Francisco de Assis e Antônio de Lisboa: questões acerca da iconografia dos santos franciscanos na igreja de Santo Antônio de Belém-PA (original) (raw)

A 'glorificação dos santos franciscanos' do convento de Santo Antônio da Paraíba: algumas questões sobre pintura, alegoria barroca e produção artística …

Fênix, revista de história e estudos culturais, 2006

A construção do convento franciscano na Paraíba estendeu-se por quase 200 anos, e seu ápice foi a decoração interna da nave principal, concluída já na segunda metade do século XVIII, ornada com luxuosos azulejos portugueses nas paredes e pinturas trompe l'oeil no forro da nave. Centro nevrálgico da atuação franciscana ao norte de Pernambuco no período colonial, o Convento de Santo Antônio da Paraíba traz alegorias extremamente significativas para a compreensão da imagem que a congregação construía acerca de si e de sua atuação naquele mundo inóspito dos trópicos selvagens. Constituindo-se em discurso visual, a pintura do teto da igreja conventual pode ser entendida como ferramenta de "ordenação do mundo" utilizada na ação junto aos fiéis da sede da Capitania, como um sistema simbólico que cristalizava os poderes e a estrutura colonial em imagens e exemplos edificantes a serem respeitados e seguidos pelos colonos.

SANTA IFIGÊNIA: ICONOGRAFIA ATÍPICA NA IGREJA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS PRETOS, SALVADOR, BA

Singularidades: Escultura Devocional Brasileira, 2022

A Irmandade da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, estabelecida no Brasil desde 1685, uma das mais antigas da América Portuguesa, recebeu a permissão do arcebispo D. Sebastião Monteiro de Vide para a construção de uma igreja própria nas Portas do Carmo. Na época, a igreja era um local próximo de uma das portas da cidade antiga e fortificada, em caminho ao Convento do Carmo, e que atualmente corresponde ao fim da atual ladeira do Pelourinho, no Centro Histórico.A Igreja de Nossa Senhora do Rosário foi, então, construída em 1704 pelos confrades negros que compunham a irmandade. No fim do séc. XIX, a irmandade elevou-se a Venerável Ordem Terceira. Tombada como Patrimônio do Brasil pelo IPHAN desde 1938, no templo encontram-se várias imagens de devoção negra. Em um de seus altares laterais em estilo neoclássico, está uma peculiar imagem de Santa Efigênia em madeira policromada e dourada.

Imagem, doutrinação, catequese e fé: representações da vida de Santo Antônio de Pádua na iconografia franciscana da Paraíba colonial

Fênix - Revista de História e Estudos Culturais, 2012

O forro da capela mor da igreja do Convento de Santo Antônio, na Paraíba, traz vinte cenas da vida do frade português, mandadas pintar entre 1753 e 1755 pelo guardião da casa franciscana. Tais cenas compõem um tipo de “cartilha” para o bom cristão, pois reforçam a ideia tridentina de catequese por meio das imagens, mas apresentam um discurso visual peculiar, posto que dentre os inúmeros milagres obrados pelo santo são escolhidas cenas específicas, que dizem muito sobre as qualidades e virtudes que se desejava reforçar entre os religiosos e fiéis da Paraíba de meados do século XVIII. Utilizando o conceito de centro/ periferia de Carlo Ginzburg, este trabalho pretende analisar tais imagens como fruto de uma cultura histórica barroca específica, permeada de retesamentos e frouxidões tanto no que diz respeito à fé como também aos aspectos simbólicos e artísticos de tal conjunto imagético. The roof painting in the mor chapel of Saint Anthony’s Convent, in Paraíba, brings twenty life scenes of the Portuguese friar, ordered to paint between 1753 and 1755 by the guardian of the Franciscan house. Such scenes compose a type of “spelling book” for the good Christians, therefore they strengthen the Tridentine idea of catechesis through images, but presents a peculiar visual speech, that amongst the innumerable miracles done by the saint are chosen specific scenes, showing which qualities and virtues it’s desired to spread between the religious and parishers in 18th century Paraíba. Using Carlo Ginzburg’s concept of center/periphery, this paper intends to analyze such images as a face of a specific baroque historical culture, built by strains and loosenesses in such a way in things that brings to the faith and also to the symbolic and artistic aspects of such image set.

