Do emprego da palavra "história" no Prefácio Epistolar de Plínio, o Velho (séc.I d.C.). About the use of the word "history" in the Epistolary Preface of Natural History by Pliny the Elder (First Century AD) (original) (raw)
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Esta tese de doutorado foi construída através de alguns questionamentos: Como entender a História Natural de Plínio, o Velho como uma obra do gênero de História? Se o conceito de História aparece na obra pliniana, qual é o seu conteúdo/definição? É possível entender a História Natural por outro viés que não o do enciclopedismo? Para alcançar respostas satisfatórias foi preciso compreender como os autores que trabalharam com a História Natural a interpretaram. Isto se fez necessário para localizar o nosso objeto de estudo dentro da tradição historiográfica e entender no que a nossa tese poderia contribuir nos estudos sobre Plínio. Desse modo, estabelecemos a Primeira Parte como o local das discussões historiográficas; local de debate entre as visões do passado e o olhar que aqui propomos. Nosso trabalho não compactua com as noções mais difundidas sobre a História Natural como uma enciclopédia, mas expomos argumentos para compreendê-la como uma obra do gênero de História. Assim, a Segunda Parte da tese mostra a maneira como fizemos a leitura da obra pliniana. Leitura que nos proporcionou Quatro Argumentos que respondem como entendemos o conceito de História na obra pliniana e as propostas que a diferem de outras obras do gênero de História da Antiguidade. Aqui não encontramos o sangue, nem as guerras, nem as grandiosas conquistas militares de Roma, mas as conquistas do cotidiano. Uma História dos pequenos feitos – ou seria da paz? This doctorate thesis was constructed under the following questions: How can we understand Pliny the Elder’s Natural History as a work of historical genre? If the concept of History appears in the work of Pliny, what is it subject/definition? Is it possible to understand the Natural History by another bias than the one of the encyclopedia? In order to achieve satisfactory answers it was necessary to comprehend how other authors that worked with the Natural History have interpreted it. It was required to do it to locate our object of study within the historiographical tradition and understand in what ways our thesis could contribute to the studys of Pliny’s work. Thereby, we have established the First Part of this work as the site for the historiographical discussions; a place for the debate between the visions of the past and the view we propose in here. Our work does not agree with the most disseminated ideas about the Natural History as an encyclopedia, but we expose arguments trying to comprehend it as a work of the historical genre. Therefore, the Second Part of this thesis shows how we have done the reading of Pliny’s work. This reading had provided four arguments that answer how we understand the concept of History in Pliny’s Natural History and the approaches that differ it from the other historical works in the Ancient world. Here we will not find the blood, nor the wars, nor the great military conquests of Rome, but the everyday conquests. A History of the little facts – or would it be a History of peace?
Romanitas – Revista de Estudos Grecolatinos, n. 21, p. 68-85, 2023. ISSN: 2318-9304., 2023
Even today, many researchers try to understand Hellenic historiography in terms of contemporary Western interests, committed to the demands of a scientific History. However, when we analyze Xenophon’s writings, we find that there is no clear and well-marked border between what is historiography and what is not. To this end, we mobilized the concept of practical past, in accordance with the studies of Hayden White, to think about Xenophon’s historiography through the bias of its usefulness in the polis. In this way, Xenophon sought to develop texts that, when disseminated along to its intended recipient, would have practical feasibility amongst Hellenic communities that were inserted in constant conflict scenarios through the 4th Century.
UMA DEFINIÇÃO DE NARRATIVA HISTÓRICA PARA O "DICIONÁRIO DO ENSINO DE HISTÓRIA" (2019)
Dicionário do Ensino de História, 2019
Guardemos essa definição: narrativa é o principal elemento dos modos de representar os atos humanos, a exemplo da história e da poesia. Esse representar, mediado pela narrativa, é inerente ao ser humano e serve para conhecer o mundo e experimentar prazer. Uma narrativa (intriga) está constituída quando dispomos acontecimentos indicadores de mudança de sorte (do sucesso ao fracasso e vice-versa), com o conhecimento ou a ignorância dos seus atores, em um lapso de tempo apreensível pela memória e estruturado em princípio, meio e fim. Aí estão as lições da Poética (350 B.C.E) que tanto incomodam os historiadores cientificistas desde meados do século XIX. Aristóteles preferia a poesia à história. A primeira representava falas e atos possíveis (verossimilhantes ou causais) de determinado grupo de pessoas (era universal). A segunda representava falas e atos de determinada pessoa (era individual). Ambas dependiam da narrativa para mobilizar as emoções do público.
Resumo: Este artigo pretende debater alguns aspectos em torno da dialética presente no livro "Dialética do Esclarecimento" de Adorno e Horkheimer. Nossa abordagem trata de dois pontos envolvidos nessa temática: a defesa de que a dialética exposta na obra se dá entre uma antropologia de base teórica freudiana e uma sociologia que encontra no pensador marxista Sohn-Rethel o principal autor que teria influenciado os escritores de Frankfurt. Diante de uma dialética que se exibe em uma noção de sujeito e em sua relação ao meio social, tentamos mostrar como a noção que fundamenta tais interações se baseia em uma preocupação teórica com o problema da historicidade. Com isso, passamos a tratar de nosso segundo ponto, a saber, da apresentação das "Teses sobre o conceito de história" de Walter Benjamin, relacionando-a a uma temporalidade inconsciente presente na teoria de Freud. Palavras-chave: Dialética. Antropologia. Sociologia. História. Inconsciente. Abstract:This article intends to discuss some aspects around the dialectic in the book "Dialectic of Enlightenment" of Adorno and Horkheimer. Our approach addresses two issues involved in this theme: the idea that the dialectic presented in this work occurs between a Freudian theoretical anthropology and a sociology that finds on the Marxist thinker Sohn-Rethel the lead author that would have influenced the writers of Frankfurt. Front of a dialectic that shows itself in a notion of the subject and its relationship to the social environment, we try to show how the notion underlying such interactions is based on a theoretical concern with the problem of historicity. Thus, we are dealing with our second point, namely the presentation of the "Theses on the Concept of History" by Walter Benjamin, relating it to an unconscious temporality presented in Freud's theory.
NEARCO - Revista Eletrônica de Antiguidade e Medievo, 2020
A História enquanto campo de conhecimento, mesmo antes de ser sistematizada como disciplina acadêmica no século XIX, frequentemente tem sido evocada e repensada nas sociedades humanas em épocas de grave crise, conflitos, rupturas e questionamentos acerca do próprio papel do homem ao longo dos séculos. Tal colocação se relaciona com a noção "pedagógica" da História enquanto uma "Mestra da Vida", Historia Magistra Vitae citada por Cícero no século I a.C., concebida como um campo que compreende "múltiplas experiências alheias, das quais nos apropriamos com um objetivo pedagógico; ou, nas palavras dos antigos, a história (que) deixa-nos livres para repetir sucessos do passado" no lugar de incorrer com os erros no tempo presente (KOSELLECK, 2006, p. 42).
A FILOSOFIA DA HISTÓRIA EM DE CIVITATE DEI DE SANTO AGOSTINHO
Este artigo delineará a filosofia da história de uma perspectiva cristã, tendo como paradigma a obra clássica de Santo Agostinho, De Civitate Dei. O objetivo do estudo é ressaltar a importância de uma filosofia bíblica da história e explicar a proposta de Santo Agostinho, a qual é de suma importância para o ensino de questões históricas. A metodologia adotada nesse artigo é revisão bibliográfica e a conclusão é que a alternativa à filosofia cristã da história redunda em ceticismo ou na adoção de uma estrutura secular.