As Valsas Humoristicas de Alberto Nepomuceno: uma edicao critica (original) (raw)

O wagnerismo de Alberto Nepomuceno e sua evolução na canção de câmara

Musica Theorica, 2020

Na historiografia musical brasileira, grande destaque foi dado ao papel de Alberto Nepomuceno no processo de formação de uma canção de câmara "brasileira", cantada em português e de caráter nacionalista. Pouca atenção se deu, porém, ao papel do wagnerismo do compositor neste mesmo processo. Articulando uma contextualização histórica do fenômeno à apreciação analítica de uma amostra da produção do compositor, o estudo procura evidenciar sua compreensão e emprego de "categorias" wagnerianas de composição musical entre os anos de 1894 e 1901. Em perspectiva histórica e comparativa, culminando com um exame mais detido da canção vernacular Turqueza op. 26 n. 1, torna-se possível delinear aspectos gerais e específicos do wagnerismo de Nepomuceno, englobando três diferentes "soluções" do compositor para o problema do Lied wagnerista de sua época.

wagnerismo de Alberto Nepomuceno e sua evolução na canção de câmara

Musica Theorica, 2021

Na historiografia musical brasileira, grande destaque foi dado ao papel de Alberto Nepomuceno no processo de formação de uma canção de câmara “brasileira”, cantada em português e de caráter nacionalista. Pouca atenção se deu, porém, ao papel do wagnerismo do compositor neste mesmo processo. Articulando uma contextualização histórica do fenômeno à apreciação analítica de uma amostra da produção do compositor, o estudo procura evidenciar sua compreensão e emprego de “categorias” wagnerianas de composição musical entre os anos de 1894 e 1901. Em perspectiva histórica e comparativa, culminando com um exame mais detido da canção vernacular Turqueza op. 26 n. 1, torna-se possível delinear aspectos gerais e específicos do wagnerismo de Nepomuceno, englobando três diferentes “soluções” do compositor para o problema do Lied wagnerista de sua época. Palavras-chave: Nepomuceno; wagnerismo; canção de câmara

Transcrições para voz e violão das canções de Alberto Nepomuceno: traduzindo um nacionalista romântico

Anais do VII Simpósio Acadêmico de Violões da Embap , 2013

Este artigo descreve atividade desenvolvida na Universidade Federal de Minas Gerais pelo grupo de pesquisa Resgate da Canção Brasileira, que consistiu da realização de transcrições para voz e violão de canções escolhidas do compositor Alberto Nepomuceno (1864-1920), reconhecido por introduzir no Brasil a canção de arte, aos moldes do Lied alemão, porém em língua portuguesa. Descreve motivações do processo de transcrição, suas fundamentações teóricas relacionadas à musicologia, à tradução literária e à semiologia, e sobretudo à prática efetiva da transcrição sob o ponto de vista da escrita idiomática para o violão. This paper describes an activity developed by Resgate da Canção Brasileira, a research group of Universidade Federal de Minas Gerais, consisting of carrying out transcriptions for voice and guitar of songs written by composer Alberto Nepomuceno, recognized for having introduced the chamber song in Brazil, in line with the German Lied, but in Portuguese language. The paper describes the motivations of the transcription process, its theoretical foundations related to musicology, literary translation and semiotics, and especially the effective practice of transcription from the point of view of the guitar's idiomatic requirements.

Fooquedeu (Um Diário): Uma Leitura Crítica

Letra Magna, 2023

• rlm ® • v.19 n.34 • Resumo A presente resenha pretende oferecer uma leitura crítica do livro de Nuno Ramos fooquedeu (um diário) lançado pela editora todavia em 2022. Através de uma análise raciocinada, serão enumerados aspectos do livro que apontam para características mais gerais da obra de Nuno Ramos, abrindo um diálogo com a produção plástico-instalativa e performática. O livro em questão servirá de base para discutir o conceito de "literaturas pós-autônomas" cunhado por Josefina Ludmer (2007 [2010]), levando em conta também a visão crítica a tal propósito do teórico Evandro Nascimento (2015). Será também investigada a relação entre práticas artísticas postas em jogo por Nuno Ramos, e como essas se dão em fooquedeu (um diário), sempre tentando enquadrar o livro dentro de um contexto maior, pensando nas tendências e contratendências gerais. A resenha, portanto, além de apresentar as obras nas suas características gerais, pretende, a partir dessas últimas, abrir uma reflexão mais geral sobre a literatura contemporânea.

