Rubem Fonseca e o policial noir (2014) (original) (raw)
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O Gênero Policial Na Obra De Rubem Fonseca
Revista Cientifica Da Fepi, 2010
Resumo: Neste artigo, com base na tipologia do romance policial de Tzvetan Todorov e com o apoio de outros teóricos, demonstra-se como Rubem Fonseca, ao se filiar à tradição desse gênero, rompe com a mesma. Para tanto, são utilizadas as seguintes obras do autor brasileiro: os contos "Feliz Ano Novo", "Passeio noturno (parte I)" e "Passeio noturno (parte II)", nos quais são ressaltados os aspectos literatura noire, e Bufo & Spallanzani, romance no qual são apresentadas as características da literatura de enigma e de suspense. Pois bem, dizem que Jansen descobriu a fórmula secreta do verniz do próprio Del Gesu. Jansen não fala do assunto. O certo é que ele fabricou um violino que muitos consideram melhor do que o Stradivarius. RUBEM FONSECA, Bufo & Spallanzani. Os movimentos imprimidos por Winner ao corpo de Clotilde deixam-na parcialmente caída ao chão, apoiada sobre a cabeça. Winner abre, então, as pernas magras de Clotilde e olha a fenda obstrusa de congestão e sombra que corta seu corpo. Com as cabeças no chão e as pernas para o alto sobre a cama, juntam-se, em sua volúpia, como dois morcegos. RUBEM FONSECA, "Romance negro".
Violência: A Ficção De Rubem Fonseca
Revista Terceira Margem, 2009
Th e article discusses six short stories by Rubem Fonseca considered within a social and textual criticism. It puts into question Rubem Fonseca's narrative form based on the assumption that there is a third voice that leads the narration and gives it meaning, formulating a perspective that guides the ideology of that fi ctional world, in accordance with a certain social world vision on violence.
Rubem Fonseca: violência e comicidade em Feliz Ano Novo
Nau Literária, 2005
O presente trabalho busca analisar a relação entre violência e comicidade nos contos de Rubem Fonseca, especificamente em alguns contos de Feliz Ano Novo, livro de 1975. A partir de uma revisão minuciosa, relacionando os textos com algumas obras cinematográficas, o trabalho propõe que a violência é atenuada pela comicidade, como se aquela dependesse desta. O escritor conseguiu, assim, apresentar um audacioso retrato da atual sociedade urbana brasileira. Palavras-chave: Rubem Fonseca; Violência; Comicidade.
A morte do outro na ficção de Rubem Fonseca
Trata-se de uma interpretação do conto "O outro", do livro de contos Feliz ano novo, do escritor Rubem Fonseca. A leitura promovida, exerce esforços em tomar como horizonte os paralelismos entre a leitura de Walter Benjamin do poeta Baudelaire como fundamental para suas reflexões a respeito da cidade moderna, e a indicação do conto de Rubem Fonseca como emblema da violência em uma de suas faces na vida urbana da cidade brasileira. Palavras-Chave: Rubem Fonseca, O outro, Walter Benjamin, Baudelaire, Violência, Literatura, Filosofia
O Cobrador com Relato de Ocorrência: a escrita ferozcinematográfica de Rubem Fonseca
2016
O artigo apresenta uma breve analise dos contos Relato de ocorrencia em que qualquer semelhanca nao e mera coincidencia e O Cobrador , ambos de Rubem Fonseca, tendo como foco principal a discussao do entrelacamento do discurso literario a partir de elementos caros a linguagem cinematografica de tonalidade documental e do discurso midiatico televisivo hegemonico ate o momento da escritura dos referidos contos. O recorte teorico utilizado advem majoritariamente das ideias de Robert Stam (2008), Pellegrini et al . (2003). A constatacao dessa reflexao sinaliza que os textos de Fonseca sao profundamente marcados pelo dialogo com aspectos e elementos da producao midiatica e cinematografica que gerou um texto hibrido, cambiante entre o literario e o cinematografico, o que aumenta a forca discursiva da sua narrativa, que na qualidade de representante da contemporaneidade e, sobretudo, visual, se cogitarmos nos termos de Pellegrini (2003). Conclui-se que a escrita dos contos e embebida de um...
Este artigo tem como hipótese de que os livros que portam a assinatura de Rubem Fonseca, ao optar pela auto-reflexividade, intertextualidade, hiper-realismo, são regidos pela lógica do simulacro, simulando à exaustão a fantasmagoria da presentidade – em um movimento representativo do termo pós-moderno. Ainda para comprovar tal proposição, detém-se, num segundo momento, no romance Bufo & Spallanzani.