Afonso - As pinturas murais da igreja de S. Francisco de Leiria

L. U. Afonso, "As pinturas murais da igreja de São Francisco (Leiria)”, Benedita Pestana (Cord.), Linha do Oeste. Óbidos e Monumentos Artísticos Circundantes, Lisboa, Assírio & Alvim, 1998, pp. 247-261., 1998

i 1 difícil fazer a destrinça dos vários ofícios, pois quase sempre osartistas acumulam diversas funções. Entre as madeiras mais utilizadas a preferência foi para o carvalho e especialmente para o castanho. A execução tinha duas fases distintas: a do encalhamento e construção e a do douramento e pintura. A aplicação da folha de ouro implicava um tratamento da superfície a dourar que incluía diversas operações preparatórias.

O santo em imagens: relações entre concepções de santidade e iconografia na Época Moderna

PALAVRAS-CHAVE: Idade Moderna. Santidade. Iconografia cristã. O século XVI foi um período bastante turbulento para o fenômeno da santidade. A Igreja Católica atravessava nessa época uma das mais graves crises de sua história, crise da qual a elevação de indivíduos à santidade e o poder de intermediação a eles atribuído constituía um dos pontos centrais das tensões. Assim como na Idade Média, durante a Época Moderna os santos representavam um elo entre os homens e o divino e, ao mesmo tempo, eram apresentados como referência e ideal humano. Entretanto, durante os tempos modernos a concepção de santidade apresenta outras características que a distanciam dos antigos modelos identificados desde os primeiros séculos da história cristã. Desde o estabelecimento do processo de canonização pontifical, durante a Idade Média, a Igreja vinha promovendo canonizações e incentivando o culto aos seus eleitos. Todavia, conforme Suire "o século XVI é um período muito desfavorável à eclosão da santidade. A canonização pontifical atravessa então a mais grave crise de sua história, posto que nenhum santo é elevado ao altar entre 1523 e 1588" 1 (SUIRE, 1998: 921-922).

A pedagogia seráfica e a iconografia franciscana da instrução: estrutura da formação dos noviços e representações dos doutores medievais da Ordem nos conventos da Província de Santo Antônio do Brasil (Bahia e Pernambuco - sécs. XVII e XVIII). Cadernos de História da Educação, v.23 , e2024-05, 2024.

Cadernos de História da Educação, 2024

This paper intends to analyse the successive layers of meanings and the importance attributed to images by the seraphics, and the extent to which such representations are ingrained in the reinforcement of their practices of instructional and spiritual formation developed in the intramural space throughout the colonial period, especially at the height of their performance, that is, from the 1600s to the 1700s. The research developed so far has already shown the existence of a visual discourse made specifically for the faithful, and another, more intellectualized and personalized, but aimed at exalting the Order intellectuals and medieval theologians in convent spaces restricted to novices in formation and professed religious. The text discusses the permanence of pre-Tridentine structures and norms in Seraphic Pedagogy crystallized in the Provincial and General Statutes, comparing these documents with the collection of the libraries of the convents that received the novices, also analysing some images and representations of the medieval Franciscan theologians in the reading and teaching spaces frequented by the religious in formation. This paper discusses the relationship between such images – especially those of Scotus and Ockham – and the instructional norms in the Statutes of the Saint Francis of Brazil Custody/ Province and in higher legislation, such as the 1622 Barcelona Statutes and the 1501, 1598 and 1651 versions of the Statuta Generalia, as well as the scope of the permanence of scholastic precepts, even after the Tridentine prescriptions for changes in the educational formation of the Roman Catholic religious orders.