Apologia contra os livros de Rufino: Vol. 31 (Patrística

APRESENTAÇÃO INTRODUÇÃO PRIMEIRO LIVRO Primeira parte: O conflito dos tradutores Segunda parte: A arte do comentador Peroração; resposta a dois agravos: os excessos do polemista e o perjúrio do letrado SEGUNDO LIVRO Primeira parte: Refutação da Apologia de Rufino a Anastásio Segunda parte: Refutação do tratado de Rufino sobre a adulteração dos livros de Orígenes Terceira parte: Justificação das traduções bíblicas de Jerônimo TERCEIRO LIVRO Primeira parte: Procedimentos respectivos dos dois adversários e de seus aliados Segunda parte: retorno sobre os métodos de tradução e de comentário, bem como sobre um problema de atribuição Terceira parte: Esclarecimentos acerca de diversas personalidades no Oriente e no Ocidente Quarta parte: retorno a diversos agravos Quinta parte: Justificação da réplica de Jerônimo à tradução rufiniana do Perì Archôn Sexta parte: Apreciação cristã do fim do conflito enfim ponderado por Rufino APRESENTAÇÃO Surgiu, pelos anos 40, na Europa, especialmente na França, um movimento de interesse voltado para os antigos escritores cristãos, conhecidos tradicionalmente como "Padres da Igreja", ou "santos Padres", e suas obras. Esse movimento, liderado por Henri de Lubac e Jean Daniélou, deu origem à coleção "Sources Chrétiennes", hoje com centenas de títulos, alguns dos quais com várias edições. Com o Concílio Vaticano II, ativou-se em toda a Igreja o desejo e a necessidade de renovação da liturgia, da exegese, da espiritualidade e da teologia a partir das fontes primitivas. Surgiu a necessidade de "voltar às fontes" do cristianismo. No Brasil, em termos de publicação das obras destes autores antigos, pouco se fez. A Paulus Editora procura, agora, preencher esse vazio existente em língua portuguesa. Nunca é tarde ou fora de época para rever as fontes da fé cristã, os fundamentos da doutrina da Igreja, especialmente no sentido de buscar nelas a inspiração atuante, transformadora do presente. Não se propõe uma volta ao passado através da leitura e estudo dos textos primitivos como remédio ao saudosismo. Ao contrário, procura-se oferecer aquilo que constitui as "fontes" do cristianismo para que o leitor as examine, as avalie e colha o essencial, o espírito que as produziu. Cabe ao leitor, portanto, a tarefa do discernimento. Paulus Editora quer, assim, oferecer ao público de língua portuguesa, leigos, clérigos, religiosos, aos estudiosos do cristianismo primevo, uma série de títulos, não exaustiva, cuidadosamente traduzida e preparada, dessa vasta literatura cristã do período patrístico. Para não sobrecarregar o texto e retardar a leitura, procurou-se evitar anotações excessivas, as longas introduções estabelecendo paralelismos de versões diferentes, com referências aos empréstimos da literatura pagã, filosófica, religiosa, jurídica, às infindas controvérsias sobre determinados textos e sua autenticidade. Procurou-se fazer com que o resultado desta pesquisa original se traduzisse numa edição despojada, porém, séria. Cada obra tem uma introdução breve com os dados biográficos essenciais do autor e um comentário sucinto dos aspectos literários e do conteúdo da obra suficientes para uma boa compreensão do texto. O que interessa é colocar o leitor diretamente em contato com o texto. O leitor deverá ter em mente as enormes diferenças de gêneros literários, de estilos em que estas obras foram redigidas: cartas, sermões, comentários bíblicos, paráfrases, exortações, disputas com os heréticos, tratados teológicos vazados em esquemas e categorias filosóficas de tendências diversas, hinos litúrgicos. Tudo isso inclui, necessariamente, uma disparidade de tratamento e de esforço de compreensão a um mesmo tema. As constantes, e por vezes longas, citações bíblicas ou simples transcrições de textos escriturísticos devem-se ao fato de que os Padres escreviam suas reflexões sempre com a Bíblia numa das mãos. Julgamos necessário um esclarecimento a respeito dos termos patrologia, patrística e Padres ou Pais da Igreja. O termo patrologia designa, propriamente, o estudo sobre a vida, as obras e a doutrina dos pais da Igreja. Ela se interessa mais pela história antiga, incluindo também obras de escritores leigos. Por patrística se entende o estudo da doutrina, das origens dessa doutrina, suas dependências e empréstimos do meio cultural, filosófico, e da evolução do pensamento teológico dos pais da Igreja. Foi no século XVII que se criou a expressão "teologia patrística" para indicar a doutrina dos padres da Igreja distinguindo-a da "teologia bíblica", da "teologia escolástica", da "teologia simbólica" e da "teologia especulativa". Finalmente, "Padre ou Pai da Igreja" se refere a escritor leigo, sacerdote ou bispo, da antiguidade cristã, considerado pela tradição posterior como testemunho particularmente autorizado da fé. Na tentativa de eliminar as ambiguidades em torno desta expressão, os estudiosos convencionaram em receber como "Pai da Igreja" quem tivesse estas qualificações: ortodoxia de doutrina, santidade de vida, aprovação eclesiástica e antiguidade. Mas os próprios conceitos de ortodoxia, santidade e antiguidade são ambíguos. Não se espere encontrar neles doutrinas acabadas, buriladas, irrefutáveis. Tudo estava ainda em ebulição, fermentando. O conceito de ortodoxia é, portanto, bastante largo. O mesmo vale para o conceito de santidade. Para o conceito de antiguidade, podemos admitir, sem prejuízo para a compreensão, a opinião de muitos especialistas que estabelece, para o Ocidente, Igreja latina, o período que, a partir da geração apostólica, se estende até Isidoro de Sevilha (560-636). Para o Oriente, Igreja grega, a Antiguidade se estende um pouco mais, até a morte de s. João Damasceno (675-749). Os "Pais da Igreja" são, portanto, aqueles que, ao longo dos sete primeiros séculos, foram forjando, construindo e defendendo a fé, a liturgia, a disciplina, os costumes e os dogmas cristãos, decidindo, assim, os rumos da Igreja. Seus textos se tornaram fontes de discussões, de inspirações, de referências obrigatórias ao longo de toda tradição posterior. O valor dessas obras que agora Paulus Editora oferece ao público pode ser avaliado neste texto: "Além de sua importância no ambiente eclesiástico, os Padres da Igreja ocupam lugar proeminente na literatura e, particularmente, na literatura greco-romana. São eles os últimos representantes da Antiguidade, cuja arte literária, não raras vezes, brilha nitidamente em suas obras, tendo influenciado todas as literaturas posteriores. Formados pelos melhores mestres da Antiguidade clássica, põem suas palavras e seus escritos a serviço do pensamento cristão. Se excetuarmos algumas obras retóricas de caráter apologético, oratório ou apuradamente epistolar, os Padres, por certo, não queriam ser, em primeira linha, literatos, e sim, arautos da doutrina e moral cristãs. A arte adquirida, não obstante, vem a ser para eles meio para alcançar este fim. (…) Há de se lhes aproximar o leitor com o coração aberto, cheio de boa vontade e bem-disposto à verdade cristã.

