Tensões da identidade pessoal no espelho de Machado de Assis (original) (raw)

O espelho de Machado de Assis : questões sobre a identidade e a personagem Jacobina

2019

Trabalho de Conclusão de Curso (graduação)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Teoria Literária e Literaturas, 2019.Esta pesquisa propõe investigar algumas características do gênero conto no Brasil (PARRINE, 2017; JUNQUEIRA, 2009), analisar o conto “O Espelho” de Machado de Assis (GLEDSON, 2006; PARRINE (2008), MONNERAT 2009) tendo como foco principal uma análise da personagem Jacobina a partir dos estudos sobre identidade na psicologia social (BERLATTO, 2009, CIAMPA, 2003, RICOEUR, 1991). A identidade de um indivíduo é construída socialmente ao longo de sua existência a partir das relações com o mundo no qual ele se insere. Contudo, também a partir desta relação ou na ausência dela, a identidade de um indivíduo pode ser desconstruída. No caso de Jacobina que na juventude fora alferes da guarda nacional, ele perde sua identidade a partir de um acontecimento na casa de sua tia. Jacobina fora trapaceado pelos escravos do sítio de sua tia que fugiram e com is...

O espelho Machado de Assis

Este material pode ser redistribuído livremente, desde que não seja alterado, e que as informações acima sejam mantidas. Para maiores informações, escreva para bibvirt@futuro.usp.br.

Em demanda da identidade: a duplicidade em Esaú e Jacó de Machado de Assis

2000

Ao Professor Doutor Arnaldo Saraiva pela amizade e paciência que me dispensou e pelas obras que gentilmente me disponibilizou. Agradeço, ainda, o facto de ter sugerido e estimulado este trabalho, bem como todo o interesse que sempre lhe dedicou. À Professora Doutora Maria de Fátima Marinho e ao Professor Doutor Luís Adriano Carlos pelos novos horizontes que abriram com os seus interessantes seminários. À Dr 3 Graciete Vilela e ao Professor Doutor Mário Vilela pelo estímulo, pela amizade e pela vasta biblioteca que colocaram à minha disposição. Aos colegas deste Curso de Mestrado porque sabem tão bem como eu quão difícil é enfrentar e ultrapassar este desafio. Uma menção especial para a Marta Norton, companheira de viagem que me abriu a porta às questões do sujeito. Aos meus alunos do passado, do presente e do futuro porque são os destinatários últimos deste esforço. À minha família e aos meus amigos pelo apoio dado a este projecto. À Teresa, que comigo embarcou nesta aventura, pela amizade de sempre. Aos meus pais, a quem tudo devo, por serem quem são. Ao Sérgio, pela paciência, pelo espírito de sacrifício, mas sobretudo pelo amor sem limites.

Identidade nacional ou identidade regional? O sentido de nacionalidade no conto "O espelho", de Machado de Assis

O cronista que narra os acontecimentos, sem distinguir entre os grandes e os pequenos, leva em conta a verdade de que nada do que um dia aconteceu pode ser considerado perdido para a História. Sem dúvida, somente a humanidade redimida poderá apropriar-se totalmente do seu passado. Isso quer dizer: somente para a humanidade redimida o passado é citável, em cada um dos seus momentos (Walter Benjamin). Resumo: Pretende-se, neste artigo, apresentar algumas possibilidades de interpretação sobre a identidade na obra de Machado de Assis, utilizando, como corpo documental, o conto "O Espelho''-esboço de uma nova teoria da alma humana. Nossa preocupação central é questionar o caráter das interpretações sobre identidade nacional na obra de Machado de Assis, olhando por outro viés, ou seja, procurar entender a identidade dentro de um espaço socialmente condicionado, tentando demonstrar que a identidade cultural de uma obra está, acima de tudo, na legitimação de uma identidade regi...

Machado de Assis. O espelho

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A 'criatura' e o 'espelho': o retrato de Machado de Assis por Marc Ferrez. Aletria: Revista de Estudos de Literatura, v. 24, p. 13-29, 2014.

2014

This article presents and discusses a set of information, some of them still unpublished, about a portrait of Machado de Assis (1839-1908) taken by the photographer Marc Ferrez (1843- 1923). Analyzing this image as well as its context of production and circulation (1880-1884), we sought to identify and amplify relevant questions for the study of the relationship between literature and photography. We believe that history of photography in general, and the history of this particular portrait, when articulated to the Brazilian editorial scenario in nineteenth century and the immense critical fortune on Machado de Assis’ life and work, can brighten obscure aspects of his biography and, at the same time, launch new questions and interpretations on the writer’s imagination.

O "olho de teatro" de Machado de Assis

Revista Folhetim, 2001

Entre Nietzsche, Machado de Assis e a cena, este texto constitui-se, em parte, de análises desenvolvidas em minha tese de doutorado, de outra parte, de reflexões surgidas com os estudos preparatórios para a montagem teatral do conto O espelho, de Machado de Assis. O estudo sobre a criação artística analisada a partir da teoria nietzschiana da crueldade e o estudo sobre a teatralidade do texto machadiano relacionam-se, pois, no texto da tese utilizei-me de alguns contos de Machado de Assis para elucidar certos fenômenos e experiências, tais como, a necessidade da distância do sentimento e da ausência de compaixão como condição para o gesto criador. Esta distância associa-se à própria dureza ou crueldade do criador. Aqui, abordaremos ainda este distanciamento, considerando-o agora como fator determinante da teatralidade. Segundo uma teoria de Nietzsche, tal distanciamento estabelece uma espécie de "olho de teatro". É este olhar que tentaremos tornar visível no texto machadiano. O olho de teatro Em O Nascimento da Tragédia, Nietzsche reinterpreta o sentido das noções de poesia épica e de poesia lírica, propondo uma inversão dos valores. A distinção entre o épico e o lírico refere-se apenas ao elemento fundador da obra de arte, pois a operação artística essencial é idêntica: a criação de imagens, enquanto ação transfiguradora. O primeiro cria a aparência a partir do jogo entre sonho e realidade; o segundo supera a aparência através do jogo com a própria embriaguez, com o impulso formador das próprias imagens; o poeta sonha e sabe que sonha: "o servidor de Dioniso deve estar em estado de embriaguez e, ao mesmo tempo, permanecer postado atrás de si mesmo, como um vigia"

Machado de Assis e as afinidades (se)eletivas

Alea: Estudos Neolatinos, 2021

Machado de Assis é um escritor que dispensa apresentações, pois está nas "dobras da memória" 1 , graças à potência de muitas de suas obras, que se tornaram clássicas. Sonia Netto Salomão declara: "Machado de Assis é parte do cânone ocidental, hoje" (p. 9). Destaquei o advérbio "hoje" porque a inserção de Machado no cânone ocidental acontece tardiamente. Contudo, essa situação foi sendo revertida paulatinamente e se deu no final do século XX e início do século XXI quando, por exemplo, Machado passa a figurar na lista de Harold Bloom dos 100 autores mais criativos da história da literatura. 2 Apesar disso, ao ser indagado sobre a influência literária de Machado de Assis para além das fronteiras lusófonas, o crítico Kenneth David Jackson diz que "está tendo mais impacto, mas avança devagar", pois falta "a difusão da nova crítica, falta incorporar Machado no cânone da literatura comparada, falta de maneira geral ler Machado". 3 Mesmo assim, esse "mestre da ficção" tem sido revisitado de diferentes formas, porque, além da reedição constante das suas obras, soma uma enorme