Ossos do ofício: linguagem e violência em Rubem Fonseca
O Eixo e a Roda: Revista de Literatura Brasileira, 2015
Análise da construção da imagem da violência nos contos de Rubem Fonseca por meio de recursos expressivos do código linguístico que criam o estado 'brutal' das narrativas. Através da referencialidade, da metonímia e da descrição, o narrador monta uma rede textual em que retrata situações de extrema violência e crueldade, como também personagens que se revelam por um discurso permeado de signos que agenciam o caráter letal de suas ações. O estilo, nomeado de hiperrealista, cria essa impressão de uma realidade ampliada e intensificada pelo impacto que a linguagem deposita nas cenas narrativas. Através da análise detalhada das categorias propostas em diálogo com os contos selecionados, deseja-se mostrar que o excesso referencial não subtrai a simbolização inerente à linguagem.
A Protagonização Da Violência Em Rubem Fonseca: De “Feliz Ano Novo” a “O Cobrador”
Revista Memento, 2015
Resumo: Este artigo propõe, a partir de uma leitura dos contos "O Cobrador" e "Feliz ano novo", de Rubem Fonseca, refletir sobre o tema da violência na literatura brasileira contemporânea, pensando-a não apenas como descarga física voluntária (dotada de visualidade por meio de práticas específicas), mas, sobretudo, como uma reação a outro tipo de violência, simbólica e institucional, que se mascara na sociedade através de seus próprios agentes consolidadores. Palavras-chaves: violência; Rubem Fonseca; conto. Quando o mineiro Rubem Fonseca publica, em 1979, a coletânea de contos O Cobrador, ele já era um escritor de relativo sucesso e reconhecimento público. Grande representante do romance e do conto na literatura brasileira pós 1960, "predominam, em sua obra, a atmosfera de suspense e narrativas policiais ambientadas em espaço urbano, com personagens delegados, advogados, assassinos e detetives, perpassados de violência, erotismo e luxúria". (DUARTE, 2010, p. 332). São essas as palavras que apresentam Fonseca no Dicionário biobibliográfico de escritores mineiros, compondo uma espécie de resumo representativo (e significativo) de sua obra: policialesca e urbana (tendo o Rio de Janeiro como espaço central); personagens diversos, mas inscritos no território marginal; excessiva violência e erotismo. Colada a essa classificação literária esteve sempre outra, de conotação moral evidente, que entendia a obra de Fonseca como "obscena" e um "atentado à moral brasileira", justamente por "descobrir" um Brasil real em oposição ao "oficial" apresentado pela Ditadura Militar.
A grande arte de desaparecer Rubem Fonseca e os documentarios dos Ipes
In the years leading up to the 1964 military coup, the Institute for Research and Social Studies (Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais - Ipês) conducted a number of propaganda activities aimed at destabilizing João Goulart’s administration and thereby paving the way for a rupture of democracy. Among these activities was funding, and supervising the creation and distribution of a series of documentaries that, screened throughout the country, were intended to disseminate liberal ideology and, at the same time, strengtheninggroups that wanted to oust Goulart at any cost. The authorship of these documentaries’scripts is controversial: a number of researchers, supported by documents and testimonies, attribute it to writer Rubem Fonseca, while others reject this hypothesis. A formal comparison between the documentaries and the work Fonseca produced in the same period has not yet been established. This essay outlines, with its limits, a comparison.
2011
Tendo em vista a importante contribuição dos estudos culturais e literários para o aprofundamento do debate sobre as narrativas policiais norte-americanas, este estudo pretende levantar singularidades, rupturas e questões de masculinidade(s) associadas à literatura hardboiled, de modo a fundamentar uma investigação de sua reverberação na obra de Rubem Fonseca. Para tal fim, parte-se, principalmente, dos estudos de masculinidade hegemônica empreendidos por R.W. Connell e seus comentadores, e da análise de três dos maiores expoentes fundadores do gênero, Dashiell Hammett, Raymond Chandler e Jim Thompson. Considerando essa fundação da literatura policial norte-americana, serão então analisadas quatro obras protagonizadas pelo personagem Mandrake, ―O Caso F.A‖, ―Dia dos Namorados‖, ―Mandrake‖ e o romance A Grande Arte. Pretende-se, assim, observar como o autor se vale dessa tradição da literatura policial, e de suas implicações com questões de masculinidade(s), para criar uma obra de ta...