature of the “agricultural systems”, under the aegis of immaterial cultural heritage. On the latter the compounds of agrobiodiversity are faced from a perspective averse to atomization, which implies in the objectification of the processes that constitute these interactions. Despite the distinctions, both rationales, however, deal with the tension between the material and immaterial dimensions that comprise the operations of making agrobiodiversity. Besides presenting the different solutions formulated by both policies to dwell in this tension, the discussion is also pervaded by reflections on the hylemorphic scheme (matter/form), which characterises the western repertoire of stabilising beings (humans and non-humans). Key words: Anthropology; Agrobiodiversity; Phytogenetic resources; Domestication; Immaterial heritage; Agricultural systems; Hylemorphism

2024 - del Río / Rodrigues / Porto (org.)- Agroecologia, direitos humanos e políticas públicas, Editora CRV, Brasil.

CRV Editora, 2024

O livro é parte dos produtos, atividades e ações do projeto “Implantação do Laboratório Interdisciplinar de Gestão Territorial e Educação Ambiental no campus do Retiro, em Angra dos Reis”, financiado pela Faperj. O livro, tem contribuições dos diversos docentes, pesquisadores, grupos e núcleos que colaboram na construção do Laboratório Interdisciplinar.

Ambientes protegidos para produção vegetal no Brasil - Ambiência vegetal nas condições brasileiras (Atena Editora)

Ambientes protegidos para produção vegetal no Brasil - Ambiência vegetal nas condições brasileiras (Atena Editora), 2023

No interior de ambientes protegidos é muito importante estudar a ambiência vegetal e com as tecnologias disponíveis atuar nas variáveis micrometeorológicas e melhorar as condições de conforto para ampliar a produtividade dos cultivos ou qualidade de mudas. Na ambiência vegetal em ambientes protegidos é interessante determinar qual o melhor ambiente para uma determinada espécie em função da região de cultivo e da época do ano. Existem vários tipos de modelos de ambientes protegidos que são utilizados para a produção vegetal, com características e designers próprios dos fabricantes ou do interesse do empreendedor. Nas décadas de 1970 e 1980, para muitas espécies, muitos experimentos foram realizados em ambientes protegidos como canteiros de cultivo, com dimensões pequenas e alturas variando de 0,50 m a 1,3 m de altura, com laterais fechadas, evidenciando um ambiência vegetal precária quanto a ventilação, radiação, temperatura e umidade relativa do ambiente de cultivo e desta forma seriam necessários novos estudos com ambientes protegidos com pé-direito alto, melhor manejo das condições meteorológicas e verificar a real reposta destas espécies frente as estas novas condições. A época de instalação da cultura no ambiente protegido ao longo do ano, o local geográfico da instalação e suas condições micrometeorológicas, as interações entre os ambientes e outros aspectos da produção tais como substrato, recipiente, nutrição, irrigação e cultivares fazem em conjunto a definição do tipo de ambiente que melhor conseguem expressar o potencial da espécie. A definição do melhor ambiente protegido envolve, além dos aspectos e atributos comentados anteriormente, as condições financeiras do empreendedor ou empresário (produtor rural) e da disponibilidade de insumos nos locais de produção, visando o sucesso do produtor, a redução de custos e a sustentabilidade ambiental, social e econômica da região de cultivo. No presente trabalho foram levantados os resultados de pesquisas com muitas espécies vegetais quanto ao melhor tipo de ambiente protegido artificial para seu cultivo. Não foram levantados resultados de pesquisa com ambiência vegetal natural, ou seja, utilizando outras espécies vegetais para promover a ambiência. Atualizações e complementações futuras poderão ocorrer em novas edições. Verificou-se que as espécies vegetais, com elevada capacidade de adaptação em diferentes condições ambientais, conseguem expressarem seu máximo potencial em função das características do cultivo e que envolvem a sanidade e potencial da semente, o manejo da cultura e do ambiente e que reflete nas condições de cultivo, sobrevivência a campo e/ou no tempo de prateleira de pós-colheita. Este guia auxiliará os alunos de graduação e pós-graduação em suas pesquisas em ambiência vegetal. Os resultados/conclusões, em sua maior parte, assim como parte dos tratamentos aqui referenciados, foram explicitados por citações diretas (ABNT, NBR 105020, 2002), contudo não utilizando aspas em texto com menos de quatro linhas e não usando recuo e letra menor em texto com mais de quatro linhas, como sugere a referida norma, acrescento o DOI ou URL na citação para faciliar o leitor na busca do texto original. Os autores recomendam aos leitores que ao encontrarem um trabalho de interesse, usem os links da web e DOI para se aprofundarem nos detalhes da obra, pois este livro buscou sintetizar os tratamentos da metodologia e os resultados/conclusões, sendo de fundamental importância a leitura da obra original. Caso ocorra algum problema com os links, vá até as referências e faça busca pelo título da obra. Boa leitura, boa pesquisa e bons estudos a todos!!!

2024 - Rodrigues / del Río - O SISTEMA-FOME NA LITERATURA DE CAROLINA MARIA DE JESUS. IN: Agroecologia, direitos humanos e políticas públicas, CRV editora, Brasil.

