14 Anos de Silêncio: A "Guerra ao Terror" e a Tragédia dos Refugiados no Oriente Médio (original) (raw)

Refugiados, Estado Islâmico e os novos anos de crise

As respostas internacionais a fenômenos como o terrorismo e os deslocamentos de populações refugiadas sugerem que o cenário político contemporâneo se assemelham imensamente ao contexto que Edward H. Carr classifica como os "Vinte Anos de Crise". As condições sob as quais o autor identificou esse período de crise entre os séculos XIX e XX já estão dadas na contemporaneidade, resta saber quanto tempo será contabilizado em nossos novos anos de crise.

A Jihad e a Cruzada à Sombra da Controvérsia de Sião

Num contexto de reflexão sobre o antinómico par Norte/Sul Jihad/Cruzada intentando produzir uma ficha de leitura minimamente pontuada da seminal obra de Douglas Reed "The Controversy of Zion", cedo me deparei com o carácter intrincado e nem sempre evidente -aliás, frequentemente "ocultado" -do Sionismo como ideologia de referência; ademais e inevitavelmente entendendo a análise temática dos presentes postulados que, quer em termos apologéticos (veja-se todo o aparato nominalmente Cristão reunido em torno de tal agregador), quer em termos adversativos (objecto de combate de uma boa parte dos esforços indexáveis à Jihad como militância Muçulmana), a destacam e relevam sobremaneira, temos que, longe de resolvida, a controvérsia de Sião segue fazendo correr tinta -sobre sangue 1 .

O “imperialista Relutante”. O início na Guerra ao Terror nas páginas da Revista Foreign Affairs

Conjuntura Global, 2018

O Council on Foreign Relations (CFR) é um think tank estadunidense, fundado em 1922, que se dedica a estudar a política externa dos Estados Unidos. Sob a retórica de servir à sociedade, sendo uma ferramenta de análise do cenário político-econômico mundial, o CFR promove encontros e seminários, produz relatórios e diversas publicações entre livros-em meios físicos e digitais-e sua revista, a Foreign Affairs. Com os ataques terroristas nos Estados Unidos em setembro de 2001, uma nova política externa foi adotada pelo presidente George W. Bush, que levou à Guerra do Afeganistão e a invasão ao Iraque. Compreendendo que as políticas denominadas como "Doutrina Bush" e "Guerra ao Terror" estavam, na verdade, presentes no interior da administração Bush, antes mesmo dos ataques terroristas, este artigo procura apresentar as ações e visões do CFR sobre o início da política da Guerra ao Terror. E, para isso, recorremos aos grupos de estudos e publicações do CFR, assim como ao estudo de seus membros que, majoritariamente, ocupavam lugares de influência na administração Bush.

A Guerra Civil Síria e a Condição Dos Refugiados: Um Antigo Problema, “Reinventado” Pela Crueldade De Um Conflito Marcado Pela Inação Da Comunidade Internacional

Revista De Estudos Internacionais, 2013

Em quase dois anos de conflito, mais de meio milhão de refugiados e mais de 60 mil mortos, segundo dados de janeiro de 2013contidos no site oficial da ONUuma guerra civil sangrenta dizima a população síria e faz surgir um volume calamitoso de refugiados espalhados pelo Iraque, Jordânia, Líbano, Turquia e a própria Síria. Diante do impasse em que se coloca a comunidade internacional para por fim ao conflito, volta-se à antiga discussão sobre que políticas adotar para uma efetiva proteção dos direitos dos refugiados erigidos no Estatuto dos Refugiados e, antes disso, construído na Carta Internacional dos Direitos Humanos erigida em 1948. Discute-se, no presente artigo, que medidas tomar, que abordagens seguir, no caso dos refugiados que emergem do atual conflito na Síria, e mais especificamente no que tange aos problemas enfrentados por esses refugiados nos Estados supracitados, que fazem fronteira com a Síria, destacando-se entre as propostas de análise e soluções trazidas por especialistas, o modelo teórico de Betts e o seu chamamento para uma responsabilização dos países do Norte, bem como sua ideia de envolver os interesses estatais em temas que versem sobre questões que envolvem os refugiados, relacionando regimes, interesses, ideias e a questão da identidade.