Elogio da Loucura - Erasmo de Roterda.pdf

ÍNDICE NotíciaBiográfica ELOGIODALOUCURA ErasmoaTomásMore DeclamaçãodeErasmodeRotterdam Notas NOTÍCIA BIOGRÁFICA FILHO de Geraldo Elia e de Margarida Zerembergen, nasceu Erasmo no dia 27 de outubro de 1465, na cidade de Rotterdam. 0 seu primitivo nome de Geraldo, herdado do pai, traduziu-o ele, mais tarde em latim e em grego, tornando-se célebre com o de Desidério Erasmo. Seu pai, em virtude da perseguição da família de Margarida, por não ter o casal recebido a bênção da Igreja, fora constrangido a refugiar-se em Roma. Em seguida desesperado com a falsa notícia da morte de Margarida, entrou num convento e fez-se padre. Ao saber, porém, que Margarida ainda vivia, voltou à Alemanha e recuperou a sua felicidade, passando a viver em companhia da esposa e do filho. Aos onze anos de idade, Erasmo já lia perfeitamente Horácio e Terêncio. Tendo perdido os pais ainda muito jovem, o seu tutor internou-o no convento de Stein, onde Erasmo, desgostoso,v entregou-sev apaixonadamentei aos estudos. Tinha apenas vinte anos quando escreveu sua primeira obra: O Desprezo do Mundo. Em seguida publicou um discurso intitulado O Bem da Paz. Esses dois trabalhos logo se tornaram muito conhecidos e celebrizaram o seu autor. 0 bispo de Cambrai mandou chamar Erasmo e o teve em sua companhia. Seguiu ele, depois para Paris e entrou no colégio de Montegu, mas aí se deu tão mal com a alimentação que a sua saúde ficou seriamente prejudicada. Regressando à Holanda, teve a proteção da marquesa de Nassau, Ana de Brosselen. A fidalga castelhana forneceu-lhe recursos para as suas viagens. Erasmo foi, então, para a Inglaterra onde esteve em companhia de Lord Montjoy e, que mandara chamá-lo. Daí, partiu ele para a Itália, onde se doutorou pela Universidade de Bolonha. Na Itália, Erasmo travou relações com os homens mais famosos da época. Conheceu cardeais e papas, entre estes Júlio II. Esteve em seguida, em Veneza, com Aldo Manuzio; depois, em Pádua, onde foi preceptor do filho bastardo de James Stuart; mais tarde tornou à inglaterra, onde teve em Thomas More um dos seus melhores amigos. O Elogio da Loucura (Encomium Moriae), que ora editamos, foi publicado em Paris em 1509. É uma sátira extraordinariamente interessante, na qual os potentados da época e sobretudo os homens da Igreja são impiedosamente escalpelados pela ironia incomparável do grande escritor. Sempre inquieto e insatisfeito, percorreu Erasmo vários países, até se instalar definitivamente na Basiléia, onde morreu aos setentas anos de idade, no dia 11 de julho de 1536. ELOGIO DA LOUCURA ERASMO de ROTTERDAM ERASMO A THOMAS MORE, SAÚDE.

“O Riso Agudo dos Cínicos”: Desassossego e Ironia em Armando Silva Carvalho

A partir de uma reflexão sobre a resposta do poeta Armando Silva Carvalho (n. 1938) à questão “A poesia é uma forma de resistência?” e sobre o seu dictum “O texto não faz nem refaz o mundo”, este trabalho procura reconstituir na sua obra poética, desde o inaugural Lírica Consumível (1965), os princípios elementares que presidem ao exercício da “expressão desassossegada”, da retórica da ironia e da textualidade paródica que têm singularizado o discurso do poeta no panorama da literatura portuguesa contemporânea, exigindo ao leitor a colaboração num complexo jogo de reconstrução da intencionalidade autoral. Esta análise terá em vista um equacionamento sistemático das modulações que a razão cínica, fundada no culto da polifonia irónica, tem apresentado numa certa linhagem da poesia moderna e contemporânea que ambiciona, na síntese de Armando Silva Carvalho, “incomodar os vivos” e assim, nesta justa medida, assumir a resistência enunciativa como forma de existência poética.

Uma analise literaria e Sociologica Camponesa da Nvela de Jose e seus irmaos

Uma análise literária e sociológica camponesa da novela de José e seus irmãos (Gn 37-50) A literary and peasant sociological analysis of the Novelle of Joseph and his brothers (Genesis 37-50), 2023

Resumo Há uma tendência de se ler a história e José e seus irmãos como uma novela da diáspora, que teve sua origem durante os domínios persa e helenista. Este ensaio concorda em parte com esta tendência e defende que a novela era uma história independente, que passou por pelo menos três fases de composição: a) em Israel Norte, durante o domínio de Jeroboão II; b) durante o domínio persa e helenista, quando ela recebeu o matiz de novela da diáspora; c) na composição final do Pentateuco, quando ela foi anexada ao livro do Gênesis, servindo de ponte entre os livros do Gênesis e do Êxodo. Mostrado isso, o ensaio apresenta uma leitura sociológica dos referenciais utilizados pelos autores, em diferentes períodos, e conclui de que o chão de onde brotou a novela é camponês-pastoril. Um ambiente de vida árida, de ameaça constante da seca, da fome, da insegurança, da violência e da escravidão. There is a tendency to read the story of Joseph and his brothers as a Diaspora Novella, which had its origins during the Persian and Hellenistic periods. This essay partly agrees with this trend and argues that the Novella was an independent story, which passed through at least three stages of composition: a) In Israel North, during the rule of Jeroboam II; b) During the Persian and Hellenistic rules, when it took on the character of a Diaspora Novella; c) On the final composition of the Pentateuch, when it was annexed to the book of Genesis, serving as a bridge between the books of Genesis and Exodus. Having shown this, the essay presents a sociological reading of the references used by the authors, in different periods, and concludes that the ground from which the Novella sprouted is peasant-pastoral. An arid environment, with a constant threat of drought, famine, insecurity, violence, and slavery.