CRV Editora, 2024

A fome é uma circunstância humana extrema, das mais degradantes, das mais dolorosas, das que mais deveríamos nos envergonhar. Não se trata da fome como apetite corriqueiro, como vontade. Nem da fome como exercício espiritual, ao modo dos faquíres e outros que exercem o jejum voluntário. Nas palavras de Helena Silvestre (2021), “conheci o buraco vazio que avança, engolindo todas as beiradas de um desejo que não nasce na cabeça e que precisa de comida [...]”. A fome que nos degrada a todos e a todos deveria envergonhar é uma circunstância da capacidade humana de provocar sofrimento aos outros. Uma dimensão das mais tristes dessa forma é a vergonha que deveria se abater sobre os que estão de barriga cheia, mas dói no corpo dos que passam fome, porque eles são os humilhados a quem se insiste em responsabilizar permanentemente pela própria miséria.

A conservação da biodiversidade no brasil: uma visão a partir de áreas protegidas

Revista Economia Politica Do Desenvolvimento, 2011

a conservação da biodiversidade no brasil: uma visão a partir de áreas protegidas KEY WORDS A conservação da Biodiversidade do planeta é questionada hoje em relação ao consumo econômico desenfreado, e políticas públicas em favor de sua conservação são constantemente discutidas, construídas e implementadas. O presente trabalho traz uma análise da construção do aparato institucional no Brasil com foco em política ambiental e apresenta a atual estrutura do mesmo em torno das unidades de conservação ambiental. Conclui-se que o processo de construção desse aparato foi lento no decorrer dos anos, mas, a partir da década de 1990, avança e coloca todas as esferas governamentais e a população como responsáveis por essa conservação Biodiversidade, Conservação e Economia Ambiental. The conservation of biodiversity on the planet today is questioned in relation to consumption rampant economic and public policy in favor of its preservation are constantly discussed, built and implemented. This paper presents an analysis of the construction of the institutional apparatus in Brazil with a focus on environmental policy and presents the current structure of the same around the environmental conservation units. We conclude that the process of construction of this apparatus was slow over the years, but from the 1990s, and puts forward all levels of government and the public as responsible for this conservation. Biodiversity, Conservation and Environmental Economics.

CINTURÃO DE ÁREAS PROTEGIDAS EM RONDÔNIA/BRASIL: CORREDORES DE PAISAGEM PARA SALVAGUARDA DO BIOMA AMAZÔNICO

Revista Geográfica de América Central, 2011

No âmbito de um estudo mais abrangente, que procura elaborar um diagnóstico referente aos diferentes espaços ocupados pelos agricultores familiares na região central de Rondônia, ressaltando as características das territorialidades e da sustentabilidade ambiental que envolvem os referidos produtores, este trabalho busca avaliar os reflexos desse modelo de ocupação territorial no arranjo espacial das áreas protegidas do estado de Rondônia. Faremos, aqui, uma primeira aproximação em termos de escala. Nosso foco será, neste primeiro momento, todo o estado de Rondônia, tanto em termos do contexto geográfico, como em termos do contexto histórico do arranjo de suas áreas protegidas. Rondônia reproduz, em nível estadual, o macrocosmo da realidade conflituosa decorrente do avanço da fronteira de ocupação brasileira na Amazônia. Rondônia integra o assim chamado “Arco de fogo da Amazônia”, aquele cujo nome remete aos incêndios decorrentes da derrubada das florestas para a penetração humana oriunda do centro–sul do Brasil. Para frear este avanço em direção à área core da floresta, algumas políticas públicas voltadas para a criação de Terras Indígenas (TI’s) e Unidades de Conservação (UC’s) têm sido direcionadas no sentido de se formar um cinturão de áreas protegidas de modo a funcionar como barreira ao processo de desmatamento. Neste sentido, ao se observar o mapa de uso do solo do estado, nota-se um grande cinturão de áreas protegidas envolvendo o eixo de penetração humana aberto a partir da rodovia BR364. A rapidez com que as levas migratórias passaram a se dirigir àquela região, a partir das políticas de colonização dos anos 70, marcou a face mais visível desse modelo predatório de ocupação. Ao mesmo tempo em que se buscavam meios para promoção deste assédio econômico/populacional, medidas compensatórias, como a criação de uma série de UC’s não frearam o avanço da fronteira de ocupação, fazendo com que o estado de Rondônia seja hoje um dos que apresentam os dados mais preocupantes de desmatamento e de desafetação de UC’s estaduais. Trata-se de um processo que tem descaracterizado o modo original de vida local, mais sustentável em relação à conservação do bioma amazônico. Acreditamos que este modo de vida original pode ser resgatado na medida em que sejam fortalecidas as áreas protegidas existentes. Para além da criação de novas UC’s, ou a demarcação de novas TI’s, tal proteção pode se dar via fortalecimento das UC’s já existentes, nos moldes do grande programa Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA)[1], ou concebendo-se uma política de zoneamento que inclua a efetivação da interface, possível e desejável, entre tais UC’s, TI’s e as Áreas de Proteção Permanentes (APP’s) e Reservas Legais (RL’s), nos moldes da proposta de macrozoneamento econômico-ecológico da Amazônia atualmente em discussão. Com relação às APP’s e RL’s, em que pese a discussão em curso no congresso nacional com vistas à eventual reformulação do Código Florestal, elas serão mais efetivas se dialogarem mais intimamente com as práticas agrícolas voltadas para os sistemas agro-florestais (SAF’s) e a agroecologia, ambas mais compatíveis com a sustentação ecológica do bioma amazônico que o modelo de colonização até então vigente de desmatamento para abertura de pastagens e/ou grandes cultivos agrícolas.