27 anos, um passado sombrio: terrorismo e seus protagonistas

ensaio de realidad nacional, 2019

Analise os impactos dos 27 anos da captura de Abimael Guzmán Reinoso e do modus operandi de sua organização em Lima. Uma guerra ideológica que ainda persiste para ser a mais viva por novos grupos pseudopolíticos que tentam provocar consciências inocentes disfarçando o marxismo como democracia. Do ponto de vista das teorias da contrainsurgência e das negociações, a relevância da captura de Abimael Guzmán Reinoso foi o início de uma nova era para o Peru, a do desenvolvimento social. Os fatos dos grupos emerretistas na cidade de Lima dos anos 80, não só permanecem como anedotas, mas se tornam memórias coletivas, memórias que permaneceram no tempo, e isso não faz parte da história, pois a história do Peru, tem grandes palcos. O terrorismo trouxe consigo muito caos e instabilidade social, econômica e ideológica, muitos setores da população optaram por silenciar atrocidades por medo de represálias, consolidando assim uma proposta de reivindicação social.

(1998) O Significado da Segurança no Médio Oriente

2001

O significado da segurança no Médio Oriente reparte-se por entre uma multiplicidade de concepções rivais de segurança para a região, dominada simultaneamente por uma cultura política, judaica e árabe. O conceito de segurança, naquela região, tem sido em muito moldado pelas evoluções e impasses do processo de paz para o Médio Oriente, ilustrando bem a forma como a coexistência de diversas concepções regionais e culturais podem comprometer a definição de um conceito único de segurança.

A Geopolítica Da Guerra Do Grupo Estado Islâmico: A Ameaça Do Terror Sem Rosto

Sociedade e Território

Este artigo é um estudo sobre a origem do grupo terrorista Estado Islâmico (EI), as formas de atuação das suas ações pela região do Oriente Médio local onde o mesmo foi criado, e em outros países que se opuseram e se opõem à formação do seu califado, como os Estados Unidos da América, alguns países europeus e partes da Ásia. Este trabalho mostrará todos os territórios pretendidos e conquistados pelo grupo terrorista na Síria e no Iraque no início da sua formação assim, como, também, as regiões que eles almejavam conquistar fora do mundo árabe, bem como as regiões que eles perderam para os exércitos dos países, que com eles lutam diretamente para essa reconquista territorial. Vale ressaltar que o grupo utiliza-se de métodos como as redes sociais e a própria internet para divulgar seus atos e atrair jovens do mundo todos para fazer parte de seus propósitos.

O Terrorismo como Agenda das Relações Internacionais: Novos Debates, Velhas Problemáticas

Boletim Meridiano 47, 2011

Sou dois, e ambos têm a distânciairmãos siameses que não estão pegados. 1 O fim da bipolaridade dividiu analistas -oscilando entre o otimismo e o pessimismo -no que se refere à ordenação internacional (BIGO, 2004). O fim da história proclamado por Fukuyama 2 constitui-se como estandarte da Nova Ordem: sem disputas mundiais, marcada pela harmonização presente no relacionamento entre democracias. No outro extremo, situavam-se os mais céticos enfatizando a inevitabilidade da guerra, mas ressaltando que esta orientava-se em bases distintas: o choque cultural das civilizações -tese defendida por Hungtinton (1997). Entre ambas as correntes uma comunhão: a devoção aos princípios norte-americanos de liberdade individual e capitalismo global (ZIZEK, 2011); ou a racionalização discursiva de um ethos social que verifica na bipolaridade a expressão de uma ordem internacional estável (BIGO, 2004).

Os Refugiados no Mundo e o caso da Síria

É alarmante o número de indivíduos que saem de seus locais de vivência para procurarem um lugar mais seguro. De acordo com o relatório anual “Tendências Globais 2012” do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), mais de 45,1 milhões de pessoas estavam se deslocando no final do ano de 2012. Nisso inclui 15,4 milhões de refugiados, 937 mil requerentes de asilo e 28,8 milhões de pessoas que foram forçadas a fugir dentro das fronteiras de suas nações. Dentre todos os motivos, que geram a migração dos refugiados, a guerra é a razão predominante. Em especial, a Síria é o país que mais tem sofrido com isso. Estima-se que 100 mil pessoas foram mortas desde março de 2011.