Da educação do público à participação cidadã: sobre ações educativas e patrimônio cultural (original) (raw)

A cidade como um espaço possível para empreender ações educativas voltadas para o patrimônio

2016

A reflexão que este texto pretende realizar tem como ponto de partida a investigação de algumas das muitas possibilidades de se abordar a cidade como um potencial objeto para realizar ações voltadas ao patrimônio, pois a urbe é um dos lugares no qual pode-se perceber a dinâmica, as vicissitudes, as contradições e a complexidade humana. Assim, compreender como o espaço construído e as vivências produzidos na cidade se tornam referências identitárias, como também passam a ser entendidas como bens culturais, auxilia no entendimento da maneira como as interpretações, acerca da localidade em que se vive e dos símbolos nela engendrados, são transmitidas por cada indivíduo e auxilia na formação da(s) memória(s) difundida(s) no corpo social. Pretende-se discutir, portanto, como as ações educativas patrimoniais podem - ao trabalhar com a cidade - abordar a formação dos laços de pertencimento, das práticas culturais e das disputas travadas entre o que se preservar e o que destruir.

Educação e cidadania no museu comunitário: o patrimônio cultural como instrumento para o desenvolvimento local

XXI Encontro de Iniciação à Pesquisa - Universidade de Fortaleza - 2015, 2015

Resumo O presente trabalho versa sobre a proteção do patrimônio cultural na dimensão comunitária, abordando o fluxo concernente aos museus comunitários e à respectiva vivência da coletividade com os patrimônios locais, o que gera transformações bilaterais, sendo referentes tanto aos atores envolvidos quanto ao próprio patrimônio. A partir da perspectiva de que a proteção patrimonial em nível comunitário tem uma significação que deslinda no desenvolvimento local e não na preservação indefinida de bens com os quais guardam-se poucos vínculos identitários, busca-se auferir sua importância para o desenvolvimento da educação e da cidadania no seio da comunidade, sendo esses elementos, respectivamente, constantes na lista de finalidades e no rol de princípios fundamentais dos museus e direitos fundamentais. Introdução As advertências quanto à crise da memória e identidade transcorrem de um extremo a outro, englobando memória, preservação e esquecimento, sendo facilmente exemplificáveis, desde o excesso de memorialização, com o intuito de a tudo rememorar e musealizar, com um monumento a cada quarteirão aos quais não se despensa atenção; passando pelo município que reformou sua praça central, modernizando-a e excluindo quaisquer vestígios barrocos; ou mesmo o grupo mobilizado para o tombamento de um casarão antigo em ruínas que, munido de machados e enxadas, resolveu fazer o " tombamento " com as próprias mãos, ignorando o significado da palavra tombamento para a liderança do movimento; até a simples omissão e ação contrária, não protegendo, deteriorando e ignorando o que seria passível de proteção. Aos exemplos aludidos não é difícil atribuir pelo menos duas notícias distintas e recentes. Essas situações advêm principalmente do desconhecimento acerca do patrimônio, na maioria das vezes causada pela falta de vivência com esses. Em contraponto, o museu de desenvolvimento comunitário proporciona vivência, relação, construção bilateral, estando o patrimônio e os indivíduos envolvidos em constante transformação; os patrimônios e as identidades e memórias coletivas coabitam em harmonia, pois o princípio dos museus comunitários remete à relação entre o ambiente e os atores sociais. Com isso, justifica-se o estudo das transformações do patrimônio cultural e da importância do desenvolvimento local à educação e à cidadania.

Ações Educativas e seus Públicos: Museu de Arte Contemporânea, Museu Antropológico e Museu de Morfologia

Ações Educativas e seus Públicos: Museu de Arte Contemporânea, Museu Antropológico e Museu de Morfologia, 2016

Este trabalho aborda os desafios da inclusão em museus no processo educativo, no que concerne à inclusão de público efetivo, potencial e não-público nas instituições culturais. Para análise e desenvolvimento de propostas que visam à melhoria dos setores educativos nos museus goianos, escolhi três museus: Museu de Arte Contemporânea de Goiás (MAC|GO) da Superintendência de Patrimônio Histórico e Artístico/SEDUCE do Estado de Goiás, Museu Antropológico (MA) e Museu de Morfologia (MM), ambos da Universidade Federal de Goiás (UFG). Cabe destacar que procurei selecionar museus de diferentes tipologias, objetivando analisar se as ações educativas museais adquirem diferentes contornos de acordo com o tipo de instituição museológica, com especial atenção às ações direcionadas à inclusão. Em um primeiro momento, trabalhei com bibliografias que se debruçam sobre a Educação Museal, como também selecionei definições consideradas importantes para a construção dessa pesquisa. No segundo momento, fiz pesquisas de público e diagnósticos específicos dos serviços educativos de cada uma das três instituições abordadas. No terceiro momento, propus programas e ações educativas, respeitando a individualidade de cada instituição, com o foco na inclusão de todos os públicos. Essas ações e projetos foram executadas por mim ou por colegas durante estágios obrigatórios, não obrigatórios e voluntários em parceria com os funcionários das instituições.

Programa Cultura e Patrimônio: ações educativas no e do Curso de História da UPF

A experiência com Educação Patrimonial no e do Curso de História da Universidade de Passo Fundo vem se desenhando desde o ano de 2005, nas disciplinas de Metodologia do Ensino de História e Fundamentos e Práticas de Arquivo e Museu, ampliando-se em 2010 através do ensino, da pesquisa e da extensão, com o Projeto Momento Patrimônio, motivado pelo desejo de dar significado ao local e ao regional através do conhecimento histórico e patrimonial. Assim, desde o princípio objetiva-se promover o debate e a conscientização junto às lideranças políticas, empresariais, universitárias e comunitárias acerca da importância do patrimônio histórico, cultural, artístico e ambiental regional e nacional, que viabilize políticas públicas de reconhecimento, preservação e tombamento do patrimônio público. E, da mesma forma, fomentar na comunidade universitária a integralização dos conhecimentos em nível de graduação e de pesquisa, via extensão, para a preservação e valorização do patrimônio, assumindo uma postura de cuidado e identificando-se com a comunidade, ao reconhecer as demandas sociais que suscitam de estudo como compromisso da vocação universitária de responsabilidade social.