As audiografias: uma conversa histórica através dos sons (original) (raw)
Related papers
Escutar os mortos com os ouvidos. Dilemas historiográficos: os sons, as escutas e a música
Topoi (Rio de Janeiro), 2018
os mortos" é uma preocupação presente já no surgimento da história como conhecimento do passado. A historiografia, desde sua tradição helênica, criou um universo teórico de "escutá-los com os olhos" e uma prática metodológica de "ouvir com os olhos". Nesta longa trajetória, a escuta do mundo e dos homens tornou-se secundária diante da presença hegemônica do olhar, da escrita e da leitura. Porém, na segunda metade do século XIX essa relação se alterou profundamente, principalmente com o surgimento dos registros mecânicos e depois eletrônicos dos sons, a possibilidade de sua reprodução para além do momento da criação e emissão original e com o aparecimento das inúmeras possibilidades de sua propagação a distância. Essa virada auditiva rapidamente se integrou à vida cotidiana do homem contemporâneo, tornou-se preocupação de alguns campos do conhecimento, mas permaneceu distante da historiografia. Só mais atualmente a historiografia tem se preocupado em "escutar os mortos" e o passado com seus próprios "ouvidos" e se questionado sobre como escutá-los com "ouvidos emprestados". Este artigo pretende justamente discutir aspectos dessa trajetória e introduzir questões e alguns dilemas historiográficos relacionados ao universo dos sons, das escutas e da música.
AS AUDIOGRAFIAS COMO EXPERIÊNCIAS DE HISTÓRIA PÚBLICA: Possibilidades e desafios
AS AUDIOGRAFIAS COMO EXPERIÊNCIAS DE HISTÓRIA PÚBLICA: Possibilidades e desafios, 2017
RESUMO O objetivo geral deste artigo é retomar a discussão sobre o desenvolvimento das audiografias, uma forma de se fazer História através da utilização da linguagem do Rádio que possa ser distribuída nas várias redes virtuais e em emisoras de rádio. As audiografias dialogam com a História Oral, sem no entanto se confundir com esta. Partiu-se de uma entrevista com o senhor Ricardo Parreiras, radialista, realizada para uma outra pesquisa sobre a Rádio Inconfidência que se está desenvolvendo. Esta entrevista permitiu que problematizássemos também com a História Pública, desenvolvendo um novo experimento audiográfico que foi disponibilizado na página do projeto Paisagens Históricas.
História e Cultura Sonora: a historicização das escutas e dos sons
Revista de História, 2023
O artigo traça um panorama da produção recente voltada para a historicização dos sons e das escutas, presente nos textos que compõem o dossiê História e Cultura Sonora. De modo geral, é possível indicar que três grandes correntes predominam nesses trabalhos: os Sound Studies anglófonos, a História das Sensibilidades de tradição francesa e os estudos latino-americanos que, embora inspirados nos dois anteriores, procuram não se limitar às discussões clássicas para refletir sobre as especificidades da produção sonora e dos modos de escuta de suas culturas. O texto também avalia o impacto da fonografia e da digitalização dos acervos sonoros na produção historiográfica no campo da Cultura Sonora.
AUDIONOVELAS ENTRE A FICÇÃO E A REALIDADE: NARRATIVAS EM PODCAST NA DISCIPLINA DE HISTÓRIA
EM TEIA, 2019
Este artigo se constituiu a partir de uma reflexão acerca dos resultados preliminares de uma pesquisa de mestrado, quando foi trabalhada a produção de narrativas digitais em formato de podcast, em uma disciplina de História, no contexto do ensino superior, objetivando analisar como ocorre a produção de narrativas digitais em formato de podcast na disciplina de história.
Topoi. Revista de História, 2018
"Escutar os mortos" é uma preocupação presente já no surgimento da história como conhecimento do passado. A historiografia, desde sua tradição helênica, criou um universo teórico de "escutá-los com os olhos" e uma prática metodológica de "ouvir com os olhos". Nesta longa trajetória, a escuta do mundo e dos homens tornou-se secundária diante da presença hegemônica do olhar, da escrita e da leitura. Porém, na segunda metade do século XIX essa relação se alterou profundamente, principalmente com o surgimento dos registros mecânicos e depois eletrônicos dos sons, a possibilidade de sua reprodução para além do momento da criação e emissão original e com o aparecimento das inúmeras possibilidades de sua propagação a distância. Essa virada auditiva rapidamente se integrou à vida cotidiana do homem contemporâneo, tornou-se preocupação de alguns campos do conhecimento, mas permaneceu distante da historiografia. Só mais atualmente a historiografia tem se preocupado em "escutar os mortos" e o passado com seus próprios "ouvidos" e se questionado sobre como escutá-los com "ouvidos emprestados". Este artigo pretende justamente discutir aspectos dessa trajetória e introduzir questões e alguns dilemas historiográficos relacionados ao universo dos sons, das escutas e da música.