Conservação do solo em olivais mecanizados na região de Trás-os-Montes (original) (raw)
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Variação espacial de propriedades físicas e químicas do solo em olivais de Trás-os-Montes
2012
A introdução de novos sistemas de gestão da vegetação herbácea em olivais de Trás-os-Montes tem realçado o interesse em conhecer os efeitos produzidos na variabilidade espacial das propriedades do solo. Com o presente trabalho pretende-se avaliar o efeito de diferentes sistemas de gestão do coberto vegetal herbáceo em olivais na distribuição espacial de propriedades físicas e químicas do solo. O estudo decorreu em nove olivais com os seguintes sistemas de gestão do solo: (MT) solo nu ao longo de todo o ano, com recurso à mobilização tradicional; (HB) cobertura do solo por vegetação natural, com controlo efetuado por aplicação de herbicidas na linha de plantação (LP) e destroçamento da vegetação seca na entrelinha (EL); (LS) cobertura do solo por espécies de leguminosas semeadas, com controlo efetuado por pastoreio e posterior destroçamento da vegetação seca e (VN) cobertura do solo por vegetação natural. Em cada olival foram selecionados 16 locais (8 na LP e 8 na EL), onde se proced...
2018
Na região de Trás-os-Montes, a segunda região de maior importância do sector olivícola em Portugal, apenas 6% da área total do olival é regada (RGA, 2009). É provável que na última década tenha ocorrido um aumento considerável desta área, por um lado, devido à reconversão de olival de sequeiro semi-intensivo ao regadio e, por outro, devido ao aumento da disponibilidade de água para a rega, em consequência dos principais aproveitamentos hidroagrícolas da região. Dentre estes, destacam-se o Empreendimento Hidroagrícola do Vale da Vilariça, com ocupação cultural cerca de 2 500 ha, dos quais 30% são olival de regadio, e do Aproveitamento Hidroagrícola de Macedo de Cavaleiros. Atualmente, verifica-se um aumento do recurso à bombagem de águas subterrâneas e à construção de pequenas “charcas” para rega de olivais localizados fora dos perímetros de rega. O objetivo geral do Grupo Operacional (GO) Olivicultura e Azeite - “SustentOlive” - é o de melhorar as práticas de rega nas explorações ol...
Paisagens culturais: heranças e desafios no território. Atas do VIII Congresso de Estudos Rurais & VIII Encontro Rural RePort, 2021
O presente trabalho visa aprofundar o debate sobre a exploração dos baldios, focando-se para isso na região de Trás-os-Montes. A cronologia de análise incide, grosso modo, entre finais do Antigo Regime e o Liberalismo. Partindo de uma investigação em curso, assume-se como finalidade o tratamento formal de alguns dados preliminares, assim como a reflexão crítica sobre aquela que entendemos ser uma das principais problemáticas na historiografia atual: a eficácia social e ecológica dos «fundos comuns de recursos». Neste sentido, propomo-nos refletir a partir de um estudo de caso pouco explorado, articulando o tema e os objetivos enunciados na nossa investigação, de acordo com os problemas e limites teóricos na abordagem dos baldios. Na segunda parte deste trabalho, ao preservarmos uma postura crítica face às principais problemáticas decorrentes das questões de partida que elegemos, as mesmas serão desenvolvidas na prossecução dos nossos objetivos. Focamo-nos sobretudo na análise dos discursos históricos sobre a propriedade e usos comunitários, sem esquecer a importância das práticas sociais observadas na longa duração. Confrontaremos, por fim, o conjunto dos objetivos a que nos propusemos, avaliando o contributo desta investigação para o avanço do conhecimento histórico.
2021
Numa perspetiva comparativa, o nosso enfoque temático relaciona as políticas centrais de modernização e fomento económico com a gestão local em torno dos recursos de uso comum. Compreendendo os impactos com a ocupação destes terrenos num contexto social, agrícola e ambiental, reflete-se a conservação da agrobiodiversidade na área de fronteira em Trás-os-Montes, num período compreendido, grosso modo, entre meados do século XVIII e a primeira metade do século XIX. Neste contexto pré-industrial, destaca-se o problema da importância económica na relação entre agricultura e florestas, a par da questão das desigualdades no acesso aos recursos. O enfoque na coisa – i.e., bens comunais, terras comunais, bens do concelho ou bens do município – assume desde logo uma utilidade em termos práticos e desde uma perspetiva do direito administrativo (Hespanha, 2004). Já o enfoque no contexto normativo que designa o regime comunitário permite-nos, por outro lado, um melhor entendimento da natureza específica do fenómeno, segundo a distinção tripartida de Elinor Ostrom (2010)
Livro de Resumos, 2023
A nossa comunicação analisa os sistemas de cultivo em Trás-os-Montes, relacionando a problemática dos usos do solo com a intensificação agrícola entre 1750 e 1890. Sendo um período em que se operaram várias mudanças no quadro da agricultura nacional e se criaram as condições económicas e sociais para um aumento da produção alimentar, focamo-nos sobretudo na evolução da fertilidade do solo e nas condições da sua reprodução segundo uma perspetiva local. Discutem-se por isso as práticas de fertilização orgânica para produção de bens alimentares na longa duração. Atendendo ao aumento da população e à consequente necessidade de produzir alimentos nos séculos XVIII e XIX, qual foi o impacto na articulação agro-silvo-pastoril em Trás-os-Montes, uma vez que a mesma sustentava a fertilidade do solo nos sistemas de agricultura orgânica? Na leitura de Floras, “diários de campo” dos cientistas, relatórios, artigos científicos e memórias, empreende-se uma metodologia de cruzamento destas fontes com informações sobre a relação entre pastagens e solo cultivado. O objetivo visa compreender a transferência de nutrientes nestas utilizações do solo, bem como os efeitos provocados pelo desenvolvimento da produção de batata e o alargamento da área agrícola sobre territórios de pastoreio e